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O austríaco Daniel Koellerer, conhecido por ter protagonizado um ror de situações polémicas (dentro e fora dos “courts”), foi terça-feira irradiado do ténis profissional. A decisão ficou a dever-s..." /> — ler mais..

O austríaco Daniel Koellerer, conhecido por ter protagonizado um ror de situações polémicas (dentro e fora dos “courts”), foi terça-feira irradiado do ténis profissional. A decisão ficou a dever-s..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Tenista batoteiro foi irradiado

31 Maio, 2011 0

O austríaco Daniel Koellerer, conhecido por ter protagonizado um ror de situações polémicas (dentro e fora dos “courts”), foi terça-feira irradiado do ténis profissional. A decisão ficou a dever-se ao facto de ter sido considerado culpado em três acusações de manipulação de resultados.

“A decisão tem efeito imediato e significa que Koellerer não está apto a participar em nenhum torneio ou competição organizada ou sancionada pelas entidades profissionais da modalidade”, anunciou a Unidade de Integridade do Ténis, um órgão formado pela ITF, ATP e WTA – as entidades que gerem os destinos do ténis a nível mundial – exactamente com o objectivo de proteger a modalidade dos escândalos relacionados com as apostas.

Koellerer, de 27 anos e actual número 385 do “ranking” mundial (chegou a ser 55.º), foi sempre um jogador problemático, tendo coleccionado multas e uma legião de “inimigos” dentro do circuito. Vários adversários queixaram-se das suas palavras (o brasileiro Júlio Silva, por exemplo, acusou-o de racismo) e actos.

Mesmo tendo o direito de apelar ao Tribunal Arbitral do Desporto, tudo indica que o austríaco irá optar por mudar de vida, já que os indícios da sua participação em jogos “comprados” parecem ser mais que muitos. Se assim acontecer, o desporto (em geral) e o ténis (em particular) agradecem, pois quem teve oportunidade de ver o rapaz em acção cedo percebeu que ele estaria melhor a descansar a cabeça numa qualquer casa de repouso…

O valor das apostas

Quantas vezes é que fazemos uma aposta e, passados alguns minutos – ainda antes de saber se a coisa vai acabar bem ou mal -, estamos a pensar que o melhor era ter ficado quieto? Embora alguns “iluminados” garantam que isso nunca sucedeu com eles, não há ninguém que escape a este fenómeno, desde os apostadores sazonais (os que em menos de uma semana torram a verba com que pensavam ir conquistar 1 milhão), aos regulares, passando pelos profissionais. Todos, neste ou naquele momento, temos dúvidas, hesitações. Pessoalmente… acho piada a isto! OK, sei que parece estranho, mas o friozinho que se instala no estômago pouco depois de clicar no botão que confirma a aposta mais ou menos arrojada é uma das razões que me leva a ser apostador. Aprecio essa emoção, a ansiedade própria do momento. Quanto ao resto… logo se vê!

Já assumi que não sou, nunca fui, nem serei apostador profissional. Não vivo disto, nem para isto. Logo, sou o primeiro a considerar que os meus métodos não são ideais para ser seguidos por ninguém. Aliás, começo por considerar que não tenho um método muito definido. Basicamente sigo dois caminhos completamente distintos: o lógico e o irracional. Vou tentar exemplificar. Se gasto horas e horas durante a semana a compilar dados estatísticos sobre os principais campeonatos europeus de futebol, é normal que me socorra dessa informação para fazer apostas em determinadas partidas. Saber que a equipa A tem uma média de 11 cantos por jogo é, em teoria, ajuda importante para considerar que nos encontros em que intervém esse clube é mais provável que a fasquia dos 10 cantos seja atingida em comparação com aqueles em que alinham duas formações cujas médias juntas não chega aos 6. Na NBA, então, vou mais longe. Olhar só para os dados estatísticos do momento pode ser escasso para quem conhece um pouco da coisa. Imaginem que, quando tenho tempo, dou-me ao trabalho de ver todos os frente-a-frente de determinados jogadores! Este, digamos, é o método lógico.

