“A ambição que temos quando se constrói um hospital é que todos sejamos iguais no acesso à Saúde”
José Sócrates, 12.01.2010, no lançamento da primeira pedra do novo Hospital de Loures
Há dois anos, no lançamento da pedra do novo Hospital de Loures o então primeiro-ministro, José Sócrates, falou da importância da construção desta unidade hospitalar, questionando várias vezes o motivo de o “quinto concelho do país” ter demorado tantos anos a ter um hospital.
“Este hospital é o maior factor de justiça que se faz na Área Metropolitana de Lisboa já que ele constitui uma obra que visa responder àquilo que era uma das maiores necessidades do concelho”, disse Sócrates, frisando ainda que o objectivo quando se constrói um hospital é criar igualdade.
“A ambição que temos quando se constrói um hospital é que todos sejamos iguais no acesso à Saúde”, sublinhou o ex-governante.
Acontece que nem todos os habitantes de Loures parecem ser iguais. Perto de 100 mil pessoas da zona oriental do concelho terão de continuar a recorrer aos hospitais do centro de Lisboa (S. José ou Santa Maria) por não serem abrangidos pela área de referenciação da nova unidade hospitalar que abriu esta semana os primeiros serviços.
A explicação para esta diferenciação, que tem sido questionada na última semana, é simples: quando o contrato para esta parceria público-privada foi elaborado era suposto que o hospital de Lisboa Oriental (ou de Todos-os-Santos) também avançasse e desse assim resposta a essas 100 mil pessoas, por uma questão de proximidade.
O problema é que o Hospital de Todos-os-Santos está em banho-maria, pois a troika mandou suspender e avaliar todas as parcerias público-privadas. Enquanto não nasce este novo hospital, algumas das pessoas de Loures serão discriminadas no acesso ao novo hospital.