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SEM ELIAS NA LIGA EUROPA, DOMINGOS É OBRIGADO A PROCURAR NOVAS SOLUÇÕES. SAÍDA DE AGUIAR É PERDA IMPORTANTE Após importante recuperação pontual e anímica no campeonato, o Sporting tenta hoje manter..." /> Lado B - Record

Lado B

Sporting procura maior solidez

29 Setembro, 2011 0

SEM ELIAS NA LIGA EUROPA, DOMINGOS É OBRIGADO A PROCURAR NOVAS SOLUÇÕES. SAÍDA DE AGUIAR É PERDA IMPORTANTE

Após importante recuperação pontual e anímica no campeonato, o Sporting tenta hoje manter a veia ganhadora na Liga Europa frente à equipa mais poderosa do grupo. É verdade, não se trata de um adversário qualquer e certamente não o mais desejado por Domingos para tentar a 5.ª vitória consecutiva. Mas arranca hoje para os leões um ciclo bem complicado, seguindo-se Guimarães como saída na liga interna. Ver-se-á agora o verdadeiro estofo deste leão que encantou frente aos sadinos mas que tem agora ossos mais duros de roer.

Frente à Lazio, Domingos tem vários problemas. Primeiro a ausência de Elias, o organizador do meio-campo, o homem que trouxe equilíbrio a um miolo que andava à deriva antes de o brasileiro “dizer” a Schaars e Rinaudo como transformar uma manta de retalhos num bloco dinâmico e veloz. Depois também a lesão de Rodríguez, um central que traz classe e cérebro a uma defesa a que Onyewu dá altura, mas que tem parado demasiado e que hoje volta a encostar. Polga é um bom jogador, mas falta-lhe confiança e ambiente. Uma boa exibição seria vital para segurar a Lazio mas também para o futuro, pois o brasileiro em bom plano pode fazer a diferença durante a época.

Pede-se a Domingos que encontre forma de os leões jogarem com cabeça, sem os altos e baixos mostrados em Vila do Conde ou Zurique, ou mesmo sem a vontade de fazer tudo de uma vez como frente ao Vitória. Contra uma equipa que tem na frente Klose e Cissé e no meio um brasileiro com a classe de Hernanes, é preciso ter calma. Da baliza até lá à frente. E até nas bancadas…

A saída de Luís Aguiar para o Peñarol é uma perda importante para Domingos, a que ninguém ligou muito apenas porque o médio ainda não fez nenhuma partida oficial. O ex-bracarense é um jogador que conhece a liga portuguesa, importante na definição de ritmos e nas bolas paradas e que seria excelente opção para as ausências de Elias na Liga Europa ou para as eventuais lesões de Schaars ou Matías no meio-campo. Percebe-se que quando as coisas não funcionam, o melhor é resolvê-las. Mas o Sporting não ficou mais forte.

Ser ou não ser matador

28 Setembro, 2011 0

WOLFSWINKEL DÁ ESPERANÇA AOS ADEPTOS LEONINOS, KLÉBER TENTA FAZER ESQUECER FALCÃO. JÁ BENFICA E SP. BRAGA SORRIEM.

Ricky van Wolfswinkel é a última coqueluche do Sporting. Um jovem ponta-de-lança que demorou a convencer Domingos e que só pegou de estaca após a saída de Postiga para Saragoça. Já havia quem lhe tivesse feito o enterro e mais quem tentasse criminalizar a compra de semelhante estorvo por 5 milhões quando o leão fez o click em Paços de Ferreira e o ex-Utrecht arrancou para uma série de 5 golos em 4 jogos. O leão soma por vitórias esses encontros. Afinal, é esta a diferença entre ter ou não ter um matador. Esta é uma das muitas lutas particulares que vai decorrendo na liga nacional. O Sporting estava meio órfão desde o adeus de Liedson e para a frente contratou Wolfswinkel e Bojinov. O primeiro um jovem valor em ascensão, o segundo um craque em baixa que procura o renascimento por cá. É difícil ser campeão ou pelo menos lutar por isso sem fazer golos. O triunfo do holandês é vital para Domingos e o projeto de Godinho Lopes.

