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Se a derrota na Rússia – ainda que injusta face ao domínio exercido por Portugal praticamente durante todo o jogo – não me tinha surpreendido, nem sequer preocupado, confesso que o resultado (e a..." /> Austeridade na Selecção Nacional - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Austeridade na Selecção Nacional

17 Outubro, 2012 664 visualizações

Se a derrota na Rússia – ainda que injusta face ao domínio exercido por Portugal praticamente durante todo o jogo – não me tinha surpreendido, nem sequer preocupado, confesso que o resultado (e a exibição) da Selecção Nacional, no Porto, diante da sofrível Irlanda do Norte me deixou… angustiado.

Com quatro partidas realizadas na fase de qualificação para o Mundial 2014, parece claro que a equipa que tão bem se mostrou no Europeu deste ano está agora uma sombra de si mesma. Se o País atravessa um grave crise sem se vislumbrarem os desejáveis sinais de recuperação, creio não ser exagero dizer que também a formação comandada por Paulo Bento revela estar em processo de austeridade. Pior: o seleccionador não mostra saber onde está o mal e, consequentemente, o que fazer para, quanto antes, dar a volta à situação.

Desde que iniciou a caminhada que ainda se espera poder valer um lugar no Campeonato do Mundo do Brasil, Portugal somou duas vitórias e tropeçou em outros tantos embates. Mas, infelizmente, não são só os resultados que nos levam a pensar que algo está mal com a equipa. Ora vejamos:

– Portugal começou a perder em três dos quatro encontros, inclusive perante adversários de terceiro nível como Luxemburgo ou Irlanda do Norte.
– A dificuldade para vencer no Luxemburgo foi desesperante.
– A ineficácia caseira perante Azerbaijão (embora a sorte tenha protegido imenso o guarda-redes contrário) e Irlanda do Norte demonstra que, afinal, o problema na Rússia não teve nada a ver com o frio ou com o facto de o encontro se ter disputado em relvado sintético.
– O nível exibicional, excepção feita a cerca de 60 minutos com o Azerbaijão e 15 com a Rússia, foi globalmente paupérrimo.
– A falta de poder de concretização do ataque contrasta com a facilidade com que o conjunto sofre golos. Não é normal que luxemburgueses e norte-irlandeses consigam, até em situações de inferioridade numérica, marcar golos em transição a uma equipa como Portugal.
– O conjunto parece ter perdido muitos dos automatismos que ajudaram a ascender ao terceiro lugar do “ranking”, da mesma forma que a intensidade de jogo está bastante abaixo do que já se viu.
– Jogadores essenciais, a começar em Cristiano Ronaldo e Nani, não têm conseguido render o esperado. O capitão não parece o mesmo que brilha em Madrid e o extremo do Manchester United prossegue uma seca de golos na Selecção que já dura há 10 encontros.

Em suma, a equipa de todos nós acompanhou o País e entrou em crise, em recessão exibicional. E logo num momento em que a sociedade precisava de algo que a fizesse esquecer os problemas reais da vida. Resta saber se ainda vai a tempo de recuperar. Penso que sim, mas a verdade é que acabou o espaço para deslizes. Agora, até mesmo para assegurar o segundo lugar (o primeiro já depende da “colaboração” da Rússia), é preciso “limpar” os jogos todos. Mas, convenhamos, se nem o segundo posto for alcançado num grupo com Israel, Irlanda do Norte, Azerbaijão e Luxemburgo… o melhor é mesmo não marcar presença na fase final do Mundial. Lá, com toda a certeza, não haverá equipas tão fraquinhas.

PS – Não consigo entender o súbito desaparecimento de Nélson Oliveira na Selecção. Depois de ter justificado a aposta de Paulo Bento, o avançado deixou de ter minutos. A situação é ainda mais estranha quando Hugo Almeida tem estado de fora e a concretização tem sido um grande problema. De resto, creio que Eliseu também merece voltar ao grupo. Tendo em conta a forma como está a jogar no Málaga, ser convocado é o mínimo.