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 Longe vai o tempo em que os clubes portugueses apenas tinham de se preocupar com as investidas dos principais emblemas ingleses, espanhóis, alemães, italianos e franceses. Agora, as jóias da cor..." /> Dinheiro levou Hulk e Witsel - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Dinheiro levou Hulk e Witsel

3 Setembro, 2012 671 visualizações


 
Longe vai o tempo em que os clubes portugueses apenas tinham de se preocupar com as investidas dos principais emblemas ingleses, espanhóis, alemães, italianos e franceses. Agora, as jóias da coroa, são também cobiçadas por clubes de outras paragens, com destaque para a Rússia onde, em poucos anos, surgiu um ror de miolionários interessados em ganhar protagonismo com o futebol.

Se, há uma década, alguém dissesse que dois dos melhores futebolistas a actuar em Portugal – ao serviço de FC Porto e Benfica – iriam mudar-se para São Petersburgo… ninguém acreditava. Agora, isso não só deixou de ser um cenário improvável, como se tornou realidade. Hulk e Witsel acabam de rubricar contrato com a equipa onde alinham os internacionais portugueses Bruno Alves e Danny, deixando de lado o facto de interessarem a formações de campeonatos mais “normais”.

Sejamos claros: o Zenit conseguiu fechar estes dois negócios porque, passe o exagero, possui uma “máquina de fazer dinheiro”. Enquanto outros clubes apenas tinham vontade de contar com os jogadores, os russos tiveram condições para avançar. Dispender qualquer coisa em torno de 100 milhões de euros em poucas horas, com apenas dois elementos, não é para todos. Ou dito de outra… não é para quase ninguém, ainda por cima quando a Europa vive uma crise tremenda e até economias que se pensavam sólidas abanam por todos os lados.

Entendo que os responsáveis do Zenit se esforcem para dotar a sua equipa de todos os recursos necessários para sonhar alto a nível interno e nas provas da UEFA; compreendo que os dirigentes de FC Porto e Benfica pouco ou nada mais podiam fazer para segurar os atletas em causa, mas não consigo ver como lógica a opção dos jogadores.

É evidente que todos sabemos que Hulk e Witsel vão ganhar autênticas fortunas e que as suas carreiras não duram eternamente, pelo que é imperativo amealhar enquanto podem. Ninguém ficará admirado, aliás, ao ter conhecimento que ao avultado salário terão de se juntar prémios chorudos, casas de sonho, carros de último modelo e viagens em classe executiva para cima e para baixo. Contudo, se é fácil perceber o que ajudou a empurrar estes futebolistas para o Leste – duvido que sejam capazes de afirmar que sempre sonharam com o campeonato russo ou que o Zenit é uma paixão desde criança… -, custa aceitar que artistas de tanta qualidade optem por uma liga de expressão reduzida, por um país com um clima rigoroso, com um idioma estranho, com hábitos tão distintos, etc, etc.

Witsel, com 23 anos, é um dos médios mais desejados na Europa. Na Rússia, naturalmente, estará mais “escondido” do que em Portugal. Já Hulk, que também no Porto estava longe da sua terra natal, fica agora a uma distância tremenda. Tenho dificuldades, desde já, em imaginá-lo a ser constantemente convocado para a selecção brasileira. Quem é que, em condições normais, conseguirá viajar horas a fio, sofrer com o “jet lag” e ainda assim estar capaz de render nos treinos para merecer a confiança do seleccionador? De resto, se os brasileiros sempre tiveram dificuldades em “avaliar” o desempenho de alguns futebolisas em Portugal – por considerarem a liga pouco valiosa do ponto de vista técnico -, menos crédito darão ao que suceder na longínqua Rússia.

Resumindo: Hulk e Witsel acabam de fazer uma tremenda jogada financeira, mas desportivamente não tomaram a melhor decisão para as suas carreiras.