Nesta luta, o FC Porto apresenta Kléber, jogador contratado ao Marítimo numa novela que fez correr muita tinta e de contornos algo cinzentos. O brasileiro tem pinta e é bom jogador. O seu maior adversário não é, curiosamente, nenhum oponente nacional, mas sim o homem que fez história no Dragão e que na época passada tanto ajudou Villas-Boas a conquistar Supertaça, Campeonato, Taça de Portugal e Liga Europa para a sumptuosa vitrina de títulos portista. Sim, Kléber é bom. Mas não é, ou ainda não é, Falcão. E o campeão tem de saber lidar com isso. Tal como o avançado. E mesmo Vítor Pereira, obrigado a encontrar novas soluções para os problemas e equações complicadas que o colombiano resolvia com simples contas de cabeça.

Em vantagem em tão particular concurso seguem Benfica e Sp. Braga. Os encarnados porque têm no mal-amado Cardozo um goleador precioso, por inestético e por vezes até irritante que seja dentro de campo. O paraguaio faz golos de toda a maneira e feitio e um valor assim deve ser bem guardado. Já os guerreiros podem agradecer ao rival da Luz a dispensa de Nuno Gomes. Estava na cara que jogando ia continuar a fazer aquilo que sempre fez: golos.

 

 

 

 

A importância de ter Elias

25 Setembro, 2011 0

COMO UM JOGADOR DÁ DIMENSÃO A UMA EQUIPA OU COMO OS ÚLTIMOS ACERTOS DE MERCADO EQUILIBRARAM O LEÃO DE DOMINGOS

As quatro vitórias consecutivas do Sporting de Domingos não deverão levar equipa, dirigentes e adeptos ao clima de euforia desmesurado e injustificado que se seguiu à vitória sobre a Juventus na pré-época, mas para um grupo que muitos já viam como morto e enterrado após a derrota com o Marítimo, o momento só pode ser de alegria. Os leões fizeram uma grande exibição frente ao Vitória de Setúbal e ficaram a dever a si próprios e aos sedentos seguidores uma goleada das antigas. Valeu Diego aos visitantes.

Há muitas formas de explicar a ressurreição leonina e o bom momento atual não terá apenas uma verdade, mas as contratações de Elias e Insúa, especialmente o brasileiro, equilibraram a equipa de Domingos e deram sentido a uma série de coisas que pareciam simplesmente não encaixar. Schaars e Rinaudo parecem outros com o constante movimento do internacional canarinho, ele sim, o verdadeiro dínamo que o técnico precisava para que o 4x3x3 tivesse a dinâmica necessária. Há jogadores que não são caros, são bons. Parece ser o caso.

É injusto dizer que o Sporting ficou mais forte com as saídas de Postiga e Djaló, mas já será difícil não acreditar que o processo facilitou as escolhas de Domingos e que os que entraram acrescentaram algo à equipa. Wolfswinkel tem claramente mais golo do que o internacional português e mesmo o “verdinho” Carrillo parece ter mais à-vontade para jogar na ala do que um Yannick que sempre vi mais como ponta-de-lança do que extremo. Não fosse o azar do veloz avançado em Nice e dir-se-ia que todos saíram a ganhar com os negócios.

Ontem, frente ao Setúbal, foi impressionante o ritmo do meio-campo da casa. Muita ambição, olhos sempre postos na baliza e muitas e muitas bolas para finalização. Depois dos 3 pontos, o melhor da noite para Domingos e os seus homens foram as pazes com o povo de Alvalade. E como isso é importante…

É pena que o Sporting tenha enfrentado as atuações de Carlos Xistra e Pedro Proença com Olhanense e Marítimo. Seria giro perceber onde poderia estar se tivesse somado aqueles pontos. 