O irracional, acreditem, é o que aprecio mais. Essencialmente porque não dá trabalho nenhum. Basta chegar a casa de madrugada, não ter sono, ver que está a começar um qualquer duelo no entusiasmante campeonato da Indonésia e toca de acreditar que vamos ter um golito na primeira parte. Para além de não perder tempo a estudar o que quer que seja, este modelo tem uma parte psicológica que me agrada em caso de desaire: não fico a pensar que não entendo nada sobre futebol indonésio pela simples razão que, de facto, nada percebo. É pior perder apostas em assuntos que julgamos dominar e onde as estatísticas deviam empurrar-nos para o sucesso.

Serve esta introdução para dizer o seguinte: não há boas, nem más apostas. Isto não é matemática, nem qualquer outra ciência exacta. Tudo depende, por vezes, só da sorte. As apostas são um jogo e as apostas desportivas dependem do desfecho de outros jogos. Estudar os mercados e ser racional é sempre uma boa medida, mas não é garantia de sucesso, pelo menos de forma uniforme. Se fosse, então sim, seria profissional disto. No futebol, então, é por demais evidente constatar que 2+2 nem sempre dá 4, já que se trata, em meu entender, da modalidade em que a sorte mais mexe com o resultado. Quantos jogos já viram em que uma equipa remata 20 vezes, acerta duas vezes no poste, falha um penálti e acaba por empatar 0-0? Era errado apostar na vitória desse emblema? Claro que não, mas o resultado é o mesmo que considerar expectável que o Almeria ganhe em Barcelona!

Isto leva-me a outra área em que, sem rodeios, choco com muitos apostadores. Fico boquiaberto quando vejo alguém dizer que a aposta A ou B não tem valor, por causa disto ou daquilo. Consigo entender que, feitas as contas, se considere que determinada odd devia ser mais alta. Percebo também que muitas pessoas considerem pouco vantajoso correr o risco de perder uma soma considerável quando em causa estão odds abaixo de 1,30 ou mesmo 1,40. Mas, façam lá um esforço, isso será mesmo assim?

Um destes dias, por exemplo, vi uma aposta de ténis que pagava 1.09 para o Novak Djokovic derrotar creio que o polaco Lukasz Kubot. Aparentemente, era algo desinteressante. Valeria a pena arriscar 10 euros para ganhar 90 cêntimos ou mesmo 100 para embolsar 9? Em princípio… não. Então para aqueles que consideram que as apostas só são boas acima de determinada bitola, isto seria uma perda de tempo. Para mim, confesso, foi das coisas mais sensacionais que vi nos últimos tempos. Admito que não joguei porque, distraído como sou, quando chegou a hora… esqueci-me. Mas, vejam as coisas deste prisma: milhões de pessoas jogam na Bolsa todos os dias à espera de conseguir ganhos mínimos que sejam. A valorização de um papel em 1% pode ser considerada, na maioria das vezes, uma mais-valia notável. O mesmo sucede com depósitos bancários que pagam 5% ao ano. Pensem bem nisso e qualifiquem a possibilidade de ganhar 9%, em menos de hora e meia, apenas e só confiando que o melhor tenista mundial da actualidade (que na altura seguia já com mais 30 triunfos consecutivos sem uma única derrota em 2011) iria ultrapassar um adversário colocado abaixo do posto 100 do “ranking”. E, já agora, imaginem os lucros que os grandes tubarões podem embolsar com uma coisa destas. É que se 100 euros produziam um ganho de 9, mil já dava 90 e 10 mil… 900!

Um favorito ganhar um jogo de ténis é algo muito mais seguro que acreditar na subida das cotações da empresa A ou B. Mais que não seja porque depende somente do desempenho desse jogador (quando a diferença de potencial é considerável nem é importante o que o outro consiga fazer), enquanto as oscilações nos mercados bolsistas começam e acabam muitas vezes em mera especulações que nem os verdadeiros “experts” conseguem entender, quanto mais explicar.

Resumindo: para mim as apostas com valor são aquelas que ganho. As que perco não têm valor nenhum, pelo menos depois de perdidas. Parecem um boletim do Euromilhões que me candidatou a 123 milhões, mas que acabou por representar a saída de mais uns trocos do bolso.

