— ler mais..

  Embora oficialmente os Jogos Olímpicos de Londres só arranquem sexta-feira, hoje e amanhã as competições de futebol (primeiro a feminina, depois a masculina) já estarão em ação. Os muitos milhões..." /> — ler mais..

  Embora oficialmente os Jogos Olímpicos de Londres só arranquem sexta-feira, hoje e amanhã as competições de futebol (primeiro a feminina, depois a masculina) já estarão em ação. Os muitos milhões..." /> Contas olímpicas - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Contas olímpicas

26 Julho, 2012 641 visualizações

 

Embora oficialmente os Jogos Olímpicos de Londres só arranquem sexta-feira, hoje e amanhã as competições de futebol (primeiro a feminina, depois a masculina) já estarão em ação. Os muitos milhões de adeptos do desporto, espalhados pelos vários cantos do Planeta, podem começar a seguir as incidências da grande festa que, de 4 em 4 anos, concentra as atenções gerais.

Com Nelson Évora, Vanessa Fernandes e Naide Gomes “fora de combate”, Portugal não parte com o otimismo de outras edições. Ganhar medalhas parece um objetivo deveras complicado. De facto, consultando os vários rankings internacionais, fica claro que só a judoca Telma Monteiro não precisará de atingir um nível consideravelmente superior ao habitual para regressar a casa com um lugar no pódio. Todos os outros representantes da missão nacional (mesmo sabendo que há mais meia dúzia com aspirações legítimas) estão obrigados a assinar desempenhos sensacionais para poder ambicionar as tão desejadas medalhas. E a maioria, claro, sabe que nem nos sonhos mais cor-de-rosa será possível ombrear com os melhores, com aqueles que possuem outro talento e capacidade atlética, que beneficiam – desde tenra idade – das condições essenciais para evoluir até à excelência.

Mas, ao contrário do que é habitual pensar-se em Portugal, não são apenas aqueles que conseguem medalhas que merecem elogios, que devem ter os governantes de ocasião a esperá-los no aeroporto. Não estou com isto a dizer que não são os galardões que ficam para a história, pois todos sabemos que são. Apenas estou a tentar explicar que, por exemplo, se todos os nadadores portugueses batessem os seus melhores tempos em Londres tal seria sensacional, mesmo sabendo-se, por antecipação, que jamais daria para arrebatar medalhas.

Oprimeiro passo para se fazer contas corretas no que à participação portuguesa nuns Jogos Olímpicos diz respeito é saber, nem que seja por alto, qual o valor real dos nossos representantes. Mesmo admitindo que todos os atletas têm dias bons e maus, ao alto nível as surpresas não acontecem com grande regularidade. Dito de outra forma: o oitavo colocado de um qualquer ranking pode perfeitamente chegar aos três primeiros lugares, mas isso está virtualmente vedado a quem é trigésimo ou quadragésimo da lista.

Portugal não vai sair de Londres com muitas medalhas, mas não ficarei surpreendido que obtenha vários lugares de finalista (até ao oitavo posto). E isso, a verificar-se, pode ser suficiente para, no final, dizer que os nossos representantes rubricaram uma prestação de grande nível. Contudo, já sei, para a maioria da população uma posição que não esteja entre os três primeiros é… sinal de resultado negativo. É triste, mas os portugueses são mesmo assim. Têm dificuldade em associar-se a quem, mesmo dando o seu melhor e alcançando registos únicos, não seja um vencedor. Alguns, claro, fazem-no de propósito, mas a maioria apenas por ignorância, por não terem a mínima ideia do que é o desporto e, já agora, por continuarem a pensar que esse mesmo desporto é, apenas e só, sinónimo de futebol. Quem sabe se um dia aprendem…