A falta que faz um Falcão

22 Setembro, 2011 0

QUANDO ESCREVI QUE SÓ O MERCADO PODIA ABALAR O FC PORTO DEIXEI MUITOS LEITORES ZANGADOS. O COLOMBIANO MOSTRA O PORQUÊ

Depois de muito se falar de arbitragens, túneis e quejandos, a época passada mesmo os mais ferrenhos benfiquistas e sportinguistas acabaram por reconhecer que o FC_Porto de Villas-Boas foi a melhor equipa portuguesa e mereceu o título reconquistado às águias. Essa foi provavelmente a mais saborosa das festas que levou adeptos aos Aliados, eles que ainda por lá andaram a festejar a Taça de Portugal, a Liga Europa e a Supertaça. Muita conquista que levou os adversários a engolir a superioridade, por muito que lhes custasse.

O patamar de excelência atingido e o naipe de craques à disposição de Vítor Pereira indicavam claro favoritismo no arranque para 2011/12. Escrevi que só mesmo o mercado podia atrapalhar o dragão, tal a capacidade de nomes como Hulk, Falcão e João Moutinho, os três pilares portistas, a que se juntava ainda James Rodríguez, um miúdo que é mesmo craque e vai dar muito que falar nos próximos anos. Deixei com a ideia muitos benfiquistas e sportinguistas indignados, mas acredito e reafirmo que as novelas com Fernando e o Incrível e a saída do ponta-de-lança colombiano foram mesmo o que voltou a equilibrar o futebol português. Claro que a saída de Villas-Boas também, não porque não reconheça valor a Vítor Pereira, mas porque a identificação do técnico da época passada com a equipa era química que não se via desde os tempos de Mourinho à dragão.

Só que ao venderem Falcão os portistas perderam o goleador dos grandes jogos. O homem que sabia jogar de costas para a baliza como poucos, que cabeceia como ainda menos, o avançado que ontem desfez o Gijon de Preciado e que fazia tridente arrasador com Hulk e James ou Varela.

Quer isto dizer que Kléber não presta ou que Vítor Pereira tem vida impossível? Claro que não. O futebol português ficou apenas mais equilibrado. A época passada o dragão estava noutro patamar e apesar da gritaria que vinha da Luz, os resultados deixaram tudo muito claro. Esta temporada as coisas podem ser diferentes. Há ainda muito por jogar, mas o clássico de amanhã começará a clarificar as coisas. Genes de campeão aparecem em jogos assim.

I love good music!

20 Setembro, 2011 0

Wayne Hussey, vocalista e guitarrista dos The Mission, e Julianne Regan, vocalista dos All About Eve, juntos num disco feito em casa. A não perder, claro.

Domingos tem muito a fazer

UMA EQUIPA NÃO SE CONSTRÓI DE UM DIA PARA O OUTRO. MAS NOS DIAS DE HOJE NÃO HÁ TEMPO PARA PROJETOS. É JOGAR, JOGAR…

Só uma equipa em construção como é o Sporting de Domingos podia sofrer o que sofreu após uma entrada de sonho, em que vencia por 2-0 estavam decorridos apenas 3 minutos. Há muito quem goste de gozar este Leão em mutação constante, quem não saiba ainda proferir os nomes de Schaars ou Wolfswinkel ou quem acredite que se gastou demasiado em Elias, um jogador claramente acima da média. Mas esse é o menor dos problemas do técnico ou mesmo de Duque e Freitas, os homens que construíram o plantel.

Porque problema mesmo é sentir-se que as três vitórias ainda não trouxeram a serenidade necessária à equipa, onde já se vislumbra qualidade em jogadores como os dois holandeses, ou Rinaudo e Capel, mas que em termos de conjunto deixam ainda muito a desejar, como mostraram os minutos de desorientação que permitiram o empate ao Rio Ave. Curiosamente, a vitória chegou pela cabeça de um dos reforços menos unânimes, o gigante Onyewu, que faz a diferença nas alturas, mas em baixo, por vezes, vê-se ainda às aranhas.

