por Pedro Santos Guerreiro, psg@negocios.pt
O Negócios acaba de noticiar que o Grupo Espírito Santo vendeu a Escom, a sua participada em Angola, que inclui os seus negócios nos diamantes, energia, imobiliário, obras públicas… Não se sabe ainda pormenores sobre o “encaixe” – e que destino ele terá. Mas não é preciso ser bruxo para reconhecer uma venda de activos.
Vem nos livros: com défice externo endémico, primeiro sobe o endividamento e depois vendem-se activos. Cavaco Silva disse-o há dias em campanha (parecendo reeditar uma polémica de há oito anos com Vítor Constâncio). E Joaquín Almunia afirmou em Lisboa na sexta-feira que, se vendemos activos financeiros aos países emergentes, temos também de nos mentalizar para lhes vender activos reais: empresas.
Os exemplos estão a multiplicar-se, da Cimpor à Brisa, da Galp ao BCP e ao BPI: a progressiva venda de capital ou de partes empresariais a estrangeiros. O capital é bem-vindo como uma garrafa de água no deserto. E agora também em Angola.
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