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A aposta forte de Luís Filipe Vieira no enriquecimento do centro de estágio do Seixal e a pressão para que a formação seja uma realidade no futebol encarnado mostram que o presidente hoje vê bem e ..." /> Lado B - Record

Lado B

Vieira vê mais à frente

26 Novembro, 2014 0

A aposta forte de Luís Filipe Vieira no enriquecimento do centro de estágio do Seixal e a pressão para que a formação seja uma realidade no futebol encarnado mostram que o presidente hoje vê bem e mais à frente. Aliás, ao desprezar os miúdos do clube Jorge Jesus pode estar a assinar a sentença de morte na Luz no final da presente época. Vieira já há muito entendeu que a formação é uma excelente fonte de receitas e todo o trabalho hoje revelado por Record sobre o enriquecimento das instalações e metodologias explica que no Benfica o futuro está a ser salvaguardado.

O reflexo ainda não se faz sentir na equipa principal, é verdade, e esse é um problema que terá de ser resolvido. Mas as seleções jovens são disso um espelho, os resultados nas camadas jovens vão aparecendo e, mais do que tudo, neste momento os encarnados parecem estar bem posicionados em relação aos dois grandes rivais.

No Benfica o futuro está a ser salvaguardado. Agora é fazer chegar o talento aos A

O Benfica acordou tarde para esta realidade e perdeu muito tempo. Alcochete era o oásis quando se falava de formação. Hoje já não é bem assim. Enquanto o Sporting se debate com problemas relacionados com os cortes financeiros e mudanças de metodologia, Vieira aposta no melhoramento das infraestruturas, em equipamentos revolucionários e num scouting e acompanhamento de jogadores difícil de igualar. Os negócios Bernardo Silva, João Cancelo ou André Gomes foram a primeira ponta de um icebergue que o Benfica irá derreter até não poder mais. Daí virão excelentes proveitos financeiros. Os desportivos dependerão da política desportiva profissional. Até agora as ideias do técnico têm sido mais fortes. Não serão por muito mais tempo. Sob pena de se perder demasiado tempo e talento.

Levar as coisas a sério

25 Novembro, 2014 0

O Sporting de Marco Silva deu ontem uma boa lição de profissionalismo. Frente a um adversário francamente mais fraco, o técnico rodou a equipa mas não abrandou a exigência nem deixou ninguém tirar o pé. Os leões regressaram a Lisboa com mais uma goleada para a história. Às vezes, na vida, facilitamos quando o adversário não parece à altura ou a tarefa demasiado fácil. É quando acontecem surpresas desagradáveis. Seria triste vencer no Dragão para cair assim.

O clube de Alvalade precisava do regresso dos jogos para esquecer a estéril polémica Nani ou as muitas batalhas em que se vai lançando. É em campo que o Sporting se tem expressado melhor, apesar do 8.º lugar na liga. O futebol da equipa de Marco raramente desilude.

Bruno de Carvalho aproveitou a paragem competitiva para espalhar a mensagem leonina um pouco por toda a Europa. Reuniu-se com a UEFA de Platini, a FIFA de Blatter e teve tempo para uma palestra em Londres. É importante a veia do presidente leonino, que corre o risco de ver o clube afastar-se dos grandes palcos e mantém assim viva a chama de um emblema em dificuldades. É hoje fácil menosprezar as ideias de Bruno, mas a verdade é que entre os que lideram a liga… não se conhece nenhuma.

É um erro o Sporting não estar envolvido na Liga de Clubes. Mas há que reconhecer que era quase impossível fazê-lo. Benfica e FC Porto escolheram antagonizar os leões, provavelmente por causa dos ataques verbais exagerados e constantes do rival. É hoje fácil dizer que Bruno se afastou, mas como sentar-se com quem lançou Duque à revelia? Foram os três grandes que escolheram este caminho e não um. Resta saber qual a verdadeira razão. Será mesmo o bem do futebol?

Texto publicado na versão impressa de 22-11-2014

Um Benfica racional no mercado

23 Novembro, 2014 0

A aproximação da reabertura de mercado e as oportunidades de negócio que se proporcionam mexem com os clubes. Mesmo os que estão satisfeitos acabam perturbados por um fenómeno que ultrapassa quase todos os emblemas. O poder do dinheiro e a influência dos empresários, hoje, pode tanto como a palavra de um presidente ou treinador. Não há por isso, a não ser quando se fala de clubes como Chelsea, Bayern ou Real Madrid ninguém que escape, se não à vontade de reforçar, à cobiça alheia.

