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Derrota na Rússia, em Guimarães e agora empate em Coimbra. Três jogos sem ganhar e 180 minutos sem marcar… Está a chegar a fase decisiva da época e o Benfica dá mostras de um nervosismo e fal..." /> — ler mais..

Derrota na Rússia, em Guimarães e agora empate em Coimbra. Três jogos sem ganhar e 180 minutos sem marcar… Está a chegar a fase decisiva da época e o Benfica dá mostras de um nervosismo e fal..." /> Lado B - Record

Lado B

Que se passa afinal, Benfica?

27 Fevereiro, 2012 0

Derrota na Rússia, em Guimarães e agora empate em Coimbra. Três jogos sem ganhar e 180 minutos sem marcar…

Está a chegar a fase decisiva da época e o Benfica dá mostras de um nervosismo e falta de eficácia que preocupa dirigentes, técnicos e adeptos. Para quem ainda só tinha conhecido o sabor da derrota na Madeira, no jogo que ditou a eliminação da Taça de Portugal, urge entender como nos três últimos encontros apareceram mais dois desaires e um empate com um sabor muito idêntico. Aliás, como se junta a isto dois jogos sem marcar quando a equipa levava 37 consecutivos a fazer o gosto ao pé. Algo se passa, não há como escondê-lo.

Uma explicação óbvia parece ser a ausência de Javi García. Se Aimar é o homem que empresta a magia dos seus pés ao ataque encarnado, no espanhol encontra-se o pêndulo de tudo o que acontece no miolo. Matic é bem-intencionado, Witsel é bom jogador, mas nem juntos conseguem dar o que rende o trinco natural. Mas o pior é que pode não ser só isso.

Ao chegar a esta fase Jesus tem feito algumas opções menos felizes do que até aqui. Tirar Aimar e lançar Djaló em Coimbra só podia dar no que deu, porque Witsel estava encostado lá atrás a fazer de Javi. E este no banco a fazer o quê? Em condições devia ter jogado. Se não podia, em Lisboa ou na bancada daria o mesmo contributo. Optar por Nélson Oliveira em detrimento de Saviola é provavelmente apostar no futuro e esquecer o passado, mas então porque renovou o homem que tão brilhante dupla fez com Cardozo no ano do título?

Muitas questões e poucas respostas. Com uma certeza: nada está perdido. O Benfica depende apenas de si próprio para ser campeão. A má notícia é que o FCPorto também e agora até o Sp. Braga pode orgulhar-se disso. E isto porque o Benfica perdeu 5 pontos em 2 jogos consecutivos. O clube da Luz parece ter apostado demasiado no Clássico, esquecendo-se de vencer até lá. Uma certeza: ele não será decisivo.

Claro que os dragões ainda têm de bater o Feirense e os guerreiros vencer o dérbi minhoto. E o cansaço da jornada europeia não ajudará nenhum dos candidatos. Mas quem tem ambições é nestes momentos que tem de se superar. E é isso que assusta neste Benfica. Devia querer mais.

Texto publicado no Domingo, 26-02-2012

Nem tudo é uma festa

25 Fevereiro, 2012 0

POLACOS JÁ SE ESQUECERAM DO QUE É E DO QUE FOI O NAZISMO. E NÓS POR CÁ VAMOS CANTANDO E RINDO, BRINCANDO COM O FOGO

A visita do Legia Varsóvia a Alvalade trouxe consigo aquilo que de pior tem o futebol. Sim, pior do que bandos de arruaceiros que praticam a violência porque não sabem mais ou fanáticos que só veem o seu clube à frente, são os energúmenos que nada têm a ver com o desporto-rei e que andam nestas andanças para espalhar a mensagem do seu abominável criador, no caso Adolf Hitler, esse génio incompreendido.

