Afinal, não foram cortes de despesa… (act.)

12/08/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Afinal não foram cortes de despesa, mas sim mais um aumento de impostos (IVA e Gás passam a pagar IVA de 23%) e uma receita extraordinária (transferência de fundos de pensões dos bancários) que há vários anos anda a ser equacionada, mas que nenhum Governo tinha considerado vantajosa…

 

Depois de vários órgãos de comunicação social terem ontem dado como certo o anúncio de várias medidas de corte de despesa – com base em garantias de fontes governamentais – o ministro das Finanças surpreendeu hoje de manhã ao não avançar com nenhum corte na despesa. Pelo contrário, avançou com mais um aumento de impostos e uma receita extraordinária. A troika não gostou, mas deu o benefício da dúvida. Vamos então às contas possíveis dos desvios.

 

Segundo o Governo e a troika foi identificada a necessidade corrigir nas contas públicas qualquer coisa como 1,1% do PIB, ou 1800 a 1900 milhões de euros, explicados por desvios tanto nas  receitas como nas despesas.

 

 

Desvios

 

a) Pelos vistos havia uma sobreestimação da receita de cerca de 500 milhões de euros;

 

b) O BPN, já descontando o efeito da transferência do seu fundo de pensões, custará 320 milhões de euros;

 

c) Na Madeira há uma derrapagem de 277 milhões de euros;

 

d) Os valores acima somam cerca de 1,1 mil milhões pelo que cerca de haverá cerca de 700 a 800 milhões de euros de derrapagens adicionais, que a troika e o Governo associaram, pelo menos em parte, a despesas com salários na defesa e nas policias.  

 

 

Medidas correctivas  na receita já valem mais de 1500 milhões de euros  serão todas do lado da receita:

 

a) Transferências do fundos de pensões dos bancários renderá já este ano cerca de 600 milhões de euros;

 

b) O imposto extraordinário dará ao Estado mais 840 milhões;

 

c) E o aumento das taxas de IVA no Gás e Electricidade deverá permitir um encaixe de 100 milhões de euros

 

d) Haverá ainda um encaixe com concessões (um montante que não ficou claro) de cerca de 500 milhões de euros

 

 

 

 

Rui Peres Jorge