— ler mais..

José Mourinho não é um treinador normal. Para ele, as partidas começam muito antes de a bola rolar e terminam bem depois do último apito dos árbitros. Dito de outra forma, o actual melhor treinador..." /> — ler mais..

José Mourinho não é um treinador normal. Para ele, as partidas começam muito antes de a bola rolar e terminam bem depois do último apito dos árbitros. Dito de outra forma, o actual melhor treinador..." /> Mourinho-Valdano: duelo ?viciado? - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

Voltar ao blog

Mourinho-Valdano: duelo ?viciado?

21 Janeiro, 2011 575 visualizações

José Mourinho não é um treinador normal. Para ele, as partidas começam muito antes de a bola rolar e terminam bem depois do último apito dos árbitros. Dito de outra forma, o actual melhor treinador do Mundo pensa em todos os pormenores e não somente naqueles que parecem óbvios. Na sua forma de trabalhar, e depois de ter conseguido mostrar serviço (entenda-se ganhar um ror de competições), ele é que deve decidir tudo. Bom, tudo não, sempre gosta de deixar algumas decisões para os presidentes, para aqueles que o contratam e concordam em pagar-lhe chorudos ordenados e prémios.

Em qualquer clube onde esteja, Mourinho é, ao mesmo tempo, amado e odiado. A maioria dos adeptos, desde que os triunfos apareçam com regularidade, não tem dúvidas em idolatrá-lo. Contudo, para diversos dirigentes, a sua presença, mesmo vitoriosa em termos desportivos, é angustiante. Em primeiro lugar, porque o setubalense, como alguém já disse, “seca” tudo à sua volta. Quem o vê nas conferências de imprensa, por exemplo, fica sem perceber se está a ouvir um treinador, um “manager” ou um dirigente. Às páginas tantas, fica a sensação que clubes gigantes como o Real Madrid não precisam de tanta gente nos corredores da decisão ou então que apenas são necessários se desempenharem as funções que Mourinho lhes destina na sua organização pessoal. Depois, é preciso também recordar que o português adora comprar guerras com adversários, juízes, jornalistas, com quem quer que seja. E isso, por vezes, também deixa muitos dirigentes com dores de cabeça, pois temem que, mais tarde ou mais cedo, isso acabe por ser voltar contra a própria instituição.

É por causa desta sua peculiar forma de estar que Mourinho, invariavelmente, causa atrito por onde passa. E se pela frente encontra gente que também gosta de ser protagonista, como sucede de momento com Valdano, é certinho que temos confusão. Como se tem constatado nos últimos dias, o treinador está a “esticar a corda”, tentando perceber até onde o deixam ir ou, visto de outro prisma, até onde Valdano aguenta a batalha. E para marcar a sua posição, o treinador conta com os resultados e com o apoio incondicional dos seus jogadores, “armas” poderosas aquando dos duelos internos.

Ao assumir, sem rodeios, que no final da temporada – e pese ter mais tempo de contrato – logo verá se irá prosseguir na capital espanhola, Mourinho mostra que não tem medo de nada, nem de ninguém. Faz mesmo questão de mostrar que interessados nos seus serviços (e sem ousarem discutir as respectivas ideias) existem muitos clubes. Ao mesmo tempo deixa a “batata quente” nas mãos do presidente que, já sabe, ficará mal visto perante os adeptos se não o conseguir segurar. Para isso, contudo, terá de sacrificar Valdano ou todos os que se atravessarem no caminho do português que, por coincidência, até é compatriota da maior estrela da equipa… Florentino Pérez só não sairá “chamuscado” no meio de toda esta embrulhada se, pelo meio, Mourinho falhar os grandes objectivos. E isso, sem duvidar das suas capacidades, até é provável, pois parar o Barcelona não parece ser fácil.

Mourinho, em caso de falhar os títulos, já se percebeu, tem justificações para se defender. E também nessa perspectiva, os maiores derrotados serão sempre Valdano e Pérez que, decididamente, ainda não perceberam que o treinador que escolheram não é só o homem que decide quem joga e dá a táctica. Isso é a tarefa dos outros. Ele funciona de maneira diferente, única, ou não fosse ele “El Especial”!