(Texto publicado no site apostaganha.pt)

Atlético merece ser feliz

30 Maio, 2011 0

O Atlético assegurou no domingo, depois de bater o Padroense (1-0), a promoção à Liga de Honra, que é como quem diz ao segundo escalão do futebol nacional. Estava certo, desde o meio da temporada, que isso iria suceder, tal a valia do conjunto comandado por António Pereira em comparação com os opositores que ia conhecendo. No entanto, confesso, esta absurda e injusta derradeira fase final deixou-me à beira (não de um) de vários ataques de nervos. Para que o objectivo fosse alcançado foi preciso sofrer imenso. Ironicamente, contudo, o passaporte foi carimbado antes do último jogo (falta a deslocação à Madeira para defrontar o União) e depois de começar esta “poule” a perder (1-4) em Matosinhos, diante do mesmo Padroense.

Pela primeira vez, o Atlético vai poder participar na Liga de Honra. Creio que chega com vários anos de atraso a este escalão. E digo isto não por ser adepto, mas essencialmente por saber que em Alcântara há condições para ter uma equipa competitiva neste patamar. Será possível subir ainda mais? Claro, mas isso não poderá ser uma meta razoável a curto prazo. O clube, agora, precisa de se modernizar – há vários melhoramentos para fazer na velha Tapadinha -, continuar a apostar em jovens de imenso talento devidamente mesclados com futebolistas mais experientes, seguir a linha de evolução nas camadas jovens e manter o rigor financeiro. Só assim poderá ganhar raízes na Honra e, lá mais para a frente, equacionar a possibilidade de, então sim, tentar algo mais.

Regressemos ao jogo de domingo: como foi bonita a festa alcantarense! Foram precisos 21 anos (e até a queda no inferno da Terceira Divisão) para chegar aqui. Uma autêntica eternidade que, claro, acabou por impedir que muitos dos que sonharam com isto pudessem testemunhar, “in loco”, o feito. Mas, ao contrário do que pensa muita gente mal informada, o Atlético não é um clube de velhos. É verdade que ainda conta com o apoio incondicional de muitos que são do tempo das épocas gloriosas na divisão principal mas, quem passou pela Tapadinha nos dois últimos fins-de-semana, viu muita gente nova, sinal inequívoco da vitalidade do emblema.

Nunca escondi que sou adepto do Atlético. E se não nasci, vivi ou estudei na zona da Alcântara, a minha paixão deve-se ao facto de ter aprendido a gostar daquela gente quando, quase por acaso, acabei por ingressar na equipa de juvenis de basquetebol do clube. Já lá vão uns anos. Mais de duas décadas. Mas lembro-me como se tivesse sido um destes dias. Recordo colegas, treinadores, dirigentes, funcionários e adeptos, alguns dos quais ainda (felizmente) vejo com regularidade. Humildes, mas honrados e batalhadores. É assim, desta forma sucinta, que defino as pessoas do Atlético. Enquanto lá joguei e fui treinador, vivi mais vitórias que derrotas, mas na hora do desaire ninguém virava a cara à luta. Naquele clube, não são as derrotas que magoam, mas sim a possibilidade de alguém envergar a camisola sem o brio exigido. Como concordo com essa linha! No desporto ou na vida existem valores que deviam ser sagrados para todos.

PS – Não é por agora ver o Atlético a caminho da Liga de Honra que vou deixar de levantar a voz contra uma das maiores parvoíces que conheço no futebol. Quando é que irá acabar este sistema obsoleto que impede que os três vencedores das séries da Segunda Divisão ganhem o direito a subir automaticamente à Orangina? Dividam, se assim o entenderem, as equipas da Segunda em apenas duas séries com 18 ou 20 equipas, mas coloquem um ponto final nesta aberração e concedam o justo prémio (a promoção) a quem ganha a sua série.

PS 1 – Tinha prometido, minutos antes do arranque do Atlético-Padroense, que me tornaria sócio se o clube garantisse a subida. A promessa vai ser cumprida muito em breve! E comigo “arrastarei” alguns que, depois de visitar a Tapadinha, rapidamente se converteram à causa.

