— ler mais..

Ao ser derrotado em Pamplona (0-1), o Real Madrid de José Mourinho não perdeu apenas 3 pontos. Bem sei que falta uma eternidade para a Liga espanhola chegar ao fim mas, objectivamente, o assunto e..." /> — ler mais..

Ao ser derrotado em Pamplona (0-1), o Real Madrid de José Mourinho não perdeu apenas 3 pontos. Bem sei que falta uma eternidade para a Liga espanhola chegar ao fim mas, objectivamente, o assunto e..." /> Sai um caneco para o Barça - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Sai um caneco para o Barça

30 Janeiro, 2011 604 visualizações

Ao ser derrotado em Pamplona (0-1), o Real Madrid de José Mourinho não perdeu apenas 3 pontos. Bem sei que falta uma eternidade para a Liga espanhola chegar ao fim mas, objectivamente, o assunto está tratado. O Barcelona – a melhor equipa mundial de actualidade – tem agora 7 pontos de vantagem, pelo que se pode dar ao luxo de perder no reduto do rival e continuar, sem sobressaltos, a liderar a prova. Se há muito considero que, em Portugal, o FC Porto já não vai deixar escapar o título, em Espanha, a partir dos resultados desta ronda, a minha convicção é ainda mais forte.

Quis o destino que os merengues se “despedissem” da luta pelo campeonato em Pamplona, no reduto do Osasuna treinado por Camacho. Necessitado de pontos para assegurar a permanência entre os grandes do futebol espanhol, o antigo técnico do Benfica não esteve com meias medidas e “tirou o tapete” ao clube do seu coração, comandando uma “faena” quase perfeita. É difícil encontrar alguém que seja mais Real que Camacho, mas o profissionalismo tem destas coisas. E ainda bem, diga-se.

Olhando para Mourinho, fica a sensação que o melhor treinador do planeta perdeu ainda mais que um jogo e, quase de certeza, um título. Depois de ter goleado Valdano nos últimos dias – o clube deu-lhe toda a cobertura que exigiu, um avançado de créditos firmados como Adebayor e até o prazer de ver o “vice” argentino humilhado na praça pública -, o setubalense não podia ter deixado escapar os 3 pontos no terreno de uma das formações mais modestas da liga do país vizinho. O espaço de manobra de Mourinho (ou de outro qualquer treinador) está directamente relacionado com os resultados e se, globalmente, o português até tem tido um percurso interessante esta temporada, tudo se complica quando se entra em comparação com o Barcelona de Guardiola. E isso, em Madrid, é fatal.

Não sei qual a estratégia de comunicação que Mourinho vai adoptar nos próximos dias mas, mais do que nunca, creio que a sua saída no final da época ganha força. Para que tal não suceda, e mantendo a ideia que o título é um tema resolvido, precisa de ser campeão europeu. Tem equipa para isso? Tem, sim senhor. Contudo, convém não esquecer que na corrida também está o colosso catalão que, invariavelmente, surge em todo o lado a complicar as contras madrilenas. Só a conquista do ceptro europeu poderá acalmar a dor dos adeptos merengues que, por muito bom futebol que a sua equipa pratique, não lidam bem com o facto de tanto falatório e mediatismo só dar para ser segundo.

Mourinho foi para Madrid à procura de um novo desafio e penso que encontrou o maior de toda a carreira. O problema é que, desta feita, não parece em condições de o ganhar. Será o único culpado? Não, como antes não foi o único responsável nos vários sucessos que obteve, ao contrário do que muita gente diz. Mourinho pode ser especial, mas não é Deus; não transforma em ouro tudo o que toca, nem ganha sempre. Ganha quase sempre, é verdade, mas o quase pode não ser suficiente, pois em Espanha, Guardiola ganha ainda mais vezes, com a agravante de ter uma equipa que, salvo raras excepções, dá verdadeiros recitais de futebol. E se para os seus problemas internos, o treinador português terá sempre a possibilidade de inventar soluções, controlar o que o Barca faz é impossível. Só nos confrontos directos poderá tentar emperrar a máquina contrária. Ainda assim, convém relembrar, na primeira tentativa de minar o funcionamento catalão a coisa correu mal. Muito mal mesmo…