Infelizmente, os polacos que ontem passearam por Lisboa já se esqueceram dos milhares de compatriotas que arderam nos fornos criados pelos nazis nos inúmeros campos de extermínio espalhados pela Polónia fora. Nomes como Auschwitz, Birkenau, Belzec, Madjanec, Sobibor e Treblinka não devem, não podem ser apagados da História, por muito que estes imbecis sigam uma ideologia que defende o extermínio de raças ou o simples assassinato de quem pensa de forma diferente. Recordemos que não foram apenas os judeus quem morreu aqui. Foram também comunistas, homossexuais ou simplesmente quem se atreveu a opor-se a um regime que sujou para sempre a trágica história da Europa. E se os números valem alguma coisa, lembremo-nos então que nos campos polacos foram assassinadas mais de 2,5 milhões de pessoas. Não, recordar não é viver.

É por fenómenos destes que as claques devem ser vigiadas muito de perto. Para que líderes com intenções pouco católicas não se aproveitem do normal desregulamento de uma turba difícil de tomar conta. As claques violentas na Europa de Leste são uma realidade dura para muitos países e os cidadãos portugueses terão de ter cuidado se se deslocarem ao Euro’2012 e decidirem passear por Varsóvia. A ideia parece alarmista, mas a simples visão de uma camisola da Seleção Nacional por um grupo de bandidos como este que andou por cá pode dar direito a espancamento. Nunca andar sozinho e em locais mal frequentados, por favor.

São economias em dificuldades e povos em que o orgulho nacional é afetado pela crise e ausência de soluções o melhor terreno para plantar ideologias perigosas. O desrespeito pelas outras raças surge pela vontade de encontrar culpados para a nossa miséria. Tentemos perceber então que a crise económica e de valores que enfrentamos hoje em Portugal nos pode levar, muito brevemente, mais do que alguns julgam, a enfrentar problemas semelhantes. Porque é, de facto, fácil, espalhar uma mensagem de ódio e revolta em tempos difíceis. A história já nos ensinou isso e a realidade também. A ideologia bélico-fascista tem forte implantação no futebol em países como a Sérvia, a Croácia, a Polónia, a Alemanha, mas também Portugal, ainda que disfarçada e mais nas grandes claques do que em pequenos clubes, felizmente seguidores dos lusos brandos costumes.

Vem aí mais um Benfica-FC Porto. E o que anuncia o clube da Luz? Que tem a sua zona de conforto pronta para receber os dragões? E o Sporting o que faz? Diz que tem um novo sistema de vigilância para estrear no dérbi. É de pequenas e ignorantes provocações como esta que nascem os ódios. Já viram como são os bichos, quando tiverem que aturar iguais não se queixem. Foram vocês que os criaram.

O Cult(o) está de volta!

24 Fevereiro, 2012 0

The Cult, Wolfmother e Pedro Abrunhosa são os três novos nomes inscritos no cartaz do Festival Marés Vivas, que se realiza em Vila Nova de Gaia entre os dias 18 e 21 de julho. A notícia foi hoje avançada em conferência de imprensa. Os bilhetes estão à venda nos locais habituais e custam €30,00 (um dia) e €50,00 (passe de quatro dias) – o valor do bilhete geral sobe para €60,00 a partir de 1 de junho. As novas confirmações juntam-se assim aos já anunciados concertos de Franz Ferdinand e Gogol Bordello.

18 de julho
Franz Ferdinand
Wolfmother

19 de julho
The Cult

20 de julho
Gogol Bordello

21 de julho
Pedro Abrunhosa

E depois nada será igual

23 Fevereiro, 2012 0

LEÃO PERDE CAPITÃO AMÉRICA E UM LÍDER. FC PORTO PROCURA VAGA EM MANCHESTER. BENFICA DEVE APROVEITAR REGRESSO DE JAVI.

Com a grave lesão de Onyewu o Sporting perde um dos seus pilares. Não porque seja um central de outro mundo, porque não é, ou não haja em Alvalade gente capaz de o substituir. Mas se olharmos para a época leonina, não é a toa que o Capitão América se tornou um dos mais queridos dos adeptos. Tem a ver com os pontos que conquistou com golos, a atitude dentro de campo, a excelente capacidade de comunicação. Isso levou a que se perdoassem nítidos problemas de relação com a bola e falhas defensivas. Fará falta a Sá Pinto? Claro.