Barcelona sem espinhas

29 Maio, 2011 0

A final da “Champions” teve 4 golos, mas não teve grande história, nem a emoção que se podia esperar. O favorito, o Barcelona, ganhou e ganhou bem, sem espinhas. Depois da limpeza no campeonato espanhol, a Liga dos Campeões também acabou no bornal da formação catalã que, indiscutivelmente, é uma autêntica máquina de jogar futebol, conforme – com “fair play” – afirmaram, no final, Ferguson e os seus jogadores. O resultado foi 3-1 e, objectivamente, até podia ter sido mais dilatado. Os ingleses, pese a enorme vontade com que entraram em campo (impressionante o “pressing” nos primeiros minutos), não tiveram hipóteses. Ainda conseguiram reagir ao golo inaugural de Pedro, mas jamais mostraram capacidade para pensar, a sério, na vitória. O United é uma das melhores formações do Velho Continente. Acredito mesmo que sejam a segunda mais forte. Mas, em condições normais, não chega para bater o Barça.

Já o disse várias vezes: o Barcelona não é apenas a melhor equipa de Espanha na actualidade. É igualmente a mais forte na Europa e no Mundo. Não significa isso que tenha de ganhar em todas as partidas ou que seja invencível. A questão é que vence quase sempre ou, dito de outra forma, perde muito raramente. E isso sucede exactamente devido a quê? Antes de tudo, à qualidade excepcional de meia dúzia de futebolistas, com Messi à cabeça. O argentino é de uma regularidade assustadora e parece ter o dom de “puxar” pelo grupo. E depois ainda há gente como Xavi, Iniesta, Villa, Pedro, Abidal e outros que, em traços gerais, têm jeito – imenso – para a coisa…

Guardiola, com o seu estilo meio zen, também tem grande responsabilidade no sucesso da equipa. Soube criar um estilo muito próprio de jogar futebol e moldar os atletas a ele. Ou então foi o contrário, sinceramente não consigo entender. Só sei que o Barcelona joga muito e bem. Bom, esta é só a minha opinião. Sei que o modelo não atrai toda a gente. Ainda bem. Os críticos dizem que é cansativo ver a equipa jogar sempre assim. Têm razão. Também não gosto de ver os adversários quase sempre à procura da bola, invariavelmente preocupados em defender e com poucas ou nenhumas hipóteses de marcar. É efectivamente cansativo.

Deixemos as brincadeiras de lado: é possível alguém duvidar da qualidade do Barcelona e apresentar como justificação o facto de ser auxiliado pelas arbitragens? Não digo que os catalães não têm tido, aqui e ali, umas ajudas extras, mas isso acontece a todas as equipas de topo, em Espanha, em Portugal ou qualquer outro lado. O problema é que dirigentes, treinadores e jogadores só reparam nisso quando o “empurrãozinho” não lhes é favorável. Muitos, a maioria, precisavam de passar umas horas no sofá a ver vídeos mais ou menos antigos, de forma a avivar a memória.

Outra das grandes razões do sucesso do Barcelona diz respeito à sua sensacional capacidade para formar talentos e resistir à tentação de apostar quase em exclusivo no mercado internacional, a moda um pouco por todo o lado, Portugal (deveras) incluído. Por vezes, acrescente-se, fico pasmado quando oiço alguém dizer que o Sporting e o Ajax têm as melhores escolas da Europa. Será que ninguém repara que os catalães, nesta final, apresentaram de entrada Valdés, Piqué, Busquets, Xavi, Iniesta, Pedro e Messi? Eles são todos da formação do clube, tal como sucede, por exemplo, com o capitão Puyol que, por norma, também alinha de início. Na mesma época, na mesma geração, este clube apresenta tantas estrelas quanto um clube bom formador – como os atrás citados – cria em duas décadas. Isto é único!

PS – O gesto de Puyol, ao entregar a braçadeira de capitão a Abidal e a conceder-lhe o privilégio de levantar a taça, é um daqueles momentos que nos faz recordar que o futebol, mesmo movido por milhões, ainda pode ser uma escola de princípios, como o desporto deve ser na sua essência. Sublime!