A Domingos não resta mais nada se não ir construindo a equipa que, como diz, não será para ontem e que o técnico espera ter tempo de mostrar amanhã. Sem plantel à imagem de FC_Porto e Benfica, que estão ainda muito à frente, há já em Alvalade outra qualidade. Mas hoje não há tempo para projetos. Terão os jogadores em geral e o treinador em particular de conquistar o direito a dizerem que lutam pelo título. Ontem voltaram a depender apenas de si próprios para serem campeões, mas quem vê o que viu em Vila do Conde fica com dúvidas. Ainda assim, não há nada como as vitórias para elas se irem dissipando, mesmo se tão sofridas e pela margem mínima como as infligidas a Paços de Ferreira e Rio Ave.

A intranquilidade da equipa parece, entretanto, ter passado para a baliza. Rui Patrício foi mal batido no primeiro e esteve intranquilo. Muito. Mais um problema para Paulo Bento, que tem Eduardo no banco da Luz e vê o guarda-redes leonino vacilar. Para quem já perdeu Ricardo Carvalho e Hugo Almeida e ainda não sabe o que se passa com Pepe e Fábio Coentrão, uff…

Eles só têm é de correr…

19 Setembro, 2011 0

SUPERAR A SEMANA EUROPEIA É O DESAFIO PROPOSTO A FC PORTO, BENFICA, SPORTING E SP. BRAGA. MAS A OBRIGAÇÃO TEM DIAS.

Temos a mania de dizer que os jogadores não fazem mais nada, por isso só têm é de jogar, de preferência sempre a 200 à hora e muito bem. É vulgar ouvi-lo em qualquer conversa de café ou discussão mais acalorada, nomeadamente a seguir a um empate ou derrota inesperado da nossa equipa. Afinal, se ganham tão bem por que terão os craques de descansar como as outras pessoas? Um escândalo!

Os grandes especialistas costumam dar a Premier League como exemplo da competitividade desejada, de equipas que jogam todos os dias e sempre bem, não se cansando das taças da liga, de Inglaterra e compromissos europeus. Não é bem verdade e a jornada europeia que passou mostrou-nos como, por exemplo, Ferguson e Villas-Boas, apenas para citar dois nomes, encararam com outros olhos a ronda europeia, um descansando Lampard e Terry para o confronto de Manchester, outro alinhando na Luz com uma equipa onde faltavam, por exemplo, Nani e Chicharito, dando a titularidade apenas a 3 jogadores dos que estiveram nos 5-0 ao Bolton.

É claro que as jornadas duplas têm custos e se equipas recheadas de grandes valores, como é o caso dos red devils e dos blues podem fazer a rotatividade desejada, outras há, por exemplo em Portugal, onde os onzes são fortíssimos mas sem meia dúzia de titulares a coisa já não é bem assim. Por tudo isto e também porque a liga nacional segue escaldante, um dos motivos de interesse da ronda é se FC Porto, Benfica, Sporting e Sp. Braga conseguem esquecer-se dos 90 minutos jogados a meio da semana – e os da Liga Europa das viagens realizadas – e somam por triunfos os complicados jogos a disputar.

Quer isto dizer que os treinadores e dirigentes podem utilizar isto como argumento para eventuais maus resultados? Não. Quem representa clubes grandes sabe quais as responsabilidades que carrega. Mas se os tubarões do futebol europeu vão colecionando hoje craques atrás de craques para que esta gestão se torne possível, aos emblemas portugueses falta muitas vezes saúde financeira para tanto. Veremos então como se portam.

Texto publicado no sábado, 17/09/2011

A águia merecia algo mais

16 Setembro, 2011 0

BENFICA FEZ UM BELÍSSIMO JOGO. FALTOU UMA PONTINHA DE SORTE E MAIS CABEÇA. MAS O EMPATE COM O UNITED É DE FESTEJAR

Uma noite europeia a lembrar outros tempos trouxe-nos um Benfica poderoso, que se bateu sempre de igual para igual com o atual vice-campeão europeu. Aliás, se alguém mereceu a vitória ontem na Luz foi a equipa orientada por Jesus. Mais pressionante, mais ambiciosa, mais talentosa até, a formação encarnada podia ter ganho. Faltou um pouco de sorte e cabeça para fazer de momentos menos felizes o tal extra que levaria à derrota dos red devils.

