Ministério de Portugal
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Vítor Gaspar, ministro das Finanças, e Carlos Costa, governador do Banco de Portugal Fonte: Miguel Baltazar/Negócios
É muito provável que o Banco de Portugal nunca tenha tido tanto poder sobre a política económica nacional. Além do seu papel directo na execução do programa de ajustamento – como banco central português e membro do Eurosistema e representante de Portugal no FMI – o Banco de Portugal tem um peso inédito no Terreiro do Paço. Como demos conta no Negócios, vários lugares chave do Ministério das Finanças são ocupados por quadros do banco central. Ministro e o seu chefe de gabinete, dois secretários de Estado, vários adjuntos e uma destacada consultora (paga pelo Banco de Portugal) vêm da Almirante Reis e lá regressarão após o desempenho das funções governativas. Não há memória de uma tal relação simbiótica entre Ministério das Finanças e Banco de Portugal, a qual se tem traduzido também na adopção de posições desejadas pelo banco. Poder-se-ia até falar num Ministério de Portugal.
A economia não tão invisível quanto isso
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Questões estruturais
Martin Feldstein escreve no Project Syndicate acerca do plano europeu para monitorizar os défices estruturais, limitando os saldos negativos a 0,5% do PIB. O título da peça era “How to Create a Depression”. A Grécia, cuja economia deve perder mais de 12% do seu volume em apenas quatro anos, é o exemplo mais claro. E em Portugal?
Um dado revelador é a evolução do investimento (formação bruta de capital fixo) nos últimos anos, que não tem parado de cair. Mas os números ficam ainda mais curiosos quando à acumulação anual de investimento (o fluxo que se acrescenta ao stock já existente) é deduzida a depreciação do capital existente (o chamado consumo de capital fixo). O saldo líquido, medido em percentagem do PIB, tem evoluído mais ou menos desta forma.
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Europa a caminho da depressão?
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Os desenvolvimentos dos últimos dias têm sido assustadores, com a estratégia de austeridade pan-europeia a alarmar cada vez mais especialistas. Uma preocupação que o corte da S&P veio apenas confirmar (duas análises interessantes no Free Exchange, um dando conta dos problemas de diagnóstico da crise pelos líderes europeus, o outro admitindo que a Europa pode estar a caminho de um novo equilíbrio em termos de ratings). Martin Feldstein, economista liberal norte-americano, frisa que a aplicação das regras orçamentais pensadas no “pacto orçamental europeu” podem por a Europa a caminho da depressão. Herman Von Rompuy, presidente do Conselho Europeu, defende as medidas já implementadas, mas avisa que a Europa precisa urgentemente de uma estratégia de crescimento. Além disto, estamos também a ler
2. Os grandes números dos resgates (EFSF, na Zona Euro e TARP, nos EUA) que afinal são mais pequenos, por António Fatas (Antonio Fatas e Ilian Mihov)
3. Precisamos de inflação para salvar o mundo, escrevem Menzie Chinn (Foreign Policy)
Nunca discuta com economistas
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