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A Autoridade Antidopagem de Portugal, vulgarmente conhecida por Adop, acaba de fazer valer a sua própria autoridade num processo onde, em traços gerais, consegue ser queixosa e juiz ao mesmo tempo ..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Agravar castigo… com atenuantes

30 Agosto, 2010 0

A Autoridade Antidopagem de Portugal, vulgarmente conhecida por Adop, acaba de fazer valer a sua própria autoridade num processo onde, em traços gerais, consegue ser queixosa e juiz ao mesmo tempo (como o Mundo seria engraçado se todos beneficiássemos desta capacidade). E assim sendo, resolveu mandar “às malvas” a suspensão de 30 dias que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol aplicou ao seleccionador Carlos Queiroz e subiu a parada para 6 meses.

Não estou surpreendido. Em Portugal, todos sabemos, é possível acontecer praticamente tudo o que, à primeira vista, parece aberrante. E neste caso concreto era fácil imaginar que os senhores do doping – seguramente com o patrocínio de alguém – iriam “colocar na ordem” o mal-educado Queiroz.

Mas, cá nesta nossa terra, nem os “serviços encomendados” cumprem as leis. A pena mínima que o treinador incorria por parte da Adop era de 2 anos. Sendo assim, como se justifica uma sanção menor? Pois bem, a fazer fé numa fonte próxima do processo, a Agência Lusa refere que foram tidas em consideração… atenuantes que levaram a reduzir o castigo. O tal castigo que, num primeiro momento, foi aumentado porque, aparentemente, o caso era gravíssimo. Confuso? Não! Apenas o normal neste país de gente doida!

Bom, vou continuar de férias. E a rir com tudo isto.

PS – Sem seleccionador durante 6 meses, a Federação vai fazer o quê com Queiroz? Tentar a rescisão do contrato? E o treinador? Vai apelar para onde e com que “armas”? Os próximos episódios desta novela portuguesa prometem. Enquanto isso, claro, os governantes acham que estamos a marcar pontos para organizar (como meros auxiliares dos vizinhos espanhóis) uma das próximas edições do Mundial de futebol. Isto é melhor que ir ao circo. Pelo menos há mais palhaçada!

Rivalidade irracional

25 Agosto, 2010 0

Acabo de ler, através de um despacho da Agência Lusa, uma notícia incrível oriunda da Grécia que demonstra bem a forma irracional como muitos pretensos adeptos do futebol… se comportam devido à exacerbada rivalidade com os clubes vizinhos.

“Um grupo de adeptos do Panionios destruiu o  relvado do estádio do próprio clube para evitar que a equipa rival, o AEK Atenas, possa disputar em casa emprestada um jogo da Liga Europa,  informou hoje a polícia grega.  

De acordo com fonte policial, o grupo de cerca de 30 adeptos derrubou as balizas, abriu buracos no relvado, queimou um dos bancos de suplentes e espalhou vários cartazes insultando o AEK de Atenas e a UEFA.  

O estádio do Panionios foi o palco escolhido pelo AEK de Atenas para  disputar o jogo de quinta feira da Liga Europa, com os escoceses do Dundee  United, devido às más condições do relvado do seu recinto.”

Mais palavras para quê?  

Braga muda de patamar

Contrariando a previsão da maioria dos analistas, o Sp. Braga conseguiu carimbar a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões. E isso, desde já, merece todos os elogios, pois derrubar equipas como o Celtic e o Sevilha não é, em situação alguma, fácil. No entanto, também não me parece que estejamos em presença de uma surpresa de todo o tamanho. A imprensa espanhola, por exemplo, considera que o afastamento dos andaluzes constitui o momento mais negativo da sua história. Não consigo perceber essa ideia. Primeiro porque o Sevilha, sendo forte, não tem poderio suficiente para, só com o peso de nome e das camisolas, assustar um Sp. Braga em nítida ascenção em Portugal e na Europa, e depois porque, ainda recentemente, o clube passou pela segunda divisão, algo bem mais difícil de entender (e humilhante) do que perder uma eliminatória com o segundo classificado da liga portuguesa.