É por isso mais do que normal que o Benfica tenha já definida a estratégia de ataque a janeiro. Vieira não é desta vez obrigado a vender ninguém, mas a SAD sabe bem que os dois jogadores capazes de proporcionarem maior encaixe nesta altura e em quem a Europa coloca os olhos são Enzo e Gaitán. Ambos vitais na equipa de Jorge Jesus, só uma excelente proposta poderá retirá-los da Luz. No entanto, o primeiro já não vai para novo e o negócio com Peter Lim tem os seus atrativos. Já com Gaitán, a eventual equação de uma saída só acontecerá com o adeus à Europa. Afinal, é ele o homem que dá o toque mais fantasioso ao futebol encarnado.

Mas quando se fala de mercado há também as entradas. E são elas que mais mexem com os adeptos, sempre de boa-fé, esperançosos em que o próximo craque seja aquele que vai devolver o clube às grandes vitórias. Aqui os tempos mudaram um pouco. O BES já era, a PT também, e as finanças não vão nada bem. É preciso escolher com cautela e sem investimentos loucos. Domingos Soares de Oliveira e Vieira têm esse fator bem presente. Não é por isso crível que o Benfica faça loucuras. Porque não pode fazê-las e porque quem o lidera pretende, e bem, outro caminho para o clube.

As vitórias são um bálsamo

21 Novembro, 2014 0

Há muito de questionável na seleção de Fernando Santos. Como havia na de Paulo Bento. Mas o que é essencial no futebol mudou: os resultados. Afinal, é isso que alimenta a cabeça das pessoas. Nesta altura são poucos os que se preocupam com o facto de Portugal ter feito quatro jogos muitos fracos sob o comando do novo selecionador e de os resultados estarem claramente desajustados da realidade, se olharmos às tristes exibições na Dinamarca, ou ontem, em Manchester.

Ganhar tapa muita coisa. Nos clubes os presidentes sabem disso e no edifício federativo, mentes como Fernando Gomes ou Humberto Coelho também têm isso bem claro. Por isso hoje já ninguém se preocupa com a estranha renovação levada a cabo quando se chamam jogadores como Bosingwa, Fonte ou Tiago Gomes. Ou o sub-rendimento de Danny. Ou mesmo o facto de termos regressado claramente a uma equipa com tração atrás, o que até nos garantiu já três jogos sem golos sofridos.

É óbvio que Santos precisa de tempo. E que nem tudo está bem. Se conseguir acrescentar mais futebol a um grupo que se pretende coeso, equilibrar o meio-campo e resolver a equação Ronaldo, seremos felizes. O apuramento será favas contadas. Mas seria sempre, diga-se.


Ganhar tapa muita coisa. Mas é óbvio que Santos precisa de mais tempo


À partida de Manchester, Nani resolveu lançar uma bomba sobre o Sporting. Das duas uma, ou se retrata durante o dia de hoje e fica só a ideia que estava a viver um regresso emocionado, ou a relação com o presidente deteriorou-se mesmo com o episódio das críticas no Facebook. Nem sempre negar evidências é o melhor remédio para as maleitas. Seja como for, Nani é imprescindível para o projeto desportivo desta época e o Sporting não se pode dar ao luxo de o perder tão cedo.

São demasiadas batalhas

20 Novembro, 2014 0

Bruno de Carvalho já fez muita coisa bem. Destacam-se a escolha dos treinadores, certeira como poucas vezes aconteceu em Alvalade, a reestruturação financeira que deverá estar fechada brevemente e o emagrecimento da estrutura de custos. Mas o presidente tem muitas batalhas pela frente. Algumas a que não pode fugir, outras que cria sem necessidade. E há erros cometidos que lhe estão a custar caro, mesmo entre os mais próximos. Os dois grandes falhanços de Bruno até ao momento foram, primeiro, o ataque, feio, a Manuel Fernandes. Com os símbolos de um clube é preciso cuidado. Porque às vezes, atacá-los, é fazê-lo à memória do emblema. E não devia haver nada mais importante. O segundo, o enxovalho da equipa no Facebook. Por muito que se tente negar o que salta aos olhos de toda é gente, é óbvio que a atitude perturbou a equipa, o ambiente nas bancadas e teve custos para os ativos da SAD. Percebo a vontade de espicaçar, de pedir desculpa aos adeptos, mas o responso foi longe de mais. E os jogadores não só não gostaram, como deram provas disso após a vitória sobre o Schalke. Todo o frenesim que se gerou não foi criado pelos jornais, rádios ou Benfica e FC Porto. Nasceu na mensagem. Para levar o Sporting a bom porto, o líder leonino tem de se focar no essencial. A equipa principal, a formação, as modalidades nucleares e como combater a asfixia financeira. Na Liga de clubes foi derrotado por KO e tem de esperar a sua vez. O resto devia passar para segundo plano. Ou corre o risco de perder o foco no essencial.

