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Até à noite de domingo pensava que o facto mais relevante da jornada de abertura da Liga ia ser a derrota do Sporting em Paços de Ferreira. Enganei-me. Na Luz, o Benfica – em nova exibição sofrida,..." /> ?Coincidências? na Luz - Olhos de ver - Record

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?Coincidências? na Luz

16 Agosto, 2010 571 visualizações

Até à noite de domingo pensava que o facto mais relevante da jornada de abertura da Liga ia ser a derrota do Sporting em Paços de Ferreira. Enganei-me. Na Luz, o Benfica – em nova exibição sofrida, no seguimento da já fraquinha prestação com o FC Porto na Supertaça – foi batido pela Académica e iniciou da pior maneira a defesa do título. Para quem, a época passada, não sofrera nenhuma derrota em casa… o arranque não podia ter sido pior. Aliás, contas feitas, os encarnados desperdiçaram em somente 90 minutos mais pontos (3) diante dos seus adeptos do que em todas as 15 recepções da temporada transacta (2).

Podemos tentar justificar o desaire das águias de várias formas, sendo que as mais fáceis passam pelas saídas de Di Maria e Ramires, pelo azar (aliado a alguma felicidade dos estudantes) ou até mesmo pelo facto do árbitro não ter assinalado um aparente penálti sobre Javi Garcia. Contudo, não creio que esse seja o caminho mais sério. Em traços gerais, o Benfica perdeu (se tivesse empatado diria a mesma coisa) porque jogou mal. De princípio a fim.

É evidente que alguns simpatizantes benfiquistas irão argumentar que, mesmo ficando aquém do esperado, a sua equipa jogou o suficiente para merecer outro resultado. É verdade. E também é certo dizer que foi o conjunto da Luz quem mais rematou, que maior número de cantos apontou ou que teve mais tempo teve a bola em seu poder. Mas isso, claro, não passam de meros indicadores, pois objectivamente a Académica não precisou de nada disso para regressar a casa com os 3 pontos.

Já aqui disse várias vezes o que penso do guardião que os responsáveis encarnados “inventaram” para a baliza. Roberto não vale 8,5 milhões de euros, não tem experiência significativa ao mais alto nível (menos de 30 jogos no principal campeonato espanhol são insignificantes para quem surgiu como potencial mais-valia de uma formação construída para brilhar em Portugal e na Europa) e não fez rigorosamente nada durante da pré-época para merecer ser titular. Ou dito de outra forma: protagonizou tantos erros que devia ter começado os jogos “a sério” de fora. Jesus optou por lhe dar confiança, mas em duas partidas viu o costume: o guarda-redes a sofrer golos (à inacreditável média de 2/jogo) e a estar constantemente a hesitar entre sair ou não dos postes.

Roberto, é verdade, não deu “frangos” com FC Porto ou Académica mas, quem olhar com atenção e de forma desapaixonada, é capaz de dizer que nos primeiros golos de cada jogo o espanhol fez tudo o que devia? O ex-titular do Saragoça – que o Atlético Madrid conseguiu transacionar por uma verba astronómica, nomeadamente em tempo de vacas magras – treme (e faz tremer os colegas e adeptos) sempre que há uma bola parada, com destaque para as que surgem das faixas laterais. Até parece que tem 1,60 metros!

Quem tiver oportunidade de rever as imagens pode constatar que Roberto está sempre instável nos momentos que antecedem a cobrança dos cantos e/ou faltas. E na maioria dos casos é apanhado a meio da viagem, numa posição que “nem é carne, nem peixe”. Um guarda-redes tem de saber se sai aos cruzamentos ou se permanece entre os postes. Ficar numa zona indefinida é aumentar a probabilidade de erro, para desespero dos centrais que, tendo também culpas no cartório (se interceptarem as bolas os adversários já não marcam), há muito perceberam que com aquele rapaz não se entendem, pois nunca adivinham onde é que ele vai estar.

Resta saber como é que esta novela vai prosseguir. Se o Benfica regressar rapidamente às vitórias, os eventuais deslizes do “keeper” serão minimizados, nomeadamente por Jesus que parece ser a única pessoa que não os vê! No entanto, se a sequência de maus resultados se mantiver, o treinador terá de se deixar de discursos de ocasião e operar as mudanças que se impõem. Caso contrário, correrá sérios riscos de ser traído pelas suas convicções e acabar tão ou mais réu quanto o guarda-redes.

Uma última nota sobre o desaire benfiquista: sem Luisão (ou com ele limitado) a defesa encarnada não tem a mesma eficácia, independentemente do guardião ser Roberto ou outro. David Luiz tem todas as condições para atingir um patamar consideravelmente mais alto que o compatriota, mas a verdade é que rende sempre menos quando não tem a companhia do capitão. E isso não deve ser apenas coincidência. Aliás, Sidnei também joga tendencialmente melhor ao lado de Luisão do que de David Luiz.