Afinal quantos professores ficaram no desemprego?

05/09/2011
Colocado por: Marlene Carrico

As listas com as colocações para este ano lectivo foram conhecidas na quarta-feira e nesse dia os sindicatos vieram dizer que quase 35 mil professores ficaram sem colocação. Mas não são 35 mil aqueles que vão engrossar as listas de desempregados…Para já, são 4.525.

 

Desde quarta-feira que os 4.525 professores que estavam colocados em escolas públicas no ano passado e não viram o seu contrato renovado este ano vieram juntar-se à lista de milhares de desempregados. Ainda assim, dado que existem 3.179 horários por preencher, parte destes quatro mil professores podem ainda ter esperança de vir a dar aulas (mesmo que com horário incompleto), para suprir estas necessidades.

 

Quantos aos restantes 30 mil são professores que ou trabalham no ensino privado, e todos os anos concorrem para tentar vir para o sector público, ou desempenham outras funções docentes ou não docentes, ou estão no público a leccionar poucas horas, ou então são professores que já estavam no desemprego.

 

Uma coisa é certa, as medidas adoptadas pelo Governo, como o encerramento de escolas primárias com menos de 21 alunos, o fim do estudo acompanhado e da área projecto e as alterações introduzidas na organização das escolas, levaram a que as escolas precisassem de menos professores este ano. No ano passado foram contratados mais de 17 mil docentes nesta primeira fase, este ano foram 12.747.

 

No próximo ano espera-se uma quebra ainda maior no número de contratados uma vez que, de acordo com o documento de estratégia orçamental apresentado na semana passada, vão encerrar ainda mais escolas primárias, serão suprimidas “ofertas não essenciais no Ensino Básico” e será feita uma “revisão criteriosa dos planos e projectos associados à promoção do sucesso escolar”. Um conjunto de medidas, lê-se, “com impacto significativo na redução de despesa pública – em particular ao nível da necessidade de contratação de recursos humanos”.

Marlene Carrico