Fonte: Alexander Zemlianichenko Jr/Bloomberg News. 2009

 

O secretário da Comissão Eleitoral da Rússia mostrou-se perplexo com as declarações da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que na véspera classificara as eleições legislativas russas como “nem livres nem justas”.

 

Falando num encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na Europa – a chefe da diplomacia dos Estados Unidos referiu que “os eleitores russos merecem uma investigação pormenorizada das falsificações nas eleições”.

 

O Partido Rússia Unida, do primeiro-ministro Vladimir Putin e do presidente Dmitri Medvedev, venceu no domingo as eleições com maioria absoluta, perdendo, porém, a maioria constitucional na Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento russo. Os observadores internacionais, citados pela Lusa, denunciaram que o escrutínio teve “numerosas violação da lei eleitoral”.

 

Ontem, na ressaca dos resultados eleitorais, o dia ficou marcado por várias manifestações de populares e organizadas pela oposição, que contestaram o acto eleitoral sobretudo nas ruas de São Petersburgo.

 

A referência hoje feita na resposta pelo secretário da Comissão Eleitoral da Rússia, Nikolai Konkin, poderá ser válida tanto para lembrar, por exemplo, os problemas ocorridos em 2000 na disputa norte-americana entre George W. Bush e Al Gore, como constituir um aviso irónico para a corrida à Casa Branca no próximo ano.

 

Com o processo de escolha do candidato rival republicano ainda a decorrer, é certo que os democratas de Hillary Clinton e Barack Obama terão de batalhar bastante para conseguir um segundo mandato, depois de um primeiro ciclo de quatro anos sem conseguir entregar ao eleitorado a prometida recuperação económica.