A Espanha, para além de ostentar os títulos de campeã da Europa e do Mundo (algo que, assumidamente, invejo), possui um dos melhores campeonatos de futebol de todo o planeta. Jogadores de qualidade é, de facto, algo que não falta no país vizinho. Porém, com excepção de Barcelona e Real Madrid – que pertencem, efectivamente, a uma galeria restrita -, não há por lá nenhum outro emblema que possa, antecipadamente, ter a certeza de lograr dobrar os principais clubes lusos (Benfica, FC Porto, Sporting e Sp. Braga).

Para que não existam interpretações dúbias, convém esclarecer que não considero que os principais representantes do futebol nacionais possam, sistematicamente, bater conjuntos como Sevilha, Valencia, Atlético Madrid, Villarreal ou outros. O que faço questão de afirmar é que não pode ser considerado muito surpreendente ver os nossos mais fortes clubes passar a perna a essas equipas. Dito de outra forma: deixando de lado os dois colossos, que concentram os grandes craques da selecção espanhola (e não só), a diferença entre os clubes de topo de Portugal e a segunda linha espanhola não é muito significativa. É verdade que há mais dinheiro (ou pelo menos maiores orçamentos…) do lado de lá, mas sendo que isso é uma boa ajuda, também há muito se percebeu que não é só por aí que a formação A bate a B ou a C. E futebolistas de qualidade não existem somente em Espanha. Quem pensa assim – e sei que lá fora há quem desvalorize abusivamente a qualidade existente em Portugal – coloca-se em boa posição para ser “apanhado na curva”.

Regressemos ao duelo entre Sevilha e Sp. Braga. Os minhotos voltaram a ser inteligentes no embate da segunda mão. Sabiam que marcar um golo era, basicamente, acabar com a eliminatória. Assim, para além de defender de forma férra nos instantes iniciais, nunca se esqueceram de ir procurar o tal golito. E como em Glasgow, trataram logo de “acalmar” o adversário com o golo inaugural.

Domingos está a realizar um trabalho notável em Braga, conseguindo colocar em campo a estratégia idealizada pelo presidente António Salvador nos gabinetes. Hoje, de uma vez por todas, o Sp. Braga ascendeu a um patamar onde nunca tinha estado. Agora, como tantas vezes se diz, o mais complicado é conseguir ficar lá. Acredito que isso seja possível. A equipa está bastante confiante e os adeptos mais empolgados que nunca. Agora, convém é perceber que, esta temporada, não será fácil conciliar o ataque ao título com a Liga dos Campeões. Mas esse é um processo de aprendizagem que é obrigatório fazer.

PS – Notável a festa bracarense à chegada da equipa ao Porto. Só foi pena que os senhores da autoridade tenham resolvido estragar o momento com uma intervenção perfeitamente estúpida quando nada o exigia. Enfim, a autoridade não é, decidamente, algo que deva ser exercido por todos…

Coitado do Roberto

22 Agosto, 2010 0

Já perdi a conta aos textos que escrevi sobre o gigante espanhol que alguém na Luz pensou ser um guarda-redes de excelência. Disse e repeti, praticamente desde o deslize inicial, que se trata de um “keeper” sem a normal escola de um posto tão específico. Os últimos acontecimentos reforçaram a teoria e, admito, já não vislumbro maneira de me conseguirem tirar esta ideia da cabeça.
 
Pelo evidente exagero de artigos sobre o mesmo jogador – ainda por cima num período tão curto – fui criticado por vários leitores deste blog. Considero, efectivamente, que assiste alguma razão a quem me fez chegar o respectivo reparo. Por isso, de hoje em diante, tudo farei para colocar um travão nesta súbita tendência da minha escrita. Salvo acontecer algo de muito relevante, pura e simplesmente irei “ignorar” o que se passar futuramente com este guarda-redes tão invulgar.