PS 1 – O Real Madrid e José Mourinho, que tiveram a capacidade de impedir o Barcelona de ganhar também a Taça do Rei esta temporada, sofreram sábado outra “amolgadela” por parte dos catalães. Assistir à hegemonia do Barca é um verdadeiro tormento para qualquer adepto merengue. Será que a situação irá alterar-se na próxima época? É possível, mas duvido. Muito…

Mourinho ?despediu? Valdano

26 Maio, 2011 0

Confesso que estou admirado. O Real Madrid conquistou a Taça do Rei esta temporada – troféu que lhe escapava há mais de década e meia -, mas não ganhou mais nada. Os grandes objectivos da época (a Liga e a “Champions”) foram perdidos, com a agravante de ambos poderem ser alcançados pelo rival Barcelona. Mesmo assim, no final, a guerra entre Mourinho e Valdano foi favorável ao português. O argentino, na tarde de quarta-feira, foi obrigado a despedir-se (mais uma vez) do clube, sucumbindo a um duelo muito particular com o treinador.

Não é todos os dias que um dirigente, com passado significativo num clube, perde um “mano a mano” com um técnico. E se isto sucede numa temporada sem grande sucesso desportivo e quando o treinador em causa é novo na casa, então é mesmo raro. Mas Mourinho, mais uma vez, levou a melhor sobre quem ousou colocar-se no seu caminho. Repito: estou admirado!

Tenho imensa curiosidade em ver o que irá acontecer na próxima época. Com a parada tão alta, Mourinho não pode voltar a falhar. Sim, falhar, porque num emblema como o Real Madrid, não serve ser segundo ou chegar apenas perto das finais, ainda por cima quando – apesar das dívidas – parece existir uma fábrica de dinheiro que permite juntar craques uns atrás dos outros. Em caso de nova época “assim assim”, palpita-me que não será só o treinador a ter de fazer as malas. Se o destino for esse, é bastante provável que Florentino Pérez siga o mesmo caminho. E Valdano? Bom, esse, talvez regresse ao Bernabéu… pela enésima vez!

Golão de Rudi faz sonhar Atlético

24 Maio, 2011 0

A subida do Atlético à Liga Orangina está à distância de uma vitória. Domingo, em casa, perante o Padroense, o objectivo pode ser atingido. A goleada sofrida em Matosinhos (1-4) não interessa para nada. Os alcantarenses “só” precisam de somar os 3 pontos para, com antecedência, assegurar a promoção. Como não poderia deixar de ser, lá estarei a sofrer. Eu e muitos outros que simpatizam com este popular emblema, de gente simples e humilde, mas de coração enorme. Enquanto não chega esse momento, deixo aqui o resumo do sucesso contra o União da Madeira (1-0), onde se destaca o golão de Rudi, jogador que, sem surpresa, está a cativar o interesse de equipas mais cotadas. E como fica mal “ser juiz em causa própria”, transcrevo – com a devida vénia – um texto publicado no blog Red Pass (assumidamente pró-Benfica) que reflete muito bem o ambiente vivido no passado sábado na Tapadinha.

“Sábado à tarde, 17h dia de sol e um jogo de futebol para ver no estádio. Parece coisa de anos 80 mas não é. Chegou a hora das grandes (e estúpidas decisões) a Alcântara. O mítico Atlético Clube de Portugal está na luta pela subida aos escalões principais entrando na Liga Orangina. Com disse atrás são jogos de decisões estúpidas. Num país normal o campeonato de futebol do 3º escalão apuraria justamente 3 equipas para o 2º escalão, isto tento em conta que no 3º escalão, II b, as equipas são divididas geograficamente por 3 séries. Pela lógica cada campeão de série seria recompensado com a subida. Mas como quem manda não quer mais do que 2 equipas profissionais a descerem da Liga de Honra temos este mini campeonato absurdo no fim de época para decidir qual é o desgraçado que após vencer a sua zona vai ficar precisamente na mesma. É uma situação incrível e o bom senso no nosso futebol é cada vez mais raro. 