E foi pena, de facto, que Ferguson tenha saído de Lisboa com 1 ponto. Ao entrar com um onze onde estavam apenas 3 titulares em relação à última ronda da Premier League, o escocês arriscou. Demasiado mesmo. Mesmo sabendo que há Chelsea na próxima jornada caseira – Villas-Boas também poupou Lampard e Terry frente ao Leverkusen –, o técnico do United só se deu ao luxo de tanta mexida porque a Champions perdeu brilho com o alargamento. Com Otelul Galati e Basileia no grupo o apuramento é quase garantido. A derrota teria castigado esta estratégia. E Ferguson respeitaria mais quem tem menos dinheiro.

Um empate é, ainda assim, um fantástico resultado para o Benfica. A equipa demonstra cada vez mais capacidade competitiva e jogando a este nível dificilmente romenos e suíços não serão derrotados na Luz. Um resultado positivo fora ditará a passagem à próxima fase. Em Old Trafford não será fácil, mas se Ferguson voltar a inventar, porque não sonhar com uma vitória histórica? Quem tem craques como Gaitán, Aimar e o mal-amado Cardozo, pode sonhar. Sempre com os pés bem assentes no chão e trabalhando muito. Maxi é exemplo.

Hoje é dia de Sporting e Sp. Braga voltarem à Liga Europa. Os leões procuram dias melhores após o bálsamo que foi a vitória em Paços de Ferreira. Não tem sido fácil o arranque de época e hoje falta aquele a quem muitos apontaram o custo mas que já mostrou ter dimensão futebolística: Elias. Passe a piada, Domingos precisa de paciência. É muito jogador novo, sistema diferente, maior exigência. Não se passa do marasmo à competência com um estalar de dedos. E opositores como Bruno Carvalho e Vicente Moura não ajudam. Nada, mesmo.

Famílias electrocutadas pela economia

15 Setembro, 2011 0

Um comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas que vale a pena ler:

 

1. Na altura em que aproxima o agravamento significativo da factura doméstica de gás e electricidade por efeito do colossal agravamento do respectivo IVA, importa  recordar um outro escândalo.

2. Actualmente, por cada 100 EUR de electricidade que adquirem, as famílias portuguesas têm que pagar mais 65 EUR por “Redes”, ainda mais 129 EUR por chamados “Custos de Interesse Económico Geral” (CIEG) e ainda mais 18 EUR de IVA, num total de 312 EUR. Note-se que o IVA recai sobre todas estas parcelas.

Isto quer dizer que, por cada 100 EUR de electricidade, que efectivamente adquirem, consomem e pagam, as famílias portuguesas têm que pagar mais do triplo desse valor. Dito por outras palavras: em cada factura doméstica de electricidade, aquilo que efectivamente corresponde ao consumo efectivo das famílias e, portanto, à sua responsabilidade pessoal e gestão familiar, é menos de um terço do que lhes é imposto pagar.

3. Tudo isto acontece com a bênção de um organismo da República (a quem os portugueses pagam através dos seus impostos) designado por “Entidade Reguladora do Serviço de Electricidade” (ERSE).

4. Este esbulho escandaloso foi, em devido tempo, denunciado pela DECO, que tomou a iniciativa de lançar uma petição < http://www.deco.proteste.pt/servicos-basicos/peticao-nas-maos-da-assembleia-da-republica-s628881.htm >, petição essa que, em apenas 15 dias, ultrapassou o número de 150.000 subscritores.

Esta iniciativa teve o claro aplauso do Parlamento < http://www.deco.proteste.pt/servicos-basicos/eletricidade-sem-extras-com-novo-impulso-s628711/dos/649241.htm >.

