Nove previsões da Comissão que enterram o plano inicial da troika
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Os chefes de missão: Rasmus Ruffer (BCE), Jurgen Kroeger (Comissão Europeia) e Abebe Selassie (FMI) Fonte: Negócios
As
previsões económicas da Comissão Europeia divulgadas na semana passada
foram um balde de água sobre a estratégia europeia anti-crise e vieram
evidenciar que o desafio do ajustamento português é provavelmente maior
do que se admitia. Passamos em revista as nove previsões que fazem
estremecer o programa de ajustamento português, do défice acima do
esperado ao descalabro do desemprego e acabando com o sucesso no défice
externo. Qualquer semelhança com o plano inicial é pura coincidência.
A importância de Monti para Bruxelas é exagerada?
Como já aqui demos conta, Olli Rehn endereçou recentemente aos ministros das Finanças europeus
uma carta onde explanou sobre o maior enfoque que a Comissão Europeia
passará a dar aos ajustamentos estruturais no défice orçamental, abrindo
assim a porta a alguma flexibilização nos objectivos nominais de
défice. A carta sublinha, contudo, que a consolidação orçamental e a
estabilidade política são elementos centrais para sair da crise. Mas a
mensagem de Rehn – escrita a poucos dias das eleições italianas – foi
também um voto de confiança de Bruxelas a Mario Monti. Será que a importância de Monti, como descrita por Rehn, é exagerada?
Comissão, BCE e Osborne defendem as suas políticas
Mario
Draghi, presidente do BCE e Olli Rehn, comissário europeu dos assuntos
financeiros e monetários, numa reunião do Eurogrupo Fonte: Jock Fistick /
Bloomberg
Num momento em que dos defensores das políticas de austeridade na Europa estão sob forte pressão, vale a pena revisar os principais argumentos que BCE, Comissão e Governo britânico têm apresentado.
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Dias difíceis para os austeritários
Mario
Draghi, presidente do BCE (esq. costas); George Osborne, ministro das
Finanças do Reino Unido (esq. centro); Jean-Claude Juncker,
ex-presidente do Eurogrupo (dir. centro) e Olli Rehn, comissário europeu
dos assuntos monetários e financeiros (dir. costas) numa reunião do
Ecofin Fonte: Jock Fistick /Bloomberg
A última semana foi dura para os “austeritários” europeus. Em poucos dias David Cameron, que mereceu um dos primeiros posts deste blogue, viu a Moody’s cortar a notação máxima ao Reino Unido
pelo primeira vez deste 1978; em Itália, Monti está a caminho de uma
derrota humilhante nas eleições legislativas; e na sexta-feira a
Comissão Europeia reviu em baixa as perspectivas económicas para Europa e
diz-se surpreendida.
Os críticos da estratégia europeia não
perderam tempo aos que chamam de “austeritários” e entre eles estão
nomes de peso na cena internacional, como Krugman, De Grauwe, Portes e
Munchau.
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Política do BCE beneficiou mais o centro da Europa
Vítor Constâncio e Mario Draghi, vice-presidente e presidente do BCE na conferência de imprensa mensal de 7 de Fevereiro Fonte: Ralph Orlowski/Bloomberg
É talvez a análise económica mais interessante nas notícias de hoje. O
Financial Times dá conta de uma análise do Barclays ao financiamento
obtido no mercado de capitais pelas empresas europeias na segunda metade
de 2012 (Eurozone core cashes in on cheap borrowing).
As empresas sedeadas em França, Alemanha, Bélgica e Holanda terão
aumentado em termos líquidos o seu financiamento em 37 mil milhões de
euros em empréstimos baratos, beneficiando das medidas adoptadas pelo
BCE para baixar risco da região. Já em Itália, Espanha, Portugal e
Grécia o sector empresarial não financeiro aumentou o seu endividamento
mercado apenas 12 mil milhões de euros em termos líquidos, um montante
concentrado em grandes empresas como a Telecom Itália e Telefonica. Ao
mesmo tempo, escreve o jornal, estes países viram o financiamento
bancário reduzir-se 65 mil milhões de euros. A fragmentação da Zona Euro
pode ter-se reduzido, mas o problema mantém-se agudo. Além disso,
estamos também a ler:
2. Carney says his Job is helping with BoE refounding.
O futuro presidente do Banco de Inglaterra assume uma refundação na
autoridade monetária britânica. Carney, que sai do Banco de Canadá, tem
defendido que um banco central deve ter como referência de actuação o
PIB nominal e não a inflação, como acontece com a maioria dos bancos
centrais.
3. G-20 signals support for japan easing without yean talk.
Os líderes do G-20 voltaram a vincar a importância dos principais
blocos e países permitirem que as suas moedas flutuem ao sabor dos
fundamentais económicos, mas suavizaram a posição sobre o Japão, que
cuja política monetária recente tem explicitamente favorecido uma
desvalorização do Yen.
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