Roberto em grande
Roberto deu mais um desgosto aos benfiquistas. O guarda-redes espanhol, um dos jogadores mais mal-amados na Luz – nos últimos anos só me lembro de Emerson a esse nível – voltou a levar os benfiquistas ao desespero mas, desta vez, por defender tudo.
Sinceramente, não fiquei assim tão surpreendido pois já vi Roberto fazer exibições muito boas no Saragoça mas quem apenas o tinha visto no Benfica ficou, naturalmente, surpreendido. A exibição do guardião é apenas mais um exemplo de como o futebol não depende apenas da qualidade dos jogadores. Podem ser muito bons num clube e não vingarem no seguinte, o mundo está cheio de exemplos desses.
O espanhol chegou à Luz, as coisas começaram a correr-lhe mal e perdeu a confiança perante a exigente plateia benfiquista. Aconteceu o mesmo a Moretto, era muito bom no Vitória mas na Luz fracassou, muito por culpa da enorme pressão de cada jogo em casa. Curiosamente, um guarda-redes de quem os adeptos não gostavam muito, o internacional Quim, não se deixava afectar pelo ruído do seu público e foi campeão.
Roberto tem pontos fracos – a sair dos postes é mau – mas tem bons reflexos e bom tempo de saída. Obviamente, não tivesse ele coisas boas e andava pelas divisões amadoras. Em Atenas vingou-se dos adeptos do Benfica e deve ter ido dormir muito satisfeito.
Helton e Rui Patrício são exemplos de guarda-redes excelentes mas com o mesmo ponto fraco, o jogo com os pés, embora o sportinguista até tenha melhorado nos últimos anos – apenas com o seu melhor pé, o esquerdo.
Já que o tema são os guarda-redes, aqui fica um exemplo de como os próprios adeptos podem não os ajudar. No último Estoril-V. Setúbal, o brasileiro Vagner colocou a bola nos pés de um adversário e sofreu o 0-2. Num clube grande talvez fosse vaiado no próximo jogo mas na Amoreira, por não serem muitos os adeptos e por reconhecerem o seu valor, não será contestado.