Os mercados não dormem. Ontem, a High Frequency Economics emitiu uma nota de investimento em que previa a “falência” do Estado português, incapaz de amortizar cerca de 7 mil milhões de euros de dívida que atingem hoje a sua maturidade. “Portugal necessita de arranjar quase sete mil milhões de euros em dinheiro até amanhã [hoje], ou cairá em bancarrota”, lia-se na nota, assinada pelo analista Carl Weinberg, como avançou hoje o Negócios na edição impressa. Também hoje, o IGCP só conseguiu vender 1000 mil milhões de euros. Desastre à vista?
Nem por isso. A alegada bancarrota não durou muito tempo. Pouco depois de emitir a nota, a High Frequency Economics corrigia-se e afirmava que Portugal não iria entrar em “default” (com bold, para não restarem dúvidas). Explicação: a empresa ter-se-á esquecido de levar em conta que Portugal tem acesso a dinheiro do Fundo Monetário Internacional e dos países europeus. Um pormenor que, fazendo justiça ao nome, a High Frequency não demorou a corrigir: apenas trinta minutos depois, a bancarrota tinha sido rectificada.
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