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Se me dissessem, antes da partida começar, que o duelo entre FC Porto e Benfica teria 4 golos (devidamente repartidos) ficaria com a ideia de que o jogo iria ser de enorme qualidade. Surpreendente..." /> Clássico de aquecimento - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Clássico de aquecimento

24 Setembro, 2011 609 visualizações

Se me dissessem, antes da partida começar, que o duelo entre FC Porto e Benfica teria 4 golos (devidamente repartidos) ficaria com a ideia de que o jogo iria ser de enorme qualidade. Surpreendentemente, agora que tento resumir o que vi, não tenho a sensação de ter assistido a uma grande gala futebolística. Digamos que valeu pela incerteza no marcador, pelo empenho dos jogadores e pouco mais.

Tenho de admitir que, ao contrário de muitos, não qualifico uma partida de “muito boa” ou “espectacular” apenas e só por ter mais golos do que é normal num jogo da liga nacional. Isso, obviamente, é um indicador a ter em conta, mas exigo mais, nomedamente jogo rápido, futebol aberto, momentos de pura técnica, oportunidades de golo e intervenções de qualidade por parte dos guarda-redes. E disso, desta vez, vi pouco.

Embora tenha observado os primeiros 45 minutos numa tela gigante em pleno centro comercial (por causa de um incêndio que inviabilizou a tentativa inicial de regressar a casa após um almoço que quase terminou em jantar), o que não ajuda a olhar com rigor para um jogo, fiquei com a sensação de que ambas as equipas valem bem mais do que mostraram no Dragão.

O FC Porto foi mais forte na etapa inicial e não surpreendeu que tivesse chegado ao intervalo a vencer 1-0. Contudo, mesmo nesse período em que dominou de forma indiscutível, o conjunto confirmou aquilo que já nem os adeptos mais ferrenhos conseguem negar: a actual equipa está a léguas de distância do rendimento da temporada transacta. Hulk não está nas melhores condições físicas, Fernando tarda em recuperar o andamento a que nos habituou, Guarín (mesmo sendo dos melhores) dificilmente poderá repetir uma época tão forte, a defesa já esteve bem mais segura e, muito importante, falta Falcão! E desta vez também não contou com James Rodríguez. E que falta ele faz nesta altura…

O Benfica, por seu lado, prometeu jogar para ganhar, mas todos sabiam que não descurava a possibilidade de se contentar com o empate. Jorge Jesus, ao invés da temporada anterior, não inventou tácticas de ocasião e teve o mérito de resistir à tentação de colocar Ruben Amorim em vez de Nolito e com isso passar uma mensagem de receio aos seus próprios atletas. Manter-se fiel aos seus princípios foi meio caminho andado para não perder. Isso, o facto de agora jogar sempre com guarda-redes (notável a defesa de Artur ao remate isolado de Fucile), contar com Cardozo a viver período de enorme eficácia (e ainda desperdiçou uma ocasião evidente) e manter a aposta em Gaitán que, em menos tempo, já fez tanto ou mais que Di María de encarnado vestido.

Mas, tal como disse de entrada, o jogo não foi tão bom quanto o resultado deixa transparecer. Excepção feita ao golo de Gaitán, nos restantes houve muito demérito defensivo. De resto, tivemos empenho e luta, mas escassa qualidade futebolística. E nem Jorge Sousa mereceu nota muito positiva. Num jogo sem casos evidentes, o juiz evidenciou falta de critério na amostragem de cartões e pactuou com um ror de simulações.

Em resumo, o clássico foi lançado em bases muito tranquilas e o jogo seguiu essa linha,  inclusive fora do relvado, embora fosse dispensável a troca de palavras entre Alvaro Pereira e Jorge Jesus no final. Tratou-se, basicamente, de um aquecimento para o resto da temporada. Com as equipas empatadas na pauta classificativa antes e depois do encontro, creio que, ainda assim, o treinador encarnado sai por cima em relação a Vítor Pereira que, mais uma vez, teve dificuldades em ler e em comentar o jogo. A esse respeito, aliás, reforço a ideia de que não é, pelo menos por agora, treinador para um “filme” destes. Com este opositor, Jesus volta a respirar de alívio…