— ler mais..

Quem ler na edição impressa de Record de domingo a entrevista que os meus camaradas Nuno Farinha e Rui Dias fizeram a Carlos Barbosa, ex-vice-presidente do Sporting, percebe facilmente que no re..." /> — ler mais..

Quem ler na edição impressa de Record de domingo a entrevista que os meus camaradas Nuno Farinha e Rui Dias fizeram a Carlos Barbosa, ex-vice-presidente do Sporting, percebe facilmente que no re..." /> Dinheiro e não só… - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Dinheiro e não só…

15 Julho, 2012 594 visualizações

Quem ler na edição impressa de Record de domingo a entrevista que os meus camaradas Nuno Farinha e Rui Dias fizeram a Carlos Barbosa, ex-vice-presidente do Sporting, percebe facilmente que no reino do leão falta dinheiro. Muito, por sinal. Porém, duvido que alguém possa ficar admirado com tal constatação. A falta de verbas é um problema que alastra pela Europa, no desporto e – infelizmente – em praticamente todas as áreas. E se em Alvalade os cofres estão pouco ou nada recheados, tenho a certeza que não existe um único emblema em Portugal que possa dizer, alto e a bom som, que vive uma situação financeira de total desafogo. Quem o afirmar está distraído, não sabe fazer contas ou opta por mentir. Por outras palavras, chegou mesmo a hora de inverter uma lógica que durava há décadas e que, basicamente, funcionava de forma simples: gastava-se à grande e, depois, quando soava o alarme, falava-se com a banca para arranjar outro tanto, enquanto as dívidas se acumulavam de forma vertiginosa. A “jogada” foi tão inteligente que, como agora se sabe, já não há dinheiro dos dois lados da barricada. E este comportamento, diga-se em abono da verdade, não foi exclusivo dos clubes. Muita – e aparentemente respeitável – gente fez isso. Mas, como de costume, cá estamos nós para pagar a fatura…

Independentemente de se concordar ou não com determinadas opiniões de Carlos Barbosa, alguns dos princípios que defende são indiscutíveis. Quem vive acima das suas posses, mais tarde ou mais cedo fica numa encruzilhada. Mas desengane-se quem pensa que o problema do desporto nacional é apenas financeiro. Apostar na modernidade, procurando soluções distintas do passado é, mais do que um caminho, uma obrigatoriedade dos tempos modernos. Isto, porém, não funciona apenas à base da boa vontade, da dedicação, da carolice. Quem corre por gosto continua a ter um lugar importante no desporto, mas já não pode assumir papel de grande protagonismo. Ou então, como alternativa, tem de estar rodeado de profissionais qualificados. Preferencialmente da cor do clube que lhe paga, embora em Portugal isso não pareça ser importante em muitas casas…

Oficialmente também foi por falta de dinheiro que o FC Porto anunciou, ainda que de forma indireta, o fim da sua equipa sénior de basquetebol. Todos sabemos que a modalidade, como sucede em qualquer clube grande português, jamais foi rentável e poucas vezes (se é que isso aconteceu) não terá dado prejuízo. Mas, ainda assim, apontar as questões financeiras como única explicação para encerrar a secção é, no mínimo, contar apenas meia verdade. Se fosse só isso, os dragões deveriam acabar igualmente com o andebol e hóquei em patins, pois essas modalidades também são deficitárias e o prejuízo não começou agora. Mais: sabendo das contas, tendo noção que o clube andou sistematicamente com ordenados em atraso nas duas últimas épocas (o que não agradou a muitos atletas que o mostraram em diversas ocasiões), como é que os dirigentes resolveram renovar contratos, anunciar aquisições e fazer propostas em cima do fim? Fizeram mal as contas? Se calhar sim, tal como no passado, quando reforçaram o plantel com ordenados proibitivos por cá…