Sobre endividamentos privado e público
Ainda sobre dívidas e bancarrota, vale a pena olhar para os últimos valores de endividamento público e endividamento externo (publico e privado) das economias mais fragilizadas da Zona Euro. Portugal está demasiado endividado, seja pelo sector público, seja pelo sector privado. Mas enquanto a dívida pública mantém-se próxima da linha vermelha de 90% do PIB traçada por Rogoff e Reinhart (com o endividamento público ao exterior a chegar a 50% do PIB). Já a dívida externa privada ascende a 140% do PIB.
Sócrates vs. Louçã: mudar de guião ao segundo round
José Sócrates (PS) e Francisco Louçã (BE) protagonizam esta noite um dos mais aguardados debates televisivos para as eleições legislativas de Junho. Porém, qualquer semelhança com o debate de 2009 entre o secretário-geral do PS e o coordenador do Bloco de Esquerda deverá ser uma coincidência. É que desta vez os bloquistas ainda não apresentaram o programa eleitoral e o líder socialista não deverá atacar o rival com a proposta de eliminar as deduções fiscais na Saúde, Educação e com PPR que, dizia na altura, “conduziria a um aumento fiscal brutal para a classe média”. Tão somente porque agora é uma das medidas que, em parte, inclui no seu programa eleitoral.
Inflação corrigirá na segunda metade do ano
A inflação ultrapassou os 4% em Portugal revelou hoje o INE. Bárbara Marques, do Millennium BCP, diz que os valor chegou sem surpresa e que é expectável uma descida da taxa de inflação na segunda metade do ano. Ainda assim, a inflação média de 2011 deverá ficar acima dos 3%. José Miguel Moreira do Montepio também espera uma desaceleração, apontando para os 3,6% previstos pelo Banco de Portugal, mas avisa: “os riscos para a Inflação, em 2011 e 2012, permanecem ascendentes e condicionados pela instabilidade política e económica nos países produtores de Petróleo”.
Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium BCP, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.
As dívidas, a bancarrota e o confrangedor debate entre PS e PSD
Ontem, a RTP promoveu um debate sobre o acordo com a troika, que contou com Eduardo Catroga (PSD), Pedro Silva Pereira (PS) e António Pires de Lima (CDS). Antes, na TVI, degladiaram-se Paulo Portas e José Sócrates em entrevista. Nos dois confrontos o essencial dos argumentos repetiu-se: o PS promoveu um inexplicável aumento da dívida pública que arrastou o país para a bancarrota, diz a direita; a crise internacional, promovida pela irresponsabilidade dos mercados, forçou à actuação dos Estados, gerando aumentos de dívida pública em todo o mundo, sendo especialmente madrasta para os países periféricos do euro, responde o PS.
Este é um debate confrangedor. Como é evidente, o principal problema português não é o elevado nível de dívida pública, nem essa é a principal fraqueza nacional (como aliás a própria troika o admite). Mas já vamos a essa parte: antes, os números sobre o endividamento do Estado.
Vale a pena baixar a TSU?
1. Zona Euro pede garantias para aumentar pacote de ajuda à Grécia (Negócios)
2. Grécia vai mesmo precisar de mais ajuda (FT)
3. Irlanda só terá sucesso se reestruturar a dívida, diz Morgan Kelly (Irish Times)
4. Vítor Bento diz que redução de TSU deve ser de, pelo menos, 5% (Sedes)
5. A TSU é ineficaz e não ataca o problema necessário, diz Galamba (Jugular)