 

Chegados aqui importa dizer que o Atlético Clube de Portugal não é uma clube qualquer. Até final dos anos 70 o clube marcou presença na I Divisão por 24 vezes e conseguiu dois 3ºs lugares e um 4º lugar. Dava luta aos maiores de Portugal como ficou demonstrado em 2 finais da Taça de Portugal perdidas para Benfica e Sporting. Depois caiu nas divisões inferiores e nunca mais regressou mas há pouco tempo fez a gracinha de eliminar o Porto em pleno estádio do Dragão da Taça de Portugal.

 

Impunha-se uma ida à Tapadinha, estádio com lotação de 10 mil pessoas, para ver o jogo contra o União da Madeira. O movimento em Alcântara era grande , animado e colorido pelo branco, azul, vermelho e amarelo das cores do atlético reproduzidas em t-shirts , cachecóis e bandeiras. A entrada era livre e por isso as bancadas encheram-se do lado da sombra viradas para a ponte 25 de Abril .

O ambiente era muito familiar já que as caras conhecidass do Topo Sul da Luz eram mais que muitas. Um estádio à antiga tem bancadas de pedra, bar com cerveja sagres com alcool, obviamente, venda de tremoços, queijadas de Sintra e nogás. Não falta nada.

 

Aprende-se muito com os habituais adeptos da Tapadinha. Ali já morou o melhor relvado do país, já houve um jogo de Selecção de Esperanças no estádio da Tapadinha e o mais importante para nós benfiquistas: aquela águia de pedra que antigamente figurava em frente ao antigo Estádio da Luz, e que agora está no hall modernaço do novo estádio, foi oferecida pelo Atlético ao Benfica!

 

Do jogo com o União há que destacar o único golo do jogo apontado por Rudy. Um golão, por sinal. Uma finalização de bicicleta que deu a vitória e os primeiros 3 pontos à equipa de Alcântara que perdeu com o Padroense na estreia fora de casa por 4-1.

No próximo fim de semana há o 2º ( último jogo na Tapadinha )  deste apuramento para a Honra contra o Padroense.

Acho que vou repetir a presença porque o estádio de Alcântara cheira a História por todos os lados e acredito que o Atlético suba e venha recuperar os grandes duelos com os rivais de Belém. Era bem bonito derby Alcântara-Belém na próxima temporada às 11h15 da manhã de domingo. Vamos torcer para que aconteça a subida do histórico Atlético Clube de Portugal.”

Cardinal mereceu despedimento

21 Maio, 2011 0

Cardinal, um dos melhores executantes nacionais do momento, tem tanto talento para a prática do futsal como queda para os disparates. E isso, claro, tende a criar-lhe problemas. Ainda assim, dá a ideia que o rapaz não está minimamente preocupado com o assunto. Ele lá sabe as linhas com que se cose mas, como é evidente, não deve considerar estranho que o tenham despedido por justa causa, depois de se “esquecer” de ir treinar porque, nesse dia, tinha muito mais interesse em estar em Dublin, a assistir à final da Liga Europa.

Cardinal é adepto portista e nunca o escondeu de ninguém. Tal não configura nenhum problema, da mesma forma que não é grave ter um coração azul e branco e representar um clube rival, no caso o Sporting. O desporto nacional – do futsal ao futebol, passando por basquetebol, andebol, hóquei em patis, voleibol e tantas outras modalidades – está recheado de exemplo de atletas (a maioria profissionais) que jogam com o equipamento “inimigo”. Conheço dezenas no activo. E outros tantos já retirados.

A decisão dos responsáveis do Sporting é completamente compreensível. Aliás, não podia ser outra, sob pena da enorme falta de respeito pelo treinador, companheiros, clube e adeptos potenciar, a qualquer altura, o alastramento a outros membros do plantel ou até de diferentes modalidades. No entender de algumas pessoas com quem falei, o despedimento, de resto, só peca por tardio, pois Cardinal – tendo todo o direito do mundo a estar presente onde quiser, a apoiar quem mais lhe agradar – devia saber que não é pacífico ser visto na primeira linha dos Super Dragões quando, ao mesmo tempo, se representa um clube rival. Não consigo imaginar um assumido elemento da Juventude Leonina ou dos No Name Boys passar a profissional no FC Porto… E se isso já seria suficiente para criar atritos, mandar às malvas o profissionalismo por causa da clubite seria sempre uma gigantesca irresponsabilidade como, nesta caso, se verificou.

