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Os portugueses foram às urnas. Bom, alguns portugueses, perto de metade. E escolheram um novo Presidente da República. Bom, elegeram o mesmo que já ocupou o posto nos últimos anos e que, antes dis..." /> — ler mais..

Os portugueses foram às urnas. Bom, alguns portugueses, perto de metade. E escolheram um novo Presidente da República. Bom, elegeram o mesmo que já ocupou o posto nos últimos anos e que, antes dis..." /> Novo/velho presidente - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Novo/velho presidente

23 Janeiro, 2011 575 visualizações

Os portugueses foram às urnas. Bom, alguns portugueses, perto de metade. E escolheram um novo Presidente da República. Bom, elegeram o mesmo que já ocupou o posto nos últimos anos e que, antes disso, também já tinha desempenhado as funções de Primeiro Ministro durante largo período. Pelos vistos é alguém que agrada à maioria do povo. Pessoalmente, não consigo estar triste, nem contente. É verdade que “perdi”, pois o candidato em quem votei não venceu, nem sequer conseguiu obrigar o vencedor a uma segunda volta. Contudo, para ser sincero, tenho de dizer que até o meu voto foi entregue de forma pouco convicta. Recuso-me, por ter consciência do privilégio que é poder ser chamado a dizer o que desejo para o meu país, a alinhar pela abstenção, mas mentiria se dissesse que não compreendo, cada vez mais, o que leva milhares e milhares de compatriotas a “esquecer” esse gesto tão nobre quanto cívico. Nomeadamente os mais jovens que, grosso modo, têm tantas razões para se interessar por política como pela física quântica ou pela genética molecular.

Não faço parte do lote que considera que todos os políticos são mentirosos, vigaristas ou desonestos. Mas, mesmo sem pretender fazer juízos de valor sobre ninguém em particular, concordo que, nos últimos anos, a sociedade portuguesa tem sido claramente prejudicada pela esperteza saloia de uns quantos protagonistas que, desta ou daquela forma, “cresceram” à conta de jogadas que, se fossem levadas a efeito por comuns mortais como eu, no mínimo dariam direito a passar a vida em tribunais ou mesmo em assoalhadas apertadas com janelas minúsculas.

Da direita à esquerda, passando pelo centro que em Portugal tem a interessante particularidade de englobar inúmeras pessoas… de direita e esquerda, Portugal foi invadido nos últimos anos por uma enorme legião de interesseiros. E tenho a certeza que nada mudará com o resultado destas eleições. O mesma aconteceria, com toda a certeza, se o vencedor tivesse sido outro. O mal do País, seguramente, não reside apenas num nome, num cargo. Mas isso, estando nas mãos de todos nós alterar, não é fácil de inverter, pois não é possível tratar uma doença prolongada – e que já provocou tantos danos e desgaste físico e psicológico – com um simples comprimido ou frasco de xarope. De resto, cá para nós, também duvido que a maioria das pessoas esteja mesmo interessada em mudar o que quer que seja. É que por mais triste que isso pareça, a verdade é que a confusão, a desorganização, as cunhas e as ilegalidades também dão de comer a muito boa gente. Em Portugal, como em qualquer outra nação, pois esta maleita ataca em todo o planeta e, até ver, tem feito muito mais vítimas que a gripe A ou a das aves!