Capitalismo ou a Crise – quem acaba primeiro?
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Será que o capitalismo vai resistir à crise financeira e económica? Esta é a pergunta que o economista Kenneth Rogoff faz na sua coluna de hoje do Project Syndicate – Is modern capitalism sustainable? O capitalismo, diz o antigo economista-chefe do FMI, produziu um crescimento fenomenal da riqueza durante os últimos dois séculos, mas à medida que as principais necessidades vão sendo satisfeitas, tornam-se mais óbvios os seus subprodutos nefastos: desigualdade, problemas ambientais, etc. Além disto, também estamos a ler:
2. Keep the IMF out of Europe, por Mario Blejer e Eduardo Levy Yeyati. Os economistas argentinos analisam a intervenção do Fundo na Europa e apontam os problemas que a opção levante. Nomeadamente, o precedente que abre ao fazer com que o Fundo entre com o dinheiro que a Alemanha não está disposta a usar (no Project Syndicate).
3. The question of the eurobonds, por Richard Posner. O economista explica o problema que a criação de obrigações levanta na Zona Euro e o jogo de interesses divergentes que não pára de adiar a sua concretização. What a mess!, é a conclusão.
Blejer e Levy: FMI, “the third party that tells the client the nasty bits”
“So far, programs for the eurozone periphery have been spearheaded and largely financed by European governments, with the IMF contributing financially, but mainly acting as an external consultant – the third party that tells the client the nasty bits while everyone else in the room stares at their shoes”.
Mario Blejer e Eduardo Levy, numa coluna assinada hoje no Project Syndicate.
Quanto vale a equidade nos sacrifícios?
Para quem há menos de quatro meses ouviu o Governo a argumentar que os juros e os dividendos não podiam ser sujeitos à “sobretaxa extraordinária de IRS” que vai ser cobrada sobre os rendimentos deste ano, sob pena de se espantar o investimento e de se ameaçar a poupança nacional, a decisão anunciada esta semana de subir as taxas liberatórias sobre esses mesmos rendimentos é intrigante.
Créditos: Miguel Baltazar/Negócios
Uma prolongada redução salarial
A “desvalorização real” por que as economias da periferia estão a passar tem conduzido a resultados substancialmente diferentes consoante os casos. Se na Grécia a pressão exercida pelo desemprego galopante não parece suficiente para reduzir os salários (e preços internos), na Irlanda o processo foi rápido e robusto. Em apenas três anos, a economia irlandesa reduziu em cerca de 12% os seus Custos Unitários do Trabalho (CUT) e parece ter readquirido a competitividade externa suficiente para voltar a crescer. O contraste entre as duas situações salta à vista.
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