Empresários do móvel também vão à China

14/02/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

 

Durão Barroso e Herman Van Rompuy hoje em Pequim com Wen Jiabao Fonte: Nelson Ching/Bloomberg

 

Tudo no mesmo dia: hoje, em Washington, o presidente Obama recebe Xi Jinping, o futuro presidente da China (análise de há dois dias no NYT); Umas horas antes, em Pequim, Wen Jiabao, o primeiro ministro, recebeu Durão Barroso e Herman Van Rompuy prometendo comprar dívida europeia. Ao mesmo tempo, em Portugal, é anunciada a visita de empresários de mobiliário de Paços de Ferreira a “Xangai, Anshun, Guizhan, Shunde, Guagzhou, Zuhai e Macau”. De Paços de Ferreira a Washington, passando por Bruxelas o lema dos tempos que correm parece bem sintetizado no comunicado que os empresários da capital do móvel enviaram à imprensa: “oportunidade a não perder” (E pode não durar sempre, avisa por exemplo a The Economist que desde este ano dedica uma secção inteira à China).

 

Para os curiosos, em baixo fica o comunicado da Associação Empresarial de Paços de Ferreira

 

Missão Empresarial à China é oportunidade a não perder

A Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) vai realizar uma missão empresarial à China entre 11 e 22 de Março. Xangai, Anshun, Guizhan, Shunde, Guagzhou, Zuhai e Macau são as cidades a visitar pelos empresários da Capital do Móvel.

 

Esta viagem de 12 dias, coordenada pelo presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, que dará assistência durante a missão empresarial, visa aproximar as empresas portuguesas de mobiliário, mas não só, da realidade chinesa, possibilitando aos empresários um maior conhecimento do mercado local e das potencialidades de um investimento naquele território.

 

Em Xangai, os participantes na missão empresarial vão tomar contato com espaços comerciais de mobiliário, naquele que é o principal ponto de venda de mobiliário de gama alta importado na China. Estas lojas funcionam, de forma geral, para além de ponto de venda, como agentes comerciais, importando diretamente os produtos. Também em Guizhan e Shunde estão previstas visitas a espaços comerciais, numa aproximação à realidade local o mais abrangente possível.

 

Já Anshun assume-se como um futuro pólo de investimento europeu, uma espécie de entreposto de empresas que pretendam comercializar os seus produtos na China, dividindo-se em parque industrial e parque comercial. Os empresários da Missão vão inteirar-se da realidade deste projeto, das condições de investimento e do potencial de retorno.

 

Finalmente, em Guangzhou, o programa culmina com a entrada na China International Furniture Fair, um dos maiores certames mundiais dedicados ao mobiliário.

Exportações para a China aumentam

Recorde-se que as exportações portuguesas do segmento Madeira e Cortiça para a China têm vindo a crescer ao longo dos últimos anos. De 11.755 milhões de euros, em 2005, atingiram-se os 19.378 milhões, em 2009. Pelo contrário, verificou-se, entre 2008 e 2009, uma diminuição de 36,2 por cento nas importações neste grupo de produtos. Simultaneamente, o número de empresas portuguesas que exportam para a China também aumentaram de 419 (2004) para 705 (2008). Recentemente, Pedro Passos Coelho, ao enviar felicitações ao primeiro-ministro chinês, a propósito do novo Ano do Dragão, afirmou que «as relações luso-chinesas entraram numa nova Era», numa referência ao «volume recorde» atingido pelas exportações portuguesas para a China em 2011 e «ao crescente interesse das grandes empresas chinesas por Portugal». As empresas portuguesas devem aproveitar este momento de mútuo interesse para procurar entrar num mercado de 1,3 mil milhões de habitantes, cujas classes média-alta e alta estão em crescimento acelerado.

 

Através desta missão empresarial, mais um pequeno grupo de empresários poderá decidir investir na China, rentabilizando a sua cadeia de produção, ao atingir um gigantesco mercado, cujo consumo de bens europeus de marca e de qualidade tem crescido muito rapidamente.

 

O custo de participação nesta viagem oscila entre os 2.100 e os 4.200 euros, consoante a dimensão da empresa e o valor da comparticipação do QREN, que patrocina esta deslocação no âmbito do Programa de Internacionalização da AEPF para 2012.

 

 

 

Rui Peres Jorge