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Não, a Selecção Nacional de futebol começou de forma positiva a caminhada para o Mundial de 2014 (pese a paupérrima prestação no Luxemburgo); os clubes portugueses preparam-se para atacar em forç..." /> Portugal à beira do abismo - Olhos de ver - Record

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Portugal à beira do abismo

13 Setembro, 2012 649 visualizações

Não, a Selecção Nacional de futebol começou de forma positiva a caminhada para o Mundial de 2014 (pese a paupérrima prestação no Luxemburgo); os clubes portugueses preparam-se para atacar em força Liga dos Campeões e Liga Europa e a rapaziada do hóquei em patins segue na luta pela conquista do título europeu (embora ainda falte o “choque frontal” com a Espanha). O que está mal, numa posição impensável, é mesmo o País.

Com mais tempo para acompanhar o muito que se diz por aí sobre a política, em virtude de estar de férias, confesso sentir-me admirado com a súbita unanimidade na contestação ao Governo e às suas surreais medidas que, se tomadas de boa fé, revelam tremenda incompetência e incapacidade por parte dos seus ideólogos.

Depois de pensar com que com Santana Lopes e José Sócrates à frente dos destinos da nação tínhamos atingido o limite do disparate, da trapalhada, da impreparação, da falta de noção de bom-senso, eis que o Pedro do Facebook, acolitado pelo vagaroso Ministro das Finanças, suplanta tudo e todos. Em escassos meses, numa sucessão imparável de opções sem nexo e que apenas provocaram mais desemprego e pobreza, o homem a quem muitos portugueses deram o seu voto à espera de mudanças significativas (como se devem sentir neste momento)… prossegue a missão de nos levar, em passo acelerado, rumo ao abismo. Mas, verdade seja dita, nem tudo é mau. Esta gente conseguiu um feito raro entre nós: unir Portugal inteiro.

Confesso que nunca esperei muito de um Governo que vê o País, a Europa e o Mundo sob uma perspectiva que não subscrevo. Ainda assim, admito, tinha dificuldade em considerar que fosse possível chegar tão longe. Agora, contudo, acredito que quem gere o País desta forma não está, efectivamente, a pensar em eleições. Resta acrescentar que também não pensa nos trabalhadores, nas empresas, nos funcionários públicos, nos jovens, nos reformados, nos desempregados. Provavelmente só pensa em agradar à senhora germânica que tem a mania de ser dona de todo um continente e a mais meia dúzia de pessoas que, como sempre sucede nos períodos de crise, esperam ansiosamente para comprar, ao desbarato, a pouca riqueza que nos resta. Pelo meio vale tudo, literalmente tudo, seja aumentar impostos de forma directa ou indirecta; guardar na gaveta direitos que tanto demoraram a ser conquistados por quem trabalha ou, pura e simplesmente, roubar dinheiro que pertence a quem já fez o suficiente para o merecer. Um festival que, pasme-se, deve ter continuação a breve trecho, quando este bando de “iluminados” perceber, mais uma vez, que todas as suas contas, previsões e análises saíram furadas pela enésima vez.

Ver a Esquerda, em bloco, criticar a acção do Governo era esperado. Constatar a revolta dos Sindicatos também não surpreende. Mas, depois da última conferência de imprensa do senhor das olheiras enormes, foi impressionante escutar os comentários dos patrões, dos economistas, da igreja, dos autarcas, de antigos ministros ligados aos partidos no poder, de figuras proeminentes da história do PSD e do CDS, da Juventude Social Democrata, dos Trabalhadores Sociais Democratas, etc, etc. O coro de críticas foi tão grande que, de repente, cheguei a equacionar se Manuela Ferreira Leite ou Bagão Félix, por exemplo, não tinham mudado todo o seu pensamento político.

Portugal há muito ultrapassou o limite do sacrifício. A pobreza e a miséria ameaçam fazer-nos retroceder décadas, ficando cada vez mais longe do comboio europeu. Todos enxergam isso, inclusive vários deputados do PSD – espero que na altura certa não se intimidem com a chamada disciplina de voto -, menos os doutores do Governo. Para fazer coisas destas escusavam de ter perdido tanto tempo a estudar. Bastava uma inscriçãozita na universidade…