O Banco de Portugal (BdP) actualizou as suas previsões a 14 de Dezembro, apontando para uma recuperação lenta da economia, suportada num modelo de crescimento que recomenda (leia-se, mais apostado no investimento e nas exportações), com manutenção de um excedente externo, e o desemprego a cair para os 8,5%. Estas são as boas notícias. As más é que nos próximos anos Portugal continuará a crescer menos que a Zona Euro, e menos do que necessita: 2,5% a 3% nominais ao ano, valores inferiores à taxa de juro implícita da dívida pública (que o banco central antecipa em torno dos 3,3%), o que constitui um risco a prazo.
O trabalho dos economistas do Banco de Portugal que fecha 2016 permite ainda perspectivar a crise na década 2008-2018/9. Uma das principais conclusões é que o rendimento gerado em Portugal em 2018 estará, em termos reais, ao nível do de 2008. Uma década perdida, num país que entrará nos anos 30 do século XXI com a esperança de ter encontrado um modelo de crescimento mais equilibrado, a certeza de registar níveis de investimento insuficientes, e a ameaça de não conseguir pagar as suas dívidas.
Aqui fica a década perdida portuguesa em sete gráficos do Banco de Portugal.