Nada como terminar o ano com uma boa discussão sobre a crise na macroeconomia. Tudo ganhou dimensão com um dos já típicos ataques de Paul Krugman aos economistas de água doce (os que descreve como não acreditando na utilidade nem para a política orçamental, nem para a monetária). Para o Nobel da Economia a macro ainda está podre. As respostas não se fizeram esperar, com intervenções de algumas das estrelas da blogoesfera económica dos EUA. Talvez o mais interessante no debate seja a afirmação por vários economistas de que as posições de Krugman não são, na verdade, assim tão diferentes das defendidas por aqueles que critica. Estamos assim a ler:
2. Macro, what have you done for me lately? Noah Smith faz um bom apanhado da recente discussão sobre o estado da macroeconomia e a diferença entre “água salgada” e “água doce” e defende que não há assim tantas diferenças.
3. Oh dear, oh dear, Krugman gets it so wrong, so wrong, on the state of macroeconomics. Lars Syll, no Real-World Economics Review, também defende que Krugman e Mankiw são muito mais parecidos do que fazem crer.
4. Reforming macroeconomics: Claudio Borio on the financial cycle. No Free Exchange escreve-se sobre o último paper do Claudio Boro, um dos economistas que se destacou na identificação da crise, sobre o que aprendeu desde então e sobre a importância de incluir a dimensão financeira nos modelos macroeconómicos.
5. Baptista-da-silvismo, mas em grande. Luciano Amaral no Crise Crónica brinca com a quantidade de vezes que os líderes europeus já declararam que o pior da crise ficou para trás. Será também um problema de modelos?
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