Quero esclarecer que ao acabar de utilizar a palavra invulgar não estou, com toda a sinceridade, a pensar na sua cada vez maior propensão para o erro. Faço questão de salientar é que não se encontra todos os dias alguém sem queda para o ofício, sem experiência ao mais alto nível, mas ao mesmo tempo capaz de provocar uma transferência de 8,5 milhões de euros. Se até para um atacante é um ror de dinheiro, para um guarda-redes e para os débeis cofres dos emblemas nacional… é um mistério, um fenómeno que corre sérios riscos de entrar na história do futebol nacional. Pelas razões erradas, é verdade.

No entanto, para que conste, não tenho nada contra o rapaz (nunca falei com ele) e, por isso mesmo e até para contrariar o passado recente, agora considero que só devo criticar quem o resolveu contratar e, pior, quem ainda não vislumbrou motivos suficientes para o retirar da formação titular.

Jesus, que até há uns dias era considerado Deus pela nação encarnada, pode ver o seu estatuto passar rapidamente a Diabo. Para tal basta manter a sua aposta furada e, tão ou mais grave, insistir em desvalorizar o que toda a gente vê. Aliás, era capaz de ser boa ideia alguém oferecer um conjunto de dvd’s ao técnico encarnado para ele, tranquilamente, rever todos os lances em que considera que o espanhol esteve isento de culpas. Não é possível que, para com os seus botões, o treinador acredite no que tem afirmado publicamente.

Bom, regressemos ao essencial e tentemos imaginar o que vai suceder no próximo jogo do Benfica. Eu, para além de considerar que Carlos Martins vai ser titular e que a táctica a utilizar de entrada não será o 4x4x2, tenho a forte convicção que o guarda-redes será um brasileiro (o mais provável face ao gosto pessoal do treinador) ou um português (o preferido dos adeptos). Só não sei é a forma como se chegará a esse desenlace. Vejo várias hipóteses:

– Jesus “cai na real” e opta por proceder à alteração esperada.
– Luís Filipe Vieira e/ou Rui Costa ajudam o técnico a “ver” o que ele considera não ter existido e patrocinam a mexida.
– Os capitães de equipa (e talvez ainda mais alguns elementos) reforçam em privado o que já se viu em público (críticas variadas ao colega) e sugerem ao treinador que é capaz de ser boa ideia experimentar outro guardião.
– O espanhol, humildemente, admite perante Jesus que não está em condições psicológicas e pede para não ser opção durante uns tempos.
– Cirurgicamente (aproveitando o facto da maioria dos treinos serem realizados longe de olhares indiscretos), o ex-titular do Saragoça lesiona-se durante a semana e, claro, tem de ficar fora das contas.

É evidente que também existe a possibilidade de nenhum destes cenários se verificar. Nesse sentido, Jesus irá estar a arriscar cada vez mais. E, ao mesmo tempo, apenas contribuirá para tornar o clima, dentro e fora do campo, mais complexo e insustentável em torno do jogador que, por este caminho, corre o risco de não poder sair de casa sem ser ofendido pelos adeptos mais radicais. Alguém imagina a recepção que Roberto terá quando pisar o relvado da Luz antes do embate com o Vitória de Setúbal? Não vale a pena imaginar, pois todos sabemos como será, mas se calhar Jesus também não está a “ver” isso…

Andam a brincar com a Selecção

20 Agosto, 2010 0

O futebol português é bastante peculiar. Por cá não são necessários grandes feitos para que o Mundo olhe para nós. O problema é que, em muitos casos, o desporto-rei é notícia pelas piores razões. Para alguns, tal não é grave, para outros (aparentemente poucos) é embaraçante. Eu, assumo, não gosto nada de ver o meu país ser alvo de chacota por causa de uns quantos “artistas” que, tranquilamente, usam e abusam da nossa paciência, criando ou gerindo processos como se o povo não passasse de um bando de atrasados mentais que serve apenas para ir ajudando a subsidiar o “espectáculo”.