5. Porém, infelizmente, como tantas vezes acontece… nada aconteceu.

Neste caso, em virtude de, entretanto, a Assembleia da República ter sido dissolvida, o processo relativo a essa petição acabou por não ter o seguimento desejado.

6. Passadas as eleições, estamos, contudo, ainda pior.

Na verdade, pouco tempo passado sobre aquele “aplauso” parlamentar às justas denúncias da DECO, eis que os portugueses são surpreendidos pela aprovação pelo Governo e Parlamento da República do aumento do IVA da electricidade para 23%, sem qualquer exoneração dos outros custos exorbitantes que pesam, mês a mês, nas facturas domésticas de electricidade.

Isto é, recorrendo ao mesmo exemplo de 100 EUR de electricidade, a parcela do IVA passará de 18 EUR para 68 EUR, fazendo com que uma factura de 100 EUR de electricidade passe dos actuais 312 EUR para 362 EUR!!!! Noutra óptica: a electricidade efectivamente consumida e gerida pelas famílias vai corresponder a menos de três vezes e meia daquilo que lhes vais ser imposto pagar!

O lema não é o conhecido “pague um e leve dois”, mas “leve um, pague três e meio”.

7. A pergunta que importa fazer é esta: Estão a brincar?

A facturação da electricidade, em Portugal, constitui um verdadeiro assalto às famílias portuguesas, já de si fortemente sacrificadas pelas medidas que têm vindo a ser postas em prática para o saneamento das finanças públicas do tal “Estado gordo”, que carrega sem emagrecer, uma República gorda, anafada, que teima em fugir à dieta.

Em que é que a continuação deste assalto se enquadra no programa do Governo, aprovado há pouco mais de 2 meses? E onde estava no programa eleitoral?

8. Neste quadro de contínuo agravamento das condições de vida e dos encargos das famílias portuguesas, tanto mais grave quanto maior o número de dependentes a cargo, a Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) apresenta as seguintes questões:

  • Face ao escândalo que exposto e denunciado pela DECO, não é imperativo eliminar (ou reduzir substancialmente) a violenta e abusiva parcela dos tais “CIEG”?
  • Essa eliminação (ou redução substancial) não é um elementar imperativo moral na mesma altura em que o Governo aumenta o IVA da electricidade em 17 pontos percentuais, agravando-o em 283%?
  • E o que justifica o aumento do IVA em todas e cada uma das referidas três parcelas?

o   A electricidade não é um bem de primeiríssima necessidade, de tal forma que é considerado sinal de atraso o número de lares ainda sem electricidade?

o   E não é de primeiríssima necessidade a utilização da rede?

o   E os famigerados “CIEG”? Porquê agravar o IVA também sobre estes múltiplos e variados “CIEG”, cabendo à família suportá-lo, em lugar de o levar directamente à conta dos efectivos beneficiários e recebedores dos ditos “CIEG”?

9. A APFN tem a certeza de que esta medida, com fortíssimo impacto nos já exaustos orçamentos familiares, não recebeu qualquer “visto familiar”, razão por que reclama:

a) A suspensão do aumento do IVA em cada uma das parcelas que compõem a factura da electricidade;

b) A eliminação (ou redução substancial) da parcela dos “CIEG” na factura doméstica de electricidade;

c) Que o impacto do agravamento do IVA na factura doméstica de electricidade seja, pelo menos, compensado por uma redução equivalente de outros custos imputados à factura,  pelo menos enquanto decorrer este período de “emergência” em que as famílias estão a ser chamadas a participar de forma claramente desproporcional no inevitável esforço de saneamento das finanças públicas;

d) A extinção da ERSE, se este organismo, sem independência, nem critério socialmente aceitável, continuar a não contribuir em nada para evitar a exploração das famílias portuguesas por parte das entidades responsáveis pelo fornecimento do bem de primeiríssima necessidade que é a energia eléctrica.

Lisboa, 15 de Setembro de 2011

APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas