Arquivo mensal: Março 2012

Contas equilibradas! Contas equilibradas!

11/03/2012
Colocado por: Pedro Romano

Quando Vítor Gaspar anunciou, há poucos meses, que queria equilibrar as contas externas da economia portuguesa em 2013, vários economistas apontaram o dedo ao irrealismo do ministro das Finanças. Mas as Contas Nacionais do quarto trimestre (disponíveis no INE) mostraram que o optimismo de Gaspar talvez não fosse tão imprudente.

 

 

Segundo o INE, o saldo externo (balança de transacções correntes + balança de capital) passou de um défice de 5,4% do PIB para um excedente de 0,2%, um resultado positivo que não se via desde 1995. Dito isto, vale a pena discutir alguns dos elementos desta evolução. Destacamos quatro.

 

Balança comercial reduz défice apesar de degradação dos termos de troca Entre o terceiro e o quarto trimestres, a balança comercial (no sentido abrangente de bens + serviços) melhorou 2,6 pontos percentuais, apesar da degradação dos termos de troca (preço das importações aumentou e o preço das exportações diminuiu). A dimensão do ajustamento é ainda mais notável quando enquadrada num horizonte mais dilatado. Entre 2008 e 2009, a balança comercial passou de -9,9 para -1,2%.  

 

Balança de rendimentos melhora A Balança de Rendimentos caiu de 3,6% para 2,1% do PIB no quarto trimestre. Um ajustamento desta dimensão seria quase impossível com um contributo relevante desta rubrica, que a certa altura chegou a representar quase 5% do PIB. Em baixo, apresentamos a variação destas duas componentes. Não apresentámos, por razões de grafismo, as balanças de transferências correntes e de capital, que de qualquer maneira são pouco relevantes.

 

Importância da contracção da procura interna O ajustamento do lado da balança comercial foi alcançado sobretudo através da contracção da procura interna. Em termos nominais, as exportações chegaram mesmo a diminuir face ao trimestre anterior. A compensação veio pelo lado das importações, que caíram 8,5% em termos nominais (e mais tem termos reais, já que os preços aumentaram). Em termos reais, a procura interna está agora ao nível do que se registava em 1999, sobretudo por causa do investimento.

 

Menos correcção do lado da oferta O elemento anterior pode ser analisado à luz do PIB pelo lado da oferta. A correcção do desequilíbrio externo deve vir da contenção da procura eterna (a ocorrer aceleradamente, como vimos) e de um desvio de recursos do sector não transaccionável para o transaccionável, que reoriente a produção para o mercado externo. Este movimento, que se verificou durante o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de 2011, parece ter sido interrompido nos últimos seis meses do ano passado.

 

Investimento em mínimos desde 1987

09/03/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

PIB caiu 1,6% em 2011, um pouco mais que a anterior estimativa. José Miguel Moreira, do Montepio, explica os números detalhados do PIB e aponta o investimento como a variável que mais penalizou o desempenho no último trimestre do ano. Caiu 14% face a trimestre anterior para o nível trimestral mais baixo desde 1987. Bárbara Marques, do Millennium bcp, também analisa os contributos para a queda do PIB o ano passado e mantém a previsão de uma contracção do PIB de 3,5% este ano.

   

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.  

Qual a medida mais urgente para salvar o euro?


Colocado por: Rui Peres Jorge

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Guarda presidencial em Atenas Fonte: Kostas Tsironos/Bloomberg

 

O Negócios questionou por e-mail cinco especialistas em economia financeira e política monetária sobre o papel do BCE e de Mario Draghi nos últimos meses, com especial enfoque nos dois empréstimos a três anos com que o banco central cedeu um bilião de euros aos bancos europeus e na flexibilização das regras de colateral para sete países, incluindo Portugal.

 

As respostas chegaram por telefone (Charles Wyplosz e Jacob Kirkegaard) e por e-mail (Daniel Gros, Frank Westermann e Ricardo Reis) e foram contributos valiosos para os dois trabalhos que o Negócios publicou ontem e hoje sobre o tema na sua edição em papel. Agora publicamos, em vários “posts” no massa monetária, as respostas completas dos cinco economistas a questões centrais para reflectir sobre o BCE e o futuro do euro.

 

Qual é a medida mais urgente na reacção europeia à crise?

A Zona Euro sobreviverá sem o BCE como credor de último recurso?


Colocado por: Rui Peres Jorge

 

 

Mario Draghi na conferência de imprensa de 8 de Março de 2012 Fonte: Hannelore Foerster/Bloomberg

 

O Negócios questionou por e-mail cinco especialistas em economia financeira e política monetária sobre o papel do BCE e de Mario Draghi nos últimos meses, com especial enfoque nos dois empréstimos a três anos com que o banco central cedeu um bilião de euros aos bancos europeus e na flexibilização das regras de colateral para sete países, incluindo Portugal.

 

As respostas chegaram por telefone (Charles Wyplosz e Jacob Kirkegaard) e por e-mail (Daniel Gros, Frank Westermann e Ricardo Reis) e foram contributos valiosos para os dois trabalhos que o Negócios publicou ontem e hoje sobre o tema na sua edição em papel. Agora publicamos, em vários “posts” no massa monetária, as respostas completas dos cinco economistas a questões centrais para reflectir sobre o BCE e o futuro do euro.

 

Estas acções do BCE significam que a Zona Euro poderá ser salva sem o BCE actuar, efectivamente, como o credor de último recurso dos governos?

Draghi mostrou a Trichet como se faz?


Colocado por: Rui Peres Jorge

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Jean-Claude Trichet a passar o testemunho a Mario Draghi na despedida do primeiro do leme do BCE em Outubro 2011 Fonte: Hannelore Foerster/Bloomberg

 

O Negócios questionou por e-mail cinco especialistas em economia financeira e política monetária sobre o papel do BCE e de Mario Draghi nos últimos meses, com especial enfoque nos dois empréstimos a três anos com que o banco central cedeu um bilião de euros aos bancos europeus e na flexibilização das regras de colateral para sete países, incluindo Portugal.

 

As respostas chegaram por telefone (Charles Wyplosz e Jacob Kirkegaard) e por e-mail (Daniel Gros, Frank Westermann e Ricardo Reis) e foram contributos valiosos para os dois trabalhos que o Negócios publicou ontem e hoje sobre o tema na sua edição em papel. Agora publicamos, em vários “posts” no massa monetária, as respostas completas dos cinco economistas a questões centrais para reflectir sobre o BCE e o futuro do euro.

 

O Sr. Trichet pediu um “salto quântico” na “governance” da Zona Euro. Será que o Draghi implementou um salto dessa natureza, mas na política monetária do BCE?