O imbróglio em torno de Carlos Queiroz é o último episódio de uma regular sequência de situações aberrantes que teimam em fazer parte do futebol luso. O interessante, desta vez, é que o argumento é suficiente para criar várias “mini-séries”. Assim, depois de um caso “gravíssimo” porque foi ofendida a mãe de um doutor (a situação era evitável, merece ser repudiada mas, para mim, não é tão grave quanto, por exemplo, socar um opositor em pleno relvado), agora resolvemos ir mais longe e iniciar a qualificação para o próximo Europeu… sem seleccionador! E como o seu último acto irreflectido foi tão ultrajante, nada melhor que, para além da suspensão, multá-lo em 1000 euros. Ainda bem que o Natal está distante, pois a punição podia impedir o treinador de comprar presentes!

Falando a sério: este processo é, desde o começo, uma autêntica palhaçada que, claro, não deixa de chamuscar todos os envolvidos que, curiosamente, parecem lidar tranquilamente com tudo isto. Um bocadinho de vergonha na cara não lhes ficava nada mal. E aproveitar para sair de cena também não…

Já o disse e repito: Queiroz teve um percurso estranhamente complicado na qualificação para o Mundial. Cometeu vários erros, mas acabou por carimbar o apuramento. Depois, é verdade, somou opções questionáveis na hora de eleger os convocados, de escolher os “onzes” e de proceder a alterações (de atletas e tácticas) durante os jogos. Ainda assim – e deixando de lado o futebol pouco apelativo -, passou o grupo mais complicado da fase inicial e só foi afastado pelo futuro campeão mundial… com um golo irregular.

Longe de ter sido um comportamento brilhante, também não foi vergonhoso. Vergonhoso é o que se passa agora. Havia possibilidades de fazer melhor? Seguramente, mas para isso teria sido necessário contar com Bosingwa e Nani, com Ricardo Carvalho e Pepe “rodados”, com Deco e Liedson “normais”, com o “verdadeiro” Cristiano Ronaldo e, quem sabe, com mais um ou outro jogador que foi esquecido.

Embora não fosse apologista dessa opção (essencialmente po falta de soluções evidentes, por causa dos custos da operação e porque o tempo era escasso), aceitaria que, aquando do balanço da presença na África do Sul, a Federação optasse por despedir Queiroz. Era legítimo que Madaíl e seus pares pretendessem mais. E até acabaria por ser normal que, juntando os resultados, as exibições, os desaguisados com alguns jogadores e as várias intervenções infelizes do técnico fora do campo a decisão passasse por aí.

Mas, como se sabe, a FPF encolheu-se. Por causa do dinheiro ou não, o presidente segurou o treinador e, pelos vistos, a restante direcção “comeu e calou”. Contudo, pouco depois, entrou em acção o Governo, pela mão (voz) de Laurentino Dias. E foi com a absurda cena do controlo anti-doping na Covilhã que se tentou “despachar” o técnico. Como ninguém teve coragem de despedir Queiroz, o derradeiro trunfo foi recuperar uma cena que, apelidada de tão grave, esteve escondida mais de 2 meses. Em Portugal, temos reparado, a tutela gosta de esperar antes de atacar as situações graves…

Pensaram, alguns inteligentes, que estava encontrada a maneira fácil de correr com o seleccionador sem lhe pagar a astronómica indemnização a que tem direito em caso de quebra de contrato. Só que, afinal, o tal trunfo não passava de um mísero duque ou terno. Só que com essas cartas, todos sabem, não se vai longe. Queiroz também tinha essa noção desde a primeira hora mas, à cautela, avisou que não hesitaria em levar o caso às instâncias internacionais (onde se mexe bem), confirmando o que era óbvio desde o anúncio do caso da Covilhã: Laurentino Dias e/ou o Governo estava a forçar a sua saída. Resta saber se por não pactuar com má educação, por considerar fraco o rendimento desportivo da Selecção, por clubite política ou por tudo junto.

