Arquivo mensal: Fevereiro 2013

Dias difíceis para os “austeritários”

25/02/2013
Colocado por: Rui Peres Jorge

Mario
Draghi, presidente do BCE (esq. costas); George Osborne, ministro das
Finanças do Reino Unido (esq. centro); Jean-Claude Juncker,
ex-presidente do Eurogrupo (dir. centro) e Olli Rehn, comissário europeu
dos assuntos monetários e financeiros (dir. costas) numa reunião do
Ecofin Fonte: Jock Fistick /Bloomberg

A última semana foi dura para os “austeritários” europeus. Em poucos dias David Cameron, que mereceu um dos primeiros posts deste blogue, viu a Moody’s cortar a notação máxima ao Reino Unido
pelo primeira vez deste 1978; em Itália, Monti está a caminho de uma
derrota humilhante nas eleições legislativas; e na sexta-feira a
Comissão Europeia reviu em baixa as perspectivas económicas para Europa e
diz-se surpreendida.

Os críticos da estratégia europeia não
perderam tempo aos que chamam de “austeritários” e entre eles estão
nomes de peso na cena internacional, como Krugman, De Grauwe, Portes e
Munchau.

43

Afinal há um distrito em que Relvas é bem-vindo: a Guarda

21/02/2013
Colocado por: Bruno Simões

 

Miguel Relvas no Parlamento. Fonte: Bruno Simão/Negócios

 

A contestação a Miguel Relvas tem aumentado de tom esta semana: os protestos de alguns estudantes impediram o ministro de discursar
numa conferência organizada pela TVI. Na noite anterior Relvas foi
interrompido em Gaia, mas pôde prosseguir a sua intervenção, contando,
para isso, com a defesa enérgica de Joaquim Jorge. Relvas até se juntou aos manifestantes, entoando “Grândola Vila Morena”.

 

Mas Miguel Relvas é bem-vindo em, pelo menos, um dos distritos do País.

24

Política do BCE beneficiou mais o centro da Europa

18/02/2013
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Vítor Constâncio e Mario Draghi, vice-presidente e presidente do BCE na conferência de imprensa mensal de 7 de Fevereiro Fonte: Ralph Orlowski/Bloomberg

 

É talvez a análise económica mais interessante nas notícias de hoje. O
Financial Times dá conta de uma análise do Barclays ao financiamento
obtido no mercado de capitais pelas empresas europeias na segunda metade
de 2012 (Eurozone core cashes in on cheap borrowing).
As empresas sedeadas em França, Alemanha, Bélgica e Holanda terão
aumentado em termos líquidos o seu financiamento em 37 mil milhões de
euros em empréstimos baratos, beneficiando das medidas adoptadas pelo
BCE para baixar  risco da região. Já em Itália, Espanha, Portugal e
Grécia o sector empresarial não financeiro aumentou o seu endividamento 
mercado apenas 12 mil milhões de euros em termos líquidos, um montante
concentrado em grandes empresas como a Telecom Itália e Telefonica. Ao
mesmo tempo, escreve o jornal, estes países viram o financiamento
bancário reduzir-se 65 mil milhões de euros. A fragmentação da Zona Euro
pode ter-se reduzido, mas o problema mantém-se agudo. Além disso,
estamos também a ler:

2. Carney says his Job is helping with BoE refounding.
O futuro presidente do Banco de Inglaterra assume uma refundação na
autoridade monetária britânica. Carney, que sai do Banco de Canadá, tem
defendido que um banco central deve ter como referência de actuação o
PIB nominal e não a inflação, como acontece com a maioria dos bancos
centrais.

3. G-20 signals support for japan easing without yean talk.
Os líderes do G-20 voltaram a vincar a importância dos principais
blocos e países permitirem que as suas moedas flutuem ao sabor dos
fundamentais económicos, mas suavizaram a posição sobre o Japão, que
cuja política monetária recente tem explicitamente favorecido uma
desvalorização do Yen.

38

Governo explica ao País a reforma que não vai fazer


Colocado por: Catarina Almeida Pereira

 

Pedro Passos Coelho no parlamento Fonte: Jornal de Negócios

 

No discurso que fez ao país para explicar as consequências
da ajuda externa, a 3 de Maio de 2011, José Sócrates começou por
anunciar o que não constava do acordo com os credores:

 

Não se
mexe no 13º mês, nem no 14º mês, nem se substitui estes subsídios por
títulos de poupança, não se mexe no 13º mês, nem no 14º mês dos
reformados, não se prevê cortes no salário mínimo, não há cortes nas
pensões acima dos 600 euros, mas apenas na acima dos 1500 euros, está
expressamente admitido o aumento das pensões mínimas, não tem previstos
cortes na função pública, não terá de haver revisão constitucional, não
existirão despedimentos na função pública, nem aumento na idade de
reforma, a CGD não será privatizada, mantém-se a orientação
tendencialmente gratuita do serviço nacional de saúde, a escola pública
mantém-se, não há privatização da segurança social, nem plafonamento das
contribuições, nem alteração da idade de reforma.


 

Nos últimos dias, o discurso do Governo de Passos Coelho tem sido idêntico.

Os mais protegidos do desemprego? Mais de 45 anos e no quadro

15/02/2013
Colocado por: Nuno Aguiar

Os últimos dados do INE mostram um cenário absolutamente desolador no
mercado de trabalho português, com a maior destruição trimestral de
emprego desde a chegada a troika a Portugal e um novo máximo de 16,9% da
taxa de desemprego. Em apenas três meses, desapareceram 125 mil postos
de trabalho. O fenómeno foi transversal a quase toda a sociedade, com
algumas excepções. Uma delas é especialmente interessante de analisar: o
número de empregos ocupados por quem tem mais de 45 anos e está
integrado nos quadros da empresa aumentou ligeiramente no último
trimestre de 2012, face ao mesmo período do ano anterior (0,2%). Este
segmento representa um terço da totalidade do emprego por conta de
outrem.