Hoje em Manchester o FC Porto precisa de fazer o jogo perfeito para seguir em frente na Liga Europa. A história joga claramente contra o dragão, que nunca ganhou em Inglaterra e as circunstâncias não ajudam, mas no futebol tudo é possível e é assim que os jogadores têm de pensar. A temporada não corre bem a Vítor Pereira e as vitórias de Villas-Boas são um fardo difícil de carregar, mas o mestre em Londres também não vai bem. A vida é assim e o futebol não é uma ciência exata. Ainda podem ambos ser felizes. Mas não será fácil.

Após a inesperada derrota em Guimarães há boas notícias para os encarnados. Javi está apto para integrar o meio-campo, ele o único titular que não perdeu esta época. Dizem os críticos que terá sido a ausência do espanhol, a juntar à de Witsel, a explicação para a derrota. É mais fácil analisar os jogos depois de se conhecerem os resultados. Óbvio é que o trinco faz muita falta e que Matic não é da mesma igualha. Mas o Benfica precisa de tocar a reunir antes que duas derrotas seguidas se tornem num problema maior do que realmente são. É preciso bater a Académica custe o que custar para voltar ao caminho certo na liga e vencer o Zenit para que a Champions continue viva. Só que os triunfos não regressam apenas porque Javi está de volta. É necessário fazer mais e melhor. Antes que seja tarde.

PS – A marcação do clássico para sexta-feira é um dos expedientes em que o futebol português é fértil mas que não fica bem ao clube da Luz. Utilizar a Seleção, a Nacional e as outras,  como estratégia para ganhar vantagem sobre o FC Porto no jogo do título é inteligente. Mas feio. Pena que assim seja.

Roda no carro

17 Fevereiro, 2012 0

O último disco de Florence & the Machine é altamente recomendável. Muito mesmo. Não larga o CD do carro. Vale a pena.

Lá se foi mais um projeto

14 Fevereiro, 2012 0

SPORTING DEIXOU DE ACREDITAR EM DOMINGOS. E VICE-VERSA. O DIVÓRCIO ACABA POR SER TÃO LÓGICO COMO INESPERADO.

Já se tinha percebido que o idílio, sempre bonito no início de uma relação, já não seria festejado no Dia dos Namorados, mas após as juras de amor do presidente, nada fazia prever que o divórcio chegasse de forma tão abrupta. Nem Domingos o esperava diga-se, ele também com culpas no cartório e larga contribuição para a degradação do casamento. Se a separação chegou por conversas com o FC Porto ou mau ambiente no balneário como defendem os leões, se por nova paixoneta da SAD por Sá Pinto, vai depender do ponto de vista na análise dos factos. E facto é que falhou mais um projeto do Sporting, acabando novo treinador por ver indicada a porta da rua sem a época cumprida. Triste sina leonina.

Personagem mais chamuscada no caso? Godinho Lopes. A defesa que fez do técnico no dia anterior não se coaduna com a atitude tomada. Das duas uma, ou não manda nada e a solução lhe foi imposta ou, pior, disse o que disse como estratégia. Venha o diabo e escolha. Terá de se explicar.

Com esta medida o Sporting impõe o primeiro falhanço a Domingos. Após o brilharete em Braga, apesar do campeonato medíocre e da ridícula eliminação na Taça da Liga, o técnico estava na final do Jamor e presente na Liga Europa. Ou seja, com legitimidade para acreditar na conquista de, pelo menos, um título em época de estreia. E apesar da estúpida espera – mais uma – no aeroporto, as bancadas ainda não lhe pediam a cabeça em uníssono. Logo, a razão foi mesmo um divórcio de ideias entre Duque, Freitas e Domingos, os três homens em volta de quem, até ontem, girava o futebol. Sendo assim, provavelmente a decisão acaba por ser positiva. Porque é impossível levar uma equipa a bom porto quando não remam todos para o mesmo lado. Só com toda a estrutura – dirigentes, treinadores e jogadores – focada nos objetivos os leões poderão chegar a algum lado. E é histórico que a corda parta pelo lado mais fraco.

A aposta em Sá Pinto não deixa de ser natural. É o símbolo mais amado pelas claques, deve serenar os ânimos até final da época e este não era momento para ir ao mercado à procura de treinador. E Ricardo, por razões óbvias, não podia dizer que não.