Feitas as contas, a cena do controlo não deu nada. Claro. Apenas confirmou que o Carlos Queiroz actual é um homem nervoso – em contraste com o de há 20 anos – e que, por isso, tende a oferecer trunfos a quem não os tem. Só assim se entende que ainda com este assunto por encerrar (a Adop pode, através do Instituto do Desporto, aumentar o castigo, numa situação que seria anedótica, já que acabaria por funcionar, directa ou indirectamente, como queixosa e juiz), já sabe que vai enfrentar outro processo porque, em entrevista ao “Expresso” – a exemplo do que sucedera numa conversa anterior com “Sol” -, falou sem medir as palavras. São erros impensáveis para quem é inteligente e possui o dom da palavra, a menos que com isso esteja apenas a forçar algo, que é como quem diz… a sua própria demissão. O anúncio do recurso do actual castigo também pode ser explicado por isso mesmo. 

Independentemente de tudo isto, o mais caricato é que a Selecção vai começar a qualificação para o Europeu sem Queiroz no banco. Para alguns, eu sei, isso até pode ser considerado benéfico, mas é essencialmente ultrajante para o país e para a própria equipa que, em traços gerais, é um dos símbolos maiores de Portugal. Estamos a falar de um tremendo auto-golo.

PS – Sabe-se que Queiroz não poderá, durante o tal mês de suspensão, entrar nas instalações federativas. Gostava de saber como irá responder ao novo processo disciplinar, a menos que este possa ser lento como é costume na justiça cá do burgo. E também é público que o treinador está impedido de assinar a convocatória. Alguém pretende apostar que os eleitos serão escolhidos por Agostinho Oliveira? Eu aposto contra!

Que palhaçada!

Batalha campal no basquetebol

Gregos e sérvios são conhecidos por ferver em pouca água. E nem importa que em causa esteja apenas um mero embate de preparação para o Mundial de basquetebol ou que alguns dos intervenientes sejam companheiros nos clubes. Vamos ver é se esta autêntica batalha campal não irá fazer com que os dois países viajem até à Turquia apenas e só para competir e não para lutar pelas medalhas. É que não ficaria nada admirado que a maioria destes atletas fossem impedidos de participar no evento pela Federação Internacional (FIBA). Veja e dê a sua opinião:

Toca o alarme em Alvalade

Mudou a época, o treinador, vários jogadores e até a filosofia (a lengalenga da equipa recheada de jovens oriundos da Academia, tantas vezes utilizada para justificar resultados negativos, terminou) mas, contra as previsões, no reino do leão parece que está tudo na mesma. Pelo menos a avaliar pela derrota (0-1) em Paços de Ferreira, na abertura da Liga, e agora pelo impensável desaire caseiro (0-2) contra um mediano Brondby que coloca seriamente em causa a continuidade nas provas europeias.

O Sporting, é justo dizer, não começou mal nenhum dos embates referidos. E fez o suficiente para, com normalidade, marcar primeiro, algo que poderia, muito provavelmente, ter contribuído para que a história fosse outra. Só que, a exemplo de tantas situações no passado recente, a bola não entrou na baliza certa e, já se sabe, o futebol não vive de suposições, mas sim de factos. E objectivamente, em escassos dias, a equipa verde e branca somou duas derrotas improváveis… sem marcar um único golo. Ter construído boas oportunidades, tal como a evidente falta de sorte, são meros pormenores que o tempo apagará. Os resultados é que não!

Pese os desfechos negativos, creio que há mais Sporting esta temporada em comparação com a anterior. Mas, se isso é importante, nada é mais fulcral que a obtenção de vitórias. A massa associativa leonina – como qualquer outra em Portugal – não quer discutir a qualidade exibicional da equipa. Pretende é vitórias, pois isso é que conta. Juntar futebol vistoso não passa de um extra que só interessa a meia dúzia de líricos. Nem as derrotas do rival da Segunda Circular servem para animar as hostes sportinguistas, alarmadas com a possibilidade de um temporada similiar à transacta.