Ao não passar “cartão” a tudo e todos em Alvalade, de forma repetida e sem hesitações, Cardinal “pediu” para ser despedido. O Sporting, bem, cumpriu o seu desejo. E ao invés do que se possa pensar, talvez tenha ficado com uma equipa mais forte. Perdeu um grande valor individual, é certo, mas, muito provavelmente, apenas isso. E no futsal, tratando-se de um desporto colectivo, ninguém ganha sozinho, nem um único elemento poder ser mais importante que o grupo.

A bandeira portuguesa

19 Maio, 2011 0

A festa portuguesa em Dublin correu bem. Os adeptos das duas equipas conviveram de forma civilizada, mostrando que o futebol – mesmo sendo a profissão de muita gente – não passa de um jogo; os jogadores lutaram e foram agressivos, mas nunca perderam o respeito pelos adversários que, na essência, são colegas de ofício e até os dirigentes – que costumam ser os primeiros a incendiar o ambiente – souberam dar o exemplo. Contudo, no final, algo aconteceu que, para quem tem orgulho em ser português, constituiu uma enorme tristeza: passaram inúmeros minutos até alguém se lembrar de exibir uma bandeira nacional durante as comemorações portistas.

É evidente que, hoje em dia, é normal uma equipa de futebol contar com muitos estrangeiros no seu plantel. É tão normal que, por mais confusão que isso me faça (sim, sou defensor de um limite na utilização de jogadores não nacionais, seja nas provas internas como nas da UEFA), é possível uma formação portuguesa conquistar uma competição europeia não possuindo um único atleta luso no plantel. Felizmente, o caso ainda não está assim tão radical nos emblemas cá do burgo, mas não admiraria que, num futuro a curto-médio prazo, lá se chegue caso ninguém faça nada para o evitar. Adiante…

Na Dublin Arena, vi jogadores do Uruguai, Argentina, Colômbia, Brasil, Polónia e Roménia, felizes da vida, a exibir as bandeiras das respectivas nações. Contudo, os portugueses pareciam esquecidos desse pormenor. Até Rolando, que é internacional pelo conjunto das quinas, optou por transportar uma bandeira de Cabo Verde. Cheguei a temer que, pura e simplesmente, a festa ignorasse o maior símbolo nacional. Porém, quando já perdia a esperança, o guardião Beto lá salvou a honra.

Teria vindo grande mal ao mundo caso ninguém se lembrasse de exibir uma bandeira portuguesa? Não, claro que não. Ainda assim, creio que seria triste. Para mim, pelo menos, seria uma mancha significativa naquilo que foi uma festa… portuguesa.

FC Porto soma e segue

Mais uma prova, mais um título. O FC Porto segue imparável rumo, muito provavelmente, à conquista de quatro troféus numa só temporada, algo que raramente sucede, seja em Portugal ou em qualquer outro país. E como é costume nas grandes equipas, nem sempre é necessário jogar bem para, após os 90 minutos, somar mais um sucesso. Foi o que aconteceu em Dublin, na final da Liga Europa. Os dragões, conforme assumiu André Villas-Boas, não mostraram o seu verdadeiro potencial mas, naturalmente, nos embates decisivos a única coisa que conta é o triunfo e esse, conforme esperado, pertenceu aos azuis e brancos. 

O duelo realizado na capital irlandesa não constituiu um grande espectáculo futebolístico. A primeira parte foi demasiado táctica, embora com o FC Porto a dominar; a segunda foi mais emotiva, com o Sp. Braga a forçar o andamento, mas sendo incapaz de aproveitar uma soberana ocasião logo no reatamento (defesa fulcral de Helton a remate isolado de Mossoró). Os portistas, surpreendentemente retraídos, optaram por gerir a vantagem, controlando a posse de bola e apostando no contra-ataque para “matar” o jogo. A incerteza reinou até ao derradeiro instante, mas muito mais por culpa da magra vantagem dos dragões do que devido à pressão minhota.