Tenho muito orgulho no incómodo que os clubes sentem com algumas notícias de Record. Sinal de que nesta casa ainda se faz jornalismo. Aproveito para agradecer aos meus companheiros por isso. E aos leitores que o entendem. Obrigado.

Texto publicado na versão impressa de 20-11-2014

Pedro Proença bem avisou

19 Novembro, 2014 0

O aviso foi feito nas páginas de Record pelo melhor árbitro português da atualidade: está instalado o caos na arbitragem. A crítica em si não encerrava nada que os portugueses não tivessem já percebido, mas as palavras de Pedro Proença sobre a ação de Vítor Pereira e seus pares foram bem mais esclarecedoras. A prova não podia ter chegado mais rápido. Eis que o campeonato é brindado com uma jornada daquelas dignas da Liga da Verdade publicada no nosso jornal.

O que se passou na Choupana e em Alvalade não é caso virgem e vai voltar a suceder. A verdade desportiva e o recurso à tecnologia serão novamente tema de conversa dos programas de entendidos na televisão a qualquer café do país. Problema é que o tempo não volta para trás.

 

Quem paga bilhete merece mais respeito. E quem nomeia Paixão e Esteves…


É verdade que erros todos cometem e nenhum dos grandes pode dizer que nunca foi beneficiado. Mas há coisas que já não têm solução. Primeiro, que pelos escândalos da Liga de Clubes aos constantes erros de arbitragem, são muitos os portugueses que abandonam os estádios, sem fé no que lá se passa. Como os percebo. Quem paga bilhete merece mais respeito. Depois, quem nomeia Bruno Paixão e Bruno Esteves para os jogos mais importantes da ronda, de facto, ou está a brincar ou procura algo.

Deixemos os três grandes e suas agruras. Ou os árbitros, classe que passa ao lado da incompetência sem consequências. Falemos de Guimarães e Belenenses, dois fenómenos de trabalho, seriedade e foco na equipa como um todo. Ébom ver que a aposta no jovem jogador português de qualidade tem consequências. Os plantéis de Rui Vitória e Lito Vidigal deviam levar muita gente a pensar. A obra dos técnicos também. E já agora dos presidentes, ambos com tarefas hercúleas. Parabéns.

 

Texto publicado na versão impressa de Record de 10-11-2014

Um futebol de extremos

12 Novembro, 2014 0

O que têm em comum a liderança do Vitória de Guimarães e o caos anunciado por Pedro Proença, hoje, em entrevista a Record? Felizmente pouco ou uma linha muito ténue: o futebol português. Que não pára de nos apaixonar e produz ainda fenómenos tão interessantes quão valiosos como este trabalho de Rui Vitória, mas também o anarquismo desorganizado denunciado pelo melhor árbitro português em atividade, um homem a quem se augura um futuro ativo no futebol.

Falemos primeiro de coisas felizes: o Vitória. O triunfo concludente sobre o Sporting serviu de chamada de atenção para quem andava distraído, mas não foi aí que o trabalho de quem mora no Berço começou a merecer elogios. Foi no arranque da época, na formação do plantel, na coragem de apostar nos jovens portugueses produzidos na formação, no não a estrangeiros de valia duvidosa e no assumir plenos poderes a um homem que começa a não ter de provar nada a ninguém: Rui Vitória. Bati-me pela continuidade do técnico em Guimarães quando após a conquista da Taça os maus resultados da temporada passada fizeram tremer o projeto. Palmas para Júlio Mendes e quem o segue na coragem e visão. Treinadores assim não surgem todos os dias. É guardá-lo enquanto puderem. Vale.

O Vitória faz-nos voltar a acreditar no romantismo. Proença acorda-nos. E bem


Pedro Proença arrasa Vítor Pereira e o Conselho de Arbitragem da FPF. Nada que surpreenda, tendo em conta o que os homens do apito têm sofrido, mas vindo do mais credenciado dos seus representantes tem outro peso. O testemunho de um homem inteligente, ambicioso e sem medo de usar a palavra. Saiba aproveitar-se o contributo que parece estar pronto para dar. Não abunda gente assim e com vontade de mudar o que está mal no nosso futebol. Que o faça se lá chegar, pedimos nós.