A prova de que em Alvalade são poucos os que têm paciência está à vista de todos. Os assobios e os lenços brancos mostram o parecer da bancada: há que inverter rapidamente o cenário. A questão é saber se isso será possível em tempo recorde. Não duvidando da capacidade de Paulo Sérgio, nem do valor de alguns dos atletas contratados, admito que a missão é complicada. Mais que não seja porque está à vista que o grupo, mesmo entrando bem nos encontros, vai perdendo confiança com o passar dos minutos e entra em desespero quando se vê em desvantagem. Todos sabemos que esta espiral, se prolongada, não acaba bem.

Enquanto as atenções se centram nos resultados, poucos vão reparando que a aquisição do defesa Torsiglieri parece ter sido um tremendo erro de “casting”. Se o rapaz não tem sequer valor para entrar nas convocatórias, quem é que se lembrou de pagar tanto por ele?

?Coincidências? na Luz

16 Agosto, 2010 0

Até à noite de domingo pensava que o facto mais relevante da jornada de abertura da Liga ia ser a derrota do Sporting em Paços de Ferreira. Enganei-me. Na Luz, o Benfica – em nova exibição sofrida, no seguimento da já fraquinha prestação com o FC Porto na Supertaça – foi batido pela Académica e iniciou da pior maneira a defesa do título. Para quem, a época passada, não sofrera nenhuma derrota em casa… o arranque não podia ter sido pior. Aliás, contas feitas, os encarnados desperdiçaram em somente 90 minutos mais pontos (3) diante dos seus adeptos do que em todas as 15 recepções da temporada transacta (2).

Podemos tentar justificar o desaire das águias de várias formas, sendo que as mais fáceis passam pelas saídas de Di Maria e Ramires, pelo azar (aliado a alguma felicidade dos estudantes) ou até mesmo pelo facto do árbitro não ter assinalado um aparente penálti sobre Javi Garcia. Contudo, não creio que esse seja o caminho mais sério. Em traços gerais, o Benfica perdeu (se tivesse empatado diria a mesma coisa) porque jogou mal. De princípio a fim.

É evidente que alguns simpatizantes benfiquistas irão argumentar que, mesmo ficando aquém do esperado, a sua equipa jogou o suficiente para merecer outro resultado. É verdade. E também é certo dizer que foi o conjunto da Luz quem mais rematou, que maior número de cantos apontou ou que teve mais tempo teve a bola em seu poder. Mas isso, claro, não passam de meros indicadores, pois objectivamente a Académica não precisou de nada disso para regressar a casa com os 3 pontos.

Já aqui disse várias vezes o que penso do guardião que os responsáveis encarnados “inventaram” para a baliza. Roberto não vale 8,5 milhões de euros, não tem experiência significativa ao mais alto nível (menos de 30 jogos no principal campeonato espanhol são insignificantes para quem surgiu como potencial mais-valia de uma formação construída para brilhar em Portugal e na Europa) e não fez rigorosamente nada durante da pré-época para merecer ser titular. Ou dito de outra forma: protagonizou tantos erros que devia ter começado os jogos “a sério” de fora. Jesus optou por lhe dar confiança, mas em duas partidas viu o costume: o guarda-redes a sofrer golos (à inacreditável média de 2/jogo) e a estar constantemente a hesitar entre sair ou não dos postes.

Roberto, é verdade, não deu “frangos” com FC Porto ou Académica mas, quem olhar com atenção e de forma desapaixonada, é capaz de dizer que nos primeiros golos de cada jogo o espanhol fez tudo o que devia? O ex-titular do Saragoça – que o Atlético Madrid conseguiu transacionar por uma verba astronómica, nomeadamente em tempo de vacas magras – treme (e faz tremer os colegas e adeptos) sempre que há uma bola parada, com destaque para as que surgem das faixas laterais. Até parece que tem 1,60 metros!

