Carlos Costa responde a Martin Wolf
Martin Wolf e Carlos Costa em Lisboa na sexta-feira Fonte: Bruno Simão/Negócios
O governador do Banco de Portugal já deu sinais no passado de, como dizem os brasileiros, não gostar de levar desaforos para casa. Basta recordar a resposta pública que deu à análise crítica que António Borges (então ainda no FMI) havia feito à dimensão financeira do programa de ajustamento português. Na sexta-feira, em Lisboa, o governador respondeu também às criticas que eurocéptico Martin Wolf acabara de fazer sobre a moeda única e, em especial, sobre a perda de soberania monetária em Portugal.
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Jorge Cardoso: “A troika cria oportunidade de negócio”
Jorge Cardoso, o presidente do banco de investimento da CGD, não se queixa da troika. A crise acabou com as grande obras e projectos empresariais, mas a troika cria outras oportunidades de negócio, como privatizações, reestruturações e vendas de activos da própria CGD. Este efeito não dura sempre, diz, garantindo que já a trabalhar na internacionalização, diz em entrevista ao Negócios.
BCE, Carlos Costa e os bancos supervisionados em Frankfurt
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O Conselho do BCE na reunião do início de Maio em Barcelona Fonte: BCE
O debate sobre a união bancária na Europa está lançado e hoje, na reunião de governadores do BCE, ter-se-á discutido qual deverá ser o alcance dos poderes do futuro supervisor comum europeu (papel que o BCE desempenhará), nomeadamente se os seus braços chegarão a todos os bancos de cada país ou apenas aos bancos com importância sistémica. Segundo o FT Deutschland (ver pergunta no vídeo – min. 33), Christian Noyer (França) é favor de um sistema que abarque todos as instituições financeiras (o que significa que um fundo de resolução europeu tem também de cobrir todas essas instituições), enquanto Ewald Nowotny (Áustria) defendeu que apenas os grandes bancos de importância sistémica para a Zona Euro deverão ficar sujeitos a essa supervisão. Draghi desvalorizou as diferenças, afirmando que o debate está no início, pelo que é normal e saudável a existência de posições diferentes. E Portugal, qual é a posição portuguesa?
O primeiro ano de Lagarde
Faz hoje um ano que Christine Largarde assumiu a liderança do FMI. A Bloomberg faz hoje um bom balanço dos primeiros doze meses da primeira mulher a liderar o FMI. Um ano marcado pela intervenção do FMI na Europa cuja gestão Largarde tem conseguido fazer com sucesso, mantendo pressão sobre os líderes na Europa e conseguindo gerir o cepticismo dos países do Sul que não veem com bons olhos. A “saída por razões pessoais” de António Borges da liderança de Departamento Europeu após ter proposto o até então inimaginável no modus operandi do FMI é também referida. Além disso, estamos também a ler:
2. Socialists in France Announce New Taxes. Consolidar pela receita e não pela despesa. Esta é a proposta de Hollande, explicada pelo New York Times
3. Central Banks Deliver 45-Minute Salvo as Growth Weakens. O momento mundial não está fácil: basta olhar para os bancos centrais. China e BCE baixam juros; Reino Unido anuncia mais estímulos;
4. ¿Un mundo de tipos de interés al 0%?. Uma análise publicada no El País sobre as decisões e os dilemas de Fed, BCE e Banco de Inglaterra perante taxas de juro cada vez mais próximas de zero;
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FMI analisa cinco propostas de Eurobonds
São vários os economistas que insistem que, apesar dos primeiros passos para uma união bancária na Zona Euro serem positivos, os resultados da cimeira são insuficientes. Munchau insiste é precisa a intervenção do BCE ou um aumento significativo da capacidade financeira dos fundos europeus. Manasse alinha. Gros, por seu lado, sublinha que faltam vários elementos a esta união bancária, nomeadamente um fundo de insolvência comum e avisa que a Europa tem caminhar mais depressa se quer salvar o euro. A complicar as coisas, estão o cepticismo finlandês e holandês e as criticas abertas à união bancária de economistas alemães como Werner Sinn.
Quem tem estado em silêncio no pós-cimeira é o FMI (dias antes tinha defendido a união bancária e mais integração orçamental). Hoje, no seu site, além de uma avaliação à Alemanha a quem pede mais consumo interno, a instituição divulgou um “paper” onde analisa as cinco principais propostas de “Eurobonds” apresentadas até agora. A saber: as “Blue-Red Bonds de Delpla and Von Weizsäcker; as European Safe Bond (ESBies) propostas pelo grupo de economistas euro-nomics onde está Ricardo Reis; o Fundo de Amortização de Dívida do Conselho de Sábios alemão e as “Eurobills” de Hellwig e Philippon (que já aqui destacámos) e as Obrigações de Estabilidade da Comissão Europeia. Além disso, estamos também a ler:
2. IMF Lowers U.S. Growth Projections to 2 Percent. A Bloomberg dá nota da avaliação do FMI à maior economia do mundo onde a instituição avisa para os riscos da política orçamental interna e dos impactos da crise de dívida europeia;
3. Europe’s Banking Chief Wields New Power in Crisis. O New York Times faz um perfil de Draghi, o homem que ganhou mais poder com a Cimeira Europeia da semana passada;
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