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O Benfica bateu (2-0) o Sporting de Braga, na Luz, e confirmou a continuidade na Taça de Portugal. Em condições normais, tal não seria motivo para grande falatório. Todavia, desta vez, o caso era d..." /> Jesus salva novo “match point” - Olhos de ver - Record

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Jesus salva novo “match point”

13 Dezembro, 2010 624 visualizações

O Benfica bateu (2-0) o Sporting de Braga, na Luz, e confirmou a continuidade na Taça de Portugal. Em condições normais, tal não seria motivo para grande falatório. Todavia, desta vez, o caso era diferente. Mesmo sabendo das declarações da véspera do presidente Luís Filipe Vieira – assegurando que o treinador fazia parte da solução e não do problema -, continuo a acreditar que, em caso de eliminação, as águias não perderiam apenas a possibilidade de conquistar a segunda prova mais importante do calendário nacional. Jorge Jesus muito dificilmente seria hoje o técnico dos encarnados se não tivesse ganho este jogo, pois a pressão dos adeptos há muito se faz sentir e os dirigentes, por muito que queiram resistir, jamais poderão permanecer indiferentes à força das massas. É que, quer se queira, quer não, são eles que fazem o clube, que investem o seu dinheiro em quotas, acções e bilhetes, que dão corpo aos objectivos traçados pelos dirigentes. É a sua vontade que, cedo ou tarde, acaba por imperar, pois quem ousar fazer-lhes frente de forma evidente só não cairá no meio do despique se, de repente, os resultados mudaram radicalmente. E na Luz, esta temporada, duvido muito que as exibições cinzentas e os resultados sofríveis se transformem, de um dia para o outro, em algo de muito positivo.

Jesus, como não poderia deixar de ser, aproveitou o triunfo diante dos minhotos para “vender o seu peixe”. Garantiu que os jogadores sentem o clima negativo em torno do treinador e, nesse aspecto, creio que tem razão. Só tenho dúvidas que, por esta altura, todo o balneário esteja tão ao seu lado como apregoa. Jesus, desde o último