 


Respostas cheias de classe

10 Novembro, 2014 0

Desde dezembro de 2007 que não havia uma jornada de Liga dos Campeões com três vitórias portuguesas. Esta é, por isso, uma boa oportunidade para nos regozijarmos com o comportamento de FC Porto, Sporting e Benfica e saudarmos os heróis de hoje, ontem tantas vezes vilipendiados. O feito deve dar um gostinho especial a Lopetegui e Marco Silva. O espanhol foi diabolizado após um início titubeante e o português ouviu o que não queria após Guimarães. Sorriam. Merecem.

Os dragões festejam já o apuramento, coisa ao alcance de poucos. O regresso de um estatuto que têm feito por ganhar na Europa, onde são a equipa portuguesa mais temida. Pede-se muito ao técnico espanhol, que tem uma equipa nova. Com Jackson e Brahimi pode sonhar.


FC Porto garante um apuramento brilhante. Sporting diz que está vivo


Marco Silva e os jogadores desiludiram em Guimarães. Ouviram palavras duras de todos os quadrantes, até do presidente. A resposta chegou cheia de classe, na primeira vitória na Champions do treinador e de mais de metade do plantel. Brilhante, de facto. Impressiona a qualidade do futebol da equipa, mas também como consegue bater-se com adversários poderosos com uma defesa assim. Se aguentar até janeiro e tiver pelo menos um central no sapatinho, Marco também pode sonhar.

 

Palavras duras foram também as de Nani na resposta às críticas. Um jogador com estatuto e qualidade não deve ter gostado muito do que ouviu e leu após a derrota no Minho. Até porque o empenho que tem colocado no regresso a Alvalade tem mesmo de ser aplaudido. Não são poucas as vezes em que o craque veste o fato-macaco e deixa de lado o fato de gala. Há muito jovem com qualidade entre os leões, mas é ele quem transporta a equipa para a outra galáxia. E por isso responde.

Texto publicado na versão impressa de Record de 6 de novembro de 2014

Rui Vitória merece mais

5 Novembro, 2014 0

Quando se fala hoje de grandes treinadores portugueses em atividade, pensa-se logo em Mourinho. Depois, talvez Villas-Boas. A seguir, claro, Jesus, Bento, Jardim e obviamente Marco Silva. Há um nome que raramente é referido, mas cujo trabalho em Guimarães há muito merece maior reconhecimento. Contra mim falo, pois só me lembro de elogiar Rui Vitória quando ele se vê em cavalarias altas, a fazer a vida negra aos grandes do futebol português. E já são algumas, reconheça-se.


Líder vimaranense é, a par de Marco Silva, o treinador mais excitante da Liga


A verdade é que ao contrário de outros, Rui Vitória ainda não teve a oportunidade de trabalhar num clube de grande orçamento. O Vitória é um emblema com boa estrutura e massa associativa vibrante, mas tem sido obrigado a gestão financeira apertada. Não travou a ambição do técnico e só tem amplificado a valia do seu trabalho. Perde jogadores todos os anos, vê o orçamento diminuir, é obrigado a recorrer a jovens da formação, mas ainda assim vai-se batendo e só esta época já empatou o FCPorto e quase goleava o Sporting. Mais, segue em 3.º na Liga. Brilhante é pouco para adjetivar a performance. O homem que ganhou uma Taça de Portugal ao milionário Benfica de Jesus está mesmo a pedir voos mais altos. Mas era bom que o Vitória tivesse condições para mantê-lo muitos e bons anos, segurando também alguns dos miúdos que vão crescendo em Guimarães. Sem Jorge Mendes como muleta, assente no amor das suas gentes e na capacidade dos dirigentes, era bonito ver um clube genuíno a ombrear com os grandes sem a desonestidade dos dinheiros do futebol moderno. É quase impossível, mas…


PS – Dois feridos, esfaqueados, um deles em estado grave, numa rixa de adeptos. Já com o FC Porto tinha havido pancadaria. Futebol não é isto. Onde pára a polícia?

Onde pára a polícia

3 Novembro, 2014 0

O que passou em Guimarães foi grave. Dois adeptos esfaqueados, tendo um chegado a correr perigo de vida, curiosamente na primeira vez que foi ver o seu clube. Não é a primeira vez. Era bom que fosse a última. Mas há mais relatos e fala-se de uma certa complacência da polícia. Hoje haverá explicações. Vale a pena ouvir o que dizem.