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Com excepção da Supertaça Europeia – compreensivelmente perdida para o Barcelona, a melhor ou pelo menos uma das melhores equipas do planeta -, o FC Porto ainda não está fora da corrida por nenhum..." /> Vítor Pereira “fora do prazo” - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Vítor Pereira “fora do prazo”

1 Novembro, 2011 508 visualizações

Com excepção da Supertaça Europeia – compreensivelmente perdida para o Barcelona, a melhor ou pelo menos uma das melhores equipas do planeta -, o FC Porto ainda não está fora da corrida por nenhum troféu desta temporada. Aliás, até já embolsou um, ao bater o V. Guimarães na Supertaça interna. No entanto, se Pinto da Costa insistir em manter um erro histórico (oferecer a liderança de uma formação de topo a um técnico sem qualquer experiência ao alto nível), o mais provável é que, daqui a uns meses, os adeptos portistas vejam outros emblemas que não o seu a festejar os triunfos nas provas ainda em disputa.

O futebol é um campo propício aos altos e baixos. Por vezes, quando menos se espera, acontecem reviravoltas que ficam na memória de todos, que transformam uma aparente época perdida em algo de bastante positivo ou o inverso. No entanto, longe de concordar com aqueles que por aí andam a tentar vender que este (ou outro qualquer) desporto é uma ciência exacta, muito do que acontece em torno da modalidade obedece a uma simples regra: a da lógica. E essa mesma lógica diz-nos que as vitórias surgem com maior naturalidade nas equipas que possuem bons jogadores, que trabalham bem, que são geridas com inteligência, perspicácia e talento pelos respectivos responsáveis.

No FC Porto de Vítor Pereira, como todos sabemos, não faltam artistas de qualidade (com excepção de Falcão, nenhum outro dos elementos fulcrais dos feitos de sonho de há uns meses deixou o Dragão), nem tão pouco existem relatos de falta de trabalho. Contudo, quando chega a hora de avaliar o desempenho do timoneiro… tudo se complica. De forma resumida, o problema do FC Porto versão 2011/12 chama-se Vítor Pereira. E se nada for feito, quanto antes, para o resolver, poderemos dizer que também se irá chamar Pinto da Costa, pois se um é quem decide os temas em torno do campo, o outro tem poder para decidir em tudo o que diga respeito ao clube.

Qualquer equipa de gabarito pretende ter um plantel vasto, com pelo menos duas soluções credíveis para cada posição. O FC Porto preenche este requisito. No entanto, quando ao leme da nau está alguém sem arte para o ofício, rapidamente a riqueza da oferta acaba por provocar problemas. Aquilo que aparenta ser a gestão de Vítor Pereira – nomedamente no eixo dafesa e nos médios, incluíndo os alas com excepção de Hulk – mais não é do que a sua evidente incapacidade/desorientação para criar um onze base, um modelo de jogo, uma estratégia. Não se pode pensar em gerir um plantel com o intuito de não sobrecarregar as pedras essenciais, antes de definir a equipa-tipo. Ora, só para fazer um teste: alguém sabe quem forma a principal dupla de centrais?

Optar por rodar os elementos desse sector, mantendo sempre Rolando quando o cabo-verdiano está longe do seu rendimento normal (no clube ou na Selecção) é estranho, mas é mais ainda quando se opta por deixar de fora Otamendi em partida fulcral na “Champions” para apostar em Mangala, um jovem sem grande experiência, acabado de chegar ao clube e que, já agora, não aparenta valer o que foi (ou deveria ter sido) pago por ele.

A rotação sem cabimento na equipa do FC Porto está a impedir que se criem rotinas, que a equipa estabilize, que recupere a confiança de outrora. E se isso não provoca qualquer problema quando o adversário se chama Pêro Pinheiro, tudo muda de figura quando o nível cresce. E, pelos vistos, basta atingir a bitola de um “secundário” Apoel para isso ficar completamente a nú.

Poder-se-ia também analisar as constantes alterações noutras zonas do campo. Não vou por aí. Por agora, acrescento somente que Pinto da Costa não tem mais margem de manobra. Insistir em não ver o que está à vista de todos é contribuir, indirectamente, para que a sua equipa fique, dia após dia, com menores possibilidades de sucesso. Vítor Pereira, que nem devia ter sido designado técnico principal, está evidentemente “fora do prazo”, pois não convence jogadores, sócios, simpatizantes e a maioria dos dirigentes. O presidente não age com medo do quê? De admitir publicamente que errou? Se há alguém no desporto nacional que pode dar-se ao luxo de dizer, sem reticências, que se enganou é Pinto da Costa, pois o seu crédito é imenso. O que não lhe fica bem é continuar surpreendentemente “ausente” e “mudo” num momento destes. O líder de há uns anos dificilmente teria oferecido uma equipa de topo a Vítor Pereira mas, feito o erro, jamais esperaria tanto para emendar a mão.

PS – Por mais estranho que possa parecer, o resultado do FC Porto em Nicósia foi melhor que a exibição. Conseguir marcar um golo, que quase valia 1 ponto, sem construir oportunidades foi obra!

PS 1 – Nesta altura, com uma equipa completamente descrente e desinspirada, o técnico deveria ter presente o seguinte aquando da construção do onze: joga o James e mais 10…

PS 2 – Para não variar, as palavras de Vítor Pereira no final do encontro foram surreais. Como é que é possível dizer que “na segunda parte fomos para cima deles, criámos oportunidades e chegámos ao empate”?