O verdadeiro keynesiano

07/02/2012
Colocado por: Pedro Romano

A “falácia do verdadeiro escocês” é uma estratégia, muito conhecida em filosofia, para evitar dar o “braço a torcer” numa discussão. A wikipédia tem um bom sumário da ideia, mas podemos dar um exemplo. Suponha o leitor que um religioso afirma que “nenhum crente é capaz de assassinar”. Perante a constatação de que há de facto crentes que assassinam, é possível ensaiar uma fuga argumentando que “esses” crentes, em particular, não são “verdadeiros crentes”. O religioso fugiu à refutação simplesmente redefinindo o termo de partida para excluir os casos incómodos. O que é que tudo isto tem a ver com economia? Segundo Jonathan Portes, algo semelhante está a passar-se no debate entre macroeconomistas. What does keynesianism really mean? é um texto imperdível, publicado no Vox.eu. Além disso, também estamos a ler:    

 

2. Capturing the ECB, por Joseph Stiglitz. O que é que o BCE verdadeiramente pretende com a reestruturação “voluntária” da dívida grega? O Nobel da Economia de 2011 deixa algumas pistas (no Project Syndicate).

 

3. Anti-keynesianism revisionism, por Paul Krugman. Ponto de situação do debate entre prémios Nobel acerca do impacto da política orçamental. Vale a pena ler (no The Conscience of a Liberal).

 

4. Government spending: an economic boost?, por Daniel Wilson, já que estamos a falar de política orçamental, recomendamos este post, que faz uma súmula do que os estudos empíricos dizem acerca da magnitude dos miraculosos “multiplicadores” (na Reserva Federal de São Francisco).

 

5. Fed's next hike will come at the end of 2014, por Volker Wieland. É verdade, a Fed deve mesmo manter a taxa de juro perto de 0% durante mais dois anos e picos. Wieland explica por que é que não há nada de espantoso com esta opção (na Economist).

 

6. Eurobonds: a greek tale of three lessons, por Rui Esteves. É verdade, no que diz respeito a “defaults”, a Grécia não é novata – muito menos na sua relação com a Alemanha. Uma peça de história económica imperdível, no The Portuguese Economy.

 

7. Fiscal compact, a welcome control of wild public debt, por Philip Lane. Uma análise do novo pacote europeu para as finanças públicas (no Irish Times).

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