E de repente foi preciso cortar 4 mil milhões de euros
Este pode não ser o gráfico mais importante na análise da UTAO ao Documento de Estratégia Orçamental, mas é sem dúvida o mais eficaz.
Quanta austeridade é precisa para baixar o défice numas décimas?
Vítor Gaspar numa visita a Nova Iorque há um ano Fonte: Bloomberg
A análise da UTAO ao documento de estratégia orçamental (DEO 2013-2017) levanta uma dúvida impressionante sobre a receita orçamental que está a ser prescrita a Portugal em 2013. Este ano, o Governo propõe-se a baixar o défice orçamental em menos de 1 ponto percentual do PIB – se considerarmos a variação sem medidas extraordinárias então a redução é de apenas 0,2 pontos de PIB. No entanto, as medidas de austeridade previstas ascendem a 3,6% do PIB. Porquê?
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Um momento Dijssel-bomb ou a possibilidade de sucessivas renegociações
O presidente do Eurogrupo numa reunião em Bruxelas Fonte: Bloomberg
Dijsselbloem foi o homem que afirmou pela primeira vez que o modelo de resgate dos bancos de Chipre envolvendo os credores seria para generalizar na Europa. As declarações, verdadeiras na sua essência como se sabe agora, valeram-lhe a alcunha de “Dijssel–bomb”. Em Lisboa, e embora a uma escala diferente, assistimos a mais uma bomba: o Eurogrupo admite renegociações sucessivas das condições dos empréstimos europeus a Portugal.
Martim vs Raquel: de que lado está a literatura sobre o salário mínimo?
É um daqueles momentos televisivos com uma profundidade limitada, mas que marca simbolicamente uma discussão. No “Prós & Contras” de segunda-feira, Martim Neves, um rapaz de 16 anos que criou uma marca de roupa, deu uma resposta à historiadora Raquel Varela que contagiou imediatamente as redes sociais e lançou a discussão na blogosfera. Por esta altura, já deve ter visto o vídeo, mas se tiver chegado hoje da caverna de férias, veja em baixo:
O objectivo de Martim não era defender o valor do salário mínimo, mas esta troca de argumentos relançou uma discussão que tinha sido despertada pela última vez por Pedro Passos Coelho. O primeiro-ministro argumentou em Março deste ano que, num contexto de desemprego muito elevado, “a medida mais sensata que se pode tomar” é reduzir o salário mínimo, incentivando a criação de mais postos de trabalho pelas empresas.
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BCE e Portugal visto por alguns dos “bloggers” mais influentes do mundo
Mario Draghi, presidente do BCE e Vítor Gaspar, ministro das Finanças português Fonte: Bloomberg.
Há um debate a decorrer na blogosesfera sobre Portugal e o BCE. Ou melhor: sobre o que é que o BCE pode (deve) fazer pelo pequeno país da periferia. No debate estão Tyler Cowen (Marginal Revolution), Ryan Avent (Free Exchange – Economist), Karl Smith (Forbes) e Paul Krugman a fazer uma aparição no final.
Mas o que junta tão distintos bloggers em torno de Portugal e do BCE? A resposta está num dos maiores problemas da união monetária, o que em “economês” ganhou o nome de “fragmentação financeira da Zona Euro” ou de “travão/problema no mecanismo de transmissão da política monetária”.
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