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Depois de uns dias de silêncio, representantes da Liga, dos patrões e do Sindicato de Jogadores voltam, na próxima segunda-feira (precisamente um mês após a entrada em vigor do “lockoutR..." /> NBA: a hora da verdade - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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NBA: a hora da verdade

29 Julho, 2011 666 visualizações

Depois de uns dias de silêncio, representantes da Liga, dos patrões e do Sindicato de Jogadores voltam, na próxima segunda-feira (precisamente um mês após a entrada em vigor do “lockout”), a sentar-se à mesa. Encontrar forma de assinar um novo contrato coletivo de trabalho que possibilite uma época de 2011/12 da NBA normal é o objectivo. Contudo, se parece animador verificar que as partes, após 30 dias de costas completamente voltadas, resolveram voltar a falar, todos sabem que uma plataforma de entendimento afigura-se (ainda) bastante complicada.

Como não poderia deixar de ser é essencialmente a distribuição do dinheiro ganho pelas equipas que está a provocar grande celeuma. Os patrões, através da Liga, exigem uma redução significativa da parte do bolo que tem pertencido aos atletas (de 57 para cerca de 40%), enquanto os jogadores – que começaram por pedir mais – apenas aceitam baixar até aos 54.6%. Face à disparidade dos números, não custa adivinhar que o acordo ainda está distante. Para que isto tenha um final feliz, uns terão de gastar mais do que o pretendido e os outros auferir menos. Basicamente, as duas partes têm de ceder.

Mas, mesmo perante um cenário cinzento escuro, continuo a acreditar que, a determinada altura, o bom senso vai imperar. E neste enredo o que é que se pode considerar bom senso? Salvar a competição! A NBA é um dos espectáculos mais mediáticos do planeta, interessa a milhões de pessoas espalhadas por todos os cantos e vale uma soma tão astronómica que nem vale a pena tentar quantificá-la ao pormenor. Colocar, de forma efectiva, tudo isto em risco será, mais que uma parvoíve, um erro histórico. É que, convenhamos, não estamos a falar de uma indústria onde os funcionários ganham o salário mínimo. Neste negócio, não há um único patrão, nem jogador, que – aos olhos das pessoas normais – não seja considerado rico. Muitos, aliás, são mais que milionários. Sendo assim, extremar posições e deixar a “galinha dos ovos de ouro” apodrecer… é algo que, pura e simplesmente, terá de deixar de ser opção um destes dias. Se na NFL foi isto que aconteceu, na NBA não será diferente.

Tenho a certeza que, após muitos avanços e recuos, ninguém quererá ficar com o ónus de dar cabo de uma autêntica “mina”, pois até hoje nunca uma temporada ficou por disputar. Na eventualidade disso suceder agora, a NBA precisaria de vários anos para recuperar – nos Estados Unidos e no Mundo – a sua imagem. Aquilo que David Stern conseguiu em décadas – tornar a competição um fenómeno global – ruiria num instante.

Mesmo sabendo que 22 das 30 equipas da Liga declararam ter perdido dinheiro na última época, nenhum dono está interessado em ter o seu “show” parado, pois quem tem ganho quer ganhar mais e quem tem tido temporadas deficitárias nos últimos tempos precisa de recuperar. Assim, deitar as divergências para trás das costas, ceder aqui e ali e esquecer algumas declarações mais acesas de ambas as partes é obrigatório. A questão é saber quanto tempo passará até se chegar aí.

Apesar de estar optimista em relação a um entendimento que não inviabilize a época, penso existir uma probabilidade relativamente alta de a temporada, a exemplo do que sucedeu em 1998/99, ser encurtada. Para tentar demonstrar força negocial e união, as duas partes podem “esticar a corda” até ao limite, “queimando” um mês/mês e meio de “regular season”. Mas mais do que isso não fazem. Não é por acaso que os norte-americanos gostam de dizer que “um dólar é um dólar”…

PS – Se outra razão não existisse, penso que o “lockout” deveria ser quebrado quanto antes porque, sinceramente, tenho enorme esperança que, finalmente, esta seja a temporada dos Bulls. Mesmo com o Keith Bogans a titular…