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Manuel Esteves

Sobre Manuel Esteves

Manuel Esteves, nasceu em 1976, é editor da secção de Economia do Negócios desde Janeiro de 2010. Iniciou a carreira no Diário Económico, onde também foi editor de Economia em 2009. Foi igualmente jornalista e subeditor de economia do Diário de Notícias. É licenciado em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Pedro Lains: Não há bela sem senão

30/03/2011
Colocado por: Manuel Esteves

Nota do editor: Pedro Lains, professor no ICS e bloguer, entre outros, em Pedro Lains, aceitou o convite do massa monetária e, até ao final de Abril, publicará os seus posts também nesta casa.

 

O Banco de Portugal previu uma contracção do PIB para 2011 de 1,4%. É isso, não é? Espero que agora finalmente as pessoas na rua percebam – e que os comentadores conhecedores digam – que a alternativa não era entre défice, dívida e juros altos e não défice, não dívida e juros simpáticos; mas sim entre défice, dívida, juros altos e recessão fraca e não défice, não dívida, juros simpáticos e recessão forte.

Pedro Pita Barros: “Privatizar a Caixa Geral de Depósitos?”


Colocado por: Manuel Esteves

Nota do editor: Pedro Pita Barros, professor na Universidade Nova, e um dos autores do blogue da Sedes, aceitou o convite do massa monetária e, até ao final de Abril, publicará os seus posts também nesta casa.

 

Ora muito bem, de repente chegou o momento de olhar criticamente para as propostas dos partidos da oposição, em particular do PSD.

 

O PS, os seus comentadores e os orgãos de comunicação social propensos a títulos sonantes irão encarregar-se de o fazer de forma sistemática, explorando os medos que qualquer mudança possa suscitar. Faz parte do jogo político, e é com eles.

 

Porém, interessa-me (interessa-nos?) olhar com calma e seriedade para essas propostas, tal como para as propostas que o próprio PS venha a mostrar. Aliás, não sei se deve concluir que cada rejeição que um partido faz das propostas do outro corresponde à defesa da proposta contrária. Seria curioso fazer esse exercício de forma sistemática, mas fica para outro momento.

 

A privatização parcial da Caixa Geral de Depósitos tem sido apresentada e sobretudo contestada com base em argumentos de base ideológica. Contudo, existem igualmente argumentos económicos a serem considerados, e devem ser discutidos nos seus méritos, mesmo que no final a decisão seja política (no sentido amplo da palavra).

 

A este respeito, há duas leituras interessantes que recomendo: o texto de hoje do Pedro Lains no Jornal de Negócios (e que aliás suscitou este texto), e uma leitura técnica mais antiga – um artigo científico de Fátima Barros e Leonor Modesto, que mostrou que na década de noventa a Caixa Geral de Depósitos tinha um papel de regulação indirecta sobretudo no mercado de crédito. (ver a referência completa no final deste texto).

 

O texto de hoje do Pedro Lains aponta para um papel histórico do lado da captação de depósitos, associado à Caixa.

 

Existe actualmente e só é previsível que aumente uma escassez de fundos para conceder crédito, o que o torna um “produto económico” particularmente valioso, e logo num instrumento de política económica mais forte do que no passado recente.

 

Não creio que hoje se possa afirmar que exista um enorme diferencial de eficiência no funcionamento da Caixa Geral de Depósitos como instituição face aos outros bancos.

 

O encaixe financeiro da privatização parcial não seria particularmente significativo na redução da dívida pública, nem resolveria qualquer dos problemas que lhe estão na base.

 

Assim, e a menos que se atribua uma elevada probabilidade de manipulação desregrada pelo poder político da Caixa Geral de Depósitos, que seria muito reduzida com uma privatização parcial, esta parece ser uma questão menor no actual contexto.  É este um argumento para fazer ou para não fazer? neste momento, diria que não é prioritário, devemos usar os nossos melhores esforços noutras áreas.

 

Fatima Barros, Leonor Modesto, Portuguese banking sector: a mixed oligopoly?, International Journal of Industrial Organization, Volume 17, Issue 6, August 1999, Pages 869-886, (http://www.sciencedirect.com/science/article/B6V8P-3WRBDBV-5/2/2932ad73075e943b082ed74783c2484b)

 

“No one’s home”: no Parlamento e no metro de Lisboa

29/03/2011
Colocado por: Manuel Esteves

1. O FT Alphaville faz contas aos prazos eleitorais em Portugal e as implicações de um plano de ajuda quando “no one’s home”.

 

2. O WSJ ensina a “lição irlandesa” aos líderes da Zona Euro que sugerem um acordo rápido para o resgate nacional.

 

3. Nove dias depois do início da guerra, o Presidente e Nobel da Paz, Barack Obama, justifica aos norte-americanos a acção na Líbia, mas fala de “limites” à participação dos EUA.

 

4. Outro “Nobel” – o da Arquitectura – é português. Após o sobressalto em Espanha pelas possíveis implicações da crise política gerada por cá, as boas notícias também chegam ao outro lado da fronteira.

 

5. Em dia de (mais uma) greve dos maquinistas do Metro de Lisboa, finalizamos com um vídeo que parodia a burocracia nos serviços públicos. É apresentado no youtube como um dos finalistas do “Jameson Notodofilmfest” (via blogue união de facto).

O fã nº1

24/03/2011
Colocado por: Manuel Esteves

 

Crédito: Miguel Baltazar

 

 

É uma tragédia que isto [chumbo do Plano de Estabilidade e Crescimento e consequente demissão do Governo] tenha acontecido, porque o Governo de Portugal estava a fazer o que tinha que ser feito”, disse hoje Angel Gurria durante uma declaração em Washington.

São cada vez mais os que trabalham de mais e os que trabalham de menos

17/03/2011
Colocado por: Manuel Esteves

“Em nome do emprego, os poderes públicos dos países avançados procuram compensar a subida da produtividade com aumentos da produção, independentemente dos custos ambientais e ecológicos, em vez de reduzirem a duração do trabalho”. A frase é de Alain Euzeby e foi retirada de um artigo publicado na revista Courrier Internacional.

 

O autor defende neste artigo uma redução da carga horária como solução para dois problemas prementes: o desemprego e o aquecimento global da Terra. O raciocínio é simples: se os que estão empregados trabalharem menos tempo, haverá mais trabalho para os que não têm emprego. Quanto à questão ambiental, Euzeby argumenta que o crescimento económico desenfreado, com a produção e consumo crescentes, acabará por arruinar o planeta. Ou seja, não é preciso produzir mais. Basta manter os níveis de produção e distribuir melhor o emprego. Se este for mais bem distribuído, haverá comida para todos. É que “se há pobreza, não é devido a uma insuficiência de produção, mas devido ao emprego”.