Quem tiver oportunidade de rever as imagens pode constatar que Roberto está sempre instável nos momentos que antecedem a cobrança dos cantos e/ou faltas. E na maioria dos casos é apanhado a meio da viagem, numa posição que “nem é carne, nem peixe”. Um guarda-redes tem de saber se sai aos cruzamentos ou se permanece entre os postes. Ficar numa zona indefinida é aumentar a probabilidade de erro, para desespero dos centrais que, tendo também culpas no cartório (se interceptarem as bolas os adversários já não marcam), há muito perceberam que com aquele rapaz não se entendem, pois nunca adivinham onde é que ele vai estar.

Resta saber como é que esta novela vai prosseguir. Se o Benfica regressar rapidamente às vitórias, os eventuais deslizes do “keeper” serão minimizados, nomeadamente por Jesus que parece ser a única pessoa que não os vê! No entanto, se a sequência de maus resultados se mantiver, o treinador terá de se deixar de discursos de ocasião e operar as mudanças que se impõem. Caso contrário, correrá sérios riscos de ser traído pelas suas convicções e acabar tão ou mais réu quanto o guarda-redes.

Uma última nota sobre o desaire benfiquista: sem Luisão (ou com ele limitado) a defesa encarnada não tem a mesma eficácia, independentemente do guardião ser Roberto ou outro. David Luiz tem todas as condições para atingir um patamar consideravelmente mais alto que o compatriota, mas a verdade é que rende sempre menos quando não tem a companhia do capitão. E isso não deve ser apenas coincidência. Aliás, Sidnei também joga tendencialmente melhor ao lado de Luisão do que de David Luiz.

 

Recorde para a história

15 Agosto, 2010 0

Não sou um grande entusiasta pelo baisebol. Bem pelo contrário. Mas não posso deixar passar a oportunidade de salientar o tremendo feito dos jogadores do Arizona Diamondbacks que, a meio da semana, conseguiram a histórica proeza de assinar quatro “home runs” consecutivos durante a partida com os Milwaukee Brewers. Foi a sétima vez que tal situação ocorreu nos embates respeitantes à Liga Profissional Norte-americana da modalidade (MLB).

A “elegância” de Ronaldo

14 Agosto, 2010 0

Depois de 3 meses lesionado, Ronaldo regressou aos treinos do Corinthians mas, como a imagem confirma, o dianteiro está completamente fora de forma, mostrando uma proeminente barriguinha que, de imediato, virou chacota em todo o lado. Os argentinos, sempre atentos ao que se passa no país rival, não tardaram a ironizar com a situação e o “Olé” – famoso pela maneira agressiva como trata determinados assuntos – titulou que o “Fenómeno” havia comido os golos.

Sem perder a compostura, Ronaldo não demorou a responder a todos os que o atacam e, em jeito de desafio pessoal, avisou pelo “Twitter” que será capaz, mais uma vez, de dar a volta e ressurgir em pleno. “Vejo como as chacotas a meu respeito estão a ganhar grande proporção. É sinal de que sou querido… Não tenham dúvidas que darei a volta por cima mais uma vez, tal como em 2002 quando o Brasil chegou ao penta”.

Na mesma ocasião, Ronaldo fez questão de salientar que se cumpriram, no dia 12, 20 anos desde o início da sua carreira. Com a camisola do São Cristóvão, aos 13 anos, o atacante fez 3 golos no Campeonato Carioca Mirim. Aos 16, então no Cruzeiro, aconteceu a estreia como profissional. O resto… todos sabem.

Curiosamente, uma das primeiras pessoas a “twittar” em apoio a Ronaldo foi… Kaká. E também o jogador do Real Madrid se mostrou capaz de, em breve, recuperar o estatudo do passado. “Estamos juntos! Vamos calar a boca dessa minoria que duvida da gente”, respondeu Ronaldo. Tomara que ambos seja capazes. Para o bem dos próprios, de quem lhes paga, mas essencialmente do futebol.