Alargamento sim, mas com justiça
A Assembleia Geral da Liga na qual se vai decidir o alargamento do principal campeonato do futebol português está aí à porta e correm rumores de que alguns dos interessados vão tentar forçar a hipótese de não descer nenhum clube no final da presente época.
Sou a favor do alargamento mas, por favor, façam as alterações com alguma lógica e, principalmente, de forma justa. Consta que os cabecilhas do grupo de pressão vão agarrar-se aos regulamentos atuais para justificarem a permanência dos mesmos 16 na 1.ª Liga, ou seja, amplia-se a Liga mas sobem apenas os dois com direito reservado, o campeão e o vice da Liga Orangina.
Dizem as regras atuais que, em caso de desclassificação de algum dos participantes – aconteceu com o Gil Vicente e com o Estrela – fica nesse escalão a primeira das que descia. No entanto, o que está em causa agora não se aplica neste regulamento pois neste caso não se trata da desclassificação ou castigo de nenhum emblema. Se optarem pelo alargamento, terá de ser feito de outra forma pois a hipótese de não descer nenhum da 1.ª Liga é, além de imoral, injusta.
Mário Figueiredo, presidente da Liga, e responsável pela ideia de alargar, é favorável a uma liguilha entre 4 equipas: 15.º e 16.º da Liga, 3.º e 4.º da Liga Orangina – e os dois primeiros são os premiados. Mas também se fala na hipótese de eliminatória direta: 15.º contra 16.º e quem vencer não desce; 3.º contra 4.º e o vencedor sobe. Esta é, para mim, a melhor opção. Assim, desce de certeza uma equipa da 1.ª e sobe mais uma do segundo escalão.
Não acredito na primeira hipótese de todas as que referi, a de não descer ninguém. Afinal, os clubes da Liga Orangina também ajudaram a eleger Figueiredo e os seus votos foram, seguramente, influenciados pela ilusão de subirem mais equipas do segundo escalão. Espero que o facto de não estarem em comício desde então não lhes tenha retirado a força.