Falcão, como não poderia deixar de ser, voltou a ser a figura de proa. Na Liga Europa foi quase sempre assim, pelo que ninguém pode dizer que não esperava algo do género. Na primeira vez que se libertou da marcação de Paulão (que hesitou entre ficar com o colombiano ou aproximar-se de Varela), o dianteiro soube capitalizar o cruzamento do compatriota Guarín e o deslize (bola perdida em zona proibida) de Rodriguez. Um verdadeiro “matador” é assim: não precisa de estar muito em jogo ou de rematar vezes sem conta. “Basta” acertar no momento certo.

Mas o avançado sul-americano não é a única individualidade do plantel nortenho a merecer toda a atenção por esse mundo fora. André Villas-Boas prossegue o seu autêntico estado de graça. Na primeira experiência a tempo inteiro como técnico principal, o treinador não pára de ganhar, de estabelecer recordes para todos os gostos. Será capaz de suplantar os feitos do antigo professor? Essa é a pergunta que já muitos colocam. De momento, claro, ainda está longe de apresentar um currículo tão brilhante quanto o de Mourinho, mas o melhor – perante este início de caminhada tão brilhante – é não apostar contra essa possibilidade. E digo isto quando, há uns meses, jamais me passava pela cabeça a possibilidade deste jovem (de apenas 33 anos) conseguir tanto sucesso e tão depressa. A manter este ritmo, e pese as garantias dadas por Pinto da Costa, não custa prever um salto repentino para um banco talvez menos apaixonante, mas garantidamente mais luxuoso…

O Sp. Braga merece, na hora da derrota, uma palavra de incentivo. A equipa, que internamente ficou a léguas do desempenho da temporada anterior, esteve sublime na Europa. É verdade que só venceu 9 dos 19 encontros realizados nas duas provas uefeiras em que competiu e que fechou as contas com um saldo negativo em golos (20-21). Mas, mesmo com estes dados aparentemente sofríveis, logrou atingir de forma impensável uma final e saiu do anonimato a nível internacional. Hoje, todo o Velho Continente conhece a formação arsenalista.

Resta saber o que irá acontecer no futuro imediato. Domingos vai para Alvalade com Rodriguez, Artur para a Luz, Sílvio para Madrid, Vandinho para local incerto e, muito provavelmente, outros também estarão de saída. Irá António Salvador conseguir manter uma bitola elevada, em Portugal e lá fora, tendo praticamente de construir um bloco todo novo? Esse é o seu desafio imediato.

Que ganhe o melhor!

18 Maio, 2011 0

Uma final europeia com duas equipas portuguesas! Parece mentira, mas é verdade. Daqui a pouco a bola vai começar a rolar na Dublin Arena e o meu único desejo é que se assista a um grande jogo de futebol e que, no fim, ganhe o melhor. Estou certo que Portugal vai aproveitar esta jornada para, através do desporto, passar uma imagem bastante positiva à Europa.

Numa cidade bem bonita e acolhedora, com gente simpática e sempre disposta a divertir-se – como testemunhei há uns anos, aquando de um jogo da Selecção Nacional realizado precisamente neste estádio, embora na altura com um nome diferente -, os adeptos portugueses (e os locais) têm todas as razões para mostrar ao mundo que, mesmo em altura de crise, não estão obrigados a resignar-se ao papel de desgraçados. Como sempre ouvi dizer… tristezas não pagam dívidas e hoje, para os portistas e bracarenses principalmente, mas também para os restantes portugueses e irlandeses, é dia de festa!

E quis o destino que este histórico embate tivesse lugar na terra da minha banda preferida. Não tendo a certeza que antes do embate se escute algo dos U2 na instalação sonora da Dublin Arena, aqui fica a minha colaboração para criar um ambiente propício ao espectáculo de qualidade.