O coordenador do programa eleitoral rejeita em entrevista ao Negócios o posicionamento ideológico neoliberal do Fundo Monetário Internacional, lembrando que até é liderada por um socialista francês.
Esta é a mesma instituição que ainda recentemente, quando batalhava para evitar o pedido de ajuda externa, o PS diabolizava. Ainda há pouco mais de um mês José Sócrates dizia não estar “disponível para governar com o FMI” e dramatizava que “entre vir ou não vir o FMI há dez milhões de portugueses que sofreriam” com isso.
Depois do efeito recessivo da austeridade imposta pelos pacotes de medidas na Grécia e na Irlanda, entre os membros da troika negocial que está em Portugal a negociar o resgate financeiro – juntam-se a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu – o Fundo é o interlocutor que mais se tem batido pelo alargamento do prazo que se deve dar a Portugal para reduzir o défice. Uma decisão que poderia minorar o impacto sobre a economia portuguesa do programa de ajustamento que será apresentado no início da próxima semana.