Miguel Relvas no Parlamento. Fonte: Bruno Simão/Negócios
A contestação a Miguel Relvas tem aumentado de tom esta semana: os protestos de alguns estudantes impediram o ministro de discursar numa conferência organizada pela TVI. Na noite anterior Relvas foi interrompido em Gaia, mas pôde prosseguir a sua intervenção, contando, para isso, com a defesa enérgica de Joaquim Jorge. Relvas até se juntou aos manifestantes, entoando “Grândola Vila Morena”.
Mas Miguel Relvas é bem-vindo em, pelo menos, um dos distritos do País.
Quem o garantiu foi a deputada Ângela Guerra, eleita pelo círculo da Guarda, numa audiência parlamentar. “É sempre bem-vindo a todos os concelhos do meu distrito e estaremos todos à espera que os visite”, sugeriu Ângela Guerra, na manhã desta terça-feira, no Parlamento. A Guarda tem 14 concelhos e, em nove deles, o autarca é do PSD, o que poderá ajudar a explicar a sugestão da deputada. Inclusive em Pinhel, de onde Ângela Guerra é natural.
Contudo, falta saber se Relvas seria efectivamente bem recebido na Guarda. Aos protestos dos últimos dias poderiam juntar-se ainda os protestos das populações de freguesias que foram agregadas. Também na manhã desta terça-feira, Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, afirmou que “há um distanciamento entre o que descrevem os governantes e o sentimento real da população”. E avisou Relvas: por causa da reforma das freguesias, “o País está zangado consigo, não tenha dúvidas disso”.
Já em Julho do ano passado, na ressaca do processo da licenciatura de Relvas, o ministro teve de encurtar o discurso na abertura dos jogos da CPLP, em Mafra.
Tendo em conta o que aconteceu em Gaia e Lisboa, pode ser aconselhável ao ministro seguir o conselho de Ângela Guerra.