— ler mais..

Contrariando a previsão da maioria dos analistas, o Sp. Braga conseguiu carimbar a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões. E isso, desde já, merece todos os elogios, pois derrubar equipas c..." /> — ler mais..

Contrariando a previsão da maioria dos analistas, o Sp. Braga conseguiu carimbar a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões. E isso, desde já, merece todos os elogios, pois derrubar equipas c..." /> Braga muda de patamar - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Braga muda de patamar

25 Agosto, 2010 502 visualizações

Contrariando a previsão da maioria dos analistas, o Sp. Braga conseguiu carimbar a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões. E isso, desde já, merece todos os elogios, pois derrubar equipas como o Celtic e o Sevilha não é, em situação alguma, fácil. No entanto, também não me parece que estejamos em presença de uma surpresa de todo o tamanho. A imprensa espanhola, por exemplo, considera que o afastamento dos andaluzes constitui o momento mais negativo da sua história. Não consigo perceber essa ideia. Primeiro porque o Sevilha, sendo forte, não tem poderio suficiente para, só com o peso de nome e das camisolas, assustar um Sp. Braga em nítida ascenção em Portugal e na Europa, e depois porque, ainda recentemente, o clube passou pela segunda divisão, algo bem mais difícil de entender (e humilhante) do que perder uma eliminatória com o segundo classificado da liga portuguesa.

A Espanha, para além de ostentar os títulos de campeã da Europa e do Mundo (algo que, assumidamente, invejo), possui um dos melhores campeonatos de futebol de todo o planeta. Jogadores de qualidade é, de facto, algo que não falta no país vizinho. Porém, com excepção de Barcelona e Real Madrid – que pertencem, efectivamente, a uma galeria restrita -, não há por lá nenhum outro emblema que possa, antecipadamente, ter a certeza de lograr dobrar os principais clubes lusos (Benfica, FC Porto, Sporting e Sp. Braga).

Para que não existam interpretações dúbias, convém esclarecer que não considero que os principais representantes do futebol nacionais possam, sistematicamente, bater conjuntos como Sevilha, Valencia, Atlético Madrid, Villarreal ou outros. O que faço questão de afirmar é que não pode ser considerado muito surpreendente ver os nossos mais fortes clubes passar a perna a essas equipas. Dito de outra forma: deixando de lado os dois colossos, que concentram os grandes craques da selecção espanhola (e não só), a diferença entre os clubes de topo de Portugal e a segunda linha espanhola não é muito significativa. É verdade que há mais dinheiro (ou pelo menos maiores orçamentos…) do lado de lá, mas sendo que isso é uma boa ajuda, também há muito se percebeu que não é só por aí que a formação A bate a B ou a C. E futebolistas de qualidade não existem somente em Espanha. Quem pensa assim – e sei que lá fora há quem desvalorize abusivamente a qualidade existente em Portugal – coloca-se em boa posição para ser “apanhado na curva”.

Regressemos ao duelo entre Sevilha e Sp. Braga. Os minhotos voltaram a ser inteligentes no embate da segunda mão. Sabiam que marcar um golo era, basicamente, acabar com a eliminatória. Assim, para além de defender de forma férra nos instantes iniciais, nunca se esqueceram de ir procurar o tal golito. E como em Glasgow, trataram logo de “acalmar” o adversário com o golo inaugural.

Domingos está a realizar um trabalho notável em Braga, conseguindo colocar em campo a estratégia idealizada pelo presidente António Salvador nos gabinetes. Hoje, de uma vez por todas, o Sp. Braga ascendeu a um patamar onde nunca tinha estado. Agora, como tantas vezes se diz, o mais complicado é conseguir ficar lá. Acredito que isso seja possível. A equipa está bastante confiante e os adeptos mais empolgados que nunca. Agora, convém é perceber que, esta temporada, não será fácil conciliar o ataque ao título com a Liga dos Campeões. Mas esse é um processo de aprendizagem que é obrigatório fazer.

PS – Notável a festa bracarense à chegada da equipa ao Porto. Só foi pena que os senhores da autoridade tenham resolvido estragar o momento com uma intervenção perfeitamente estúpida quando nada o exigia. Enfim, a autoridade não é, decidamente, algo que deva ser exercido por todos…