Servilismo não!

11 Fevereiro, 2012 0

Costumo dizê-lo quando à conversa com o meu pai, meio a sério, meio a brincar, que uma das vantagens de trabalhar num jornal desportivo é não ter de assistir de tão perto à degradação de moral e valores de um País que me diz muito e cujas lideranças tão mal têm tratado. Sim, nos jornais generalistas há mais Mundo, mais temas, maior diversidade diária, mas sectores como política e economia, para não falar da degradação da sociedade, tornar-se-iam complicados de gerir quando alguns dos implicados fazem tanta pele de galinha. No desporto, por muito que se goste de Benfica, Sporting ou FC Porto, de futebol ou hóquei em patins, com maior ou menor dificuldade, tudo não passa de um jogo.  Com um papel importante nas nossas vidas, nalgumas até demasiado, capaz de despertar paixões assolapadas, mas se colocado no devido lugar, incapaz de substituir o sorriso do bebé quando chego a casa.

Então o futebol é melhor do que o País? Claro que não. Apenas um espelho, com gente tão limpa ou corrupta como nas restantes actividades. E sabe-se como Portugal é hoje um local de esquemas e compadrios. Ainda assim, o impacto das medidas de um dirigente de clube pouco sério é sempre menor do que a de um político, jurista ou detentor de um cargo capaz de afectar todos os portugueses. E são muitos, infelizmente.

Há algo em que o futebol português é infinitamente mais interessante, digno, até valente. Joga para ganhar. Ao contrário do que acontece com os nossos políticos atuais, capazes das figuras mais tristes perante os congéneres alemães, mas incapazes de assumirem que Portugal ainda é uma nação soberana, onde se deviam tomar decisões a bem dos que cá vivem. Pode-se jogar à defesa, pode-se até acabar goleado. Mas de cabeça levantada, diz-se não ao servilismo.

Domingos respira de alívio

9 Fevereiro, 2012 0

Era jogo de tudo ou nada para os leões e no final Domingos respirou de alívio. O Sporting está na final do Jamor e isso é tudo o que os dirigentes lhe pedem: um título que mostre aos adeptos que o caminho escolhido é válido. Igualar os 2.ºs lugares de Bento já não vai ser fácil, mas se bater a Académica e conquistar a Taça de Portugal o técnico apagará um pouco da marca deixada por um treinador que ainda causa divisões entre a família leonina. Antes as Taças, Supertaças e acessos à Champions eram pouco… depois ninguém as repetiu.

É óbvio que o investimento proporcionado a um e outro não tem qualquer comparação e não pode o dinheiro gasto em contratações com Domingos obrigar à conquista da Liga. Até porque FC_Porto e Benfica não ficaram parados e gastaram tanto ou mais e em menos jogadores. Mas a fasquia fica obrigatoriamente mais alta, por muito que se usem imagens como a Cerelac ou queixas injustas de jogadores chegados a conta-gotas. Em Alvalade o timing é de tocar a reunir, focar nos objetivos possíveis e devolver a alegria às bancadas, esta época mais permissivas e com vontade de puxar pela equipa do que em anos anteriores.

Resta por isso olhar para o Jamor como o compromisso mais importante que resta, mas sem esquecer a Liga Europa  – onde a experiência de Domingos é  importante – e perceber que no campeonato tudo o que vier a mais será melhor. Ou seja, chegar à pré-eliminatória da Champions, sem ser a conquista da Liga, é vital para um emblema em falência técnica. Lembrem-se disso.

Abundam em Alvalade queixas de arbitragem, umas com mais razões do que outras, mas o que faz mais confusão é a mágoa com a comunicação social. O leão tarda em perceber quem deveriam ser os aliados e a confundir o trigo com o joio. Talvez por isso as ideias não passem, se mantenha a comunicação bicéfala, se ligue a coisas com que não se deveria perder um minuto. Também aqui o Sporting está a anos-luz dos rivais. Tem gente que sabe o que faz e que pode mudar. Tarda em fazê-lo.

Pedro Proença volta a estar no centro do furacão. Ontem criticado de um lado e outro, conseguiu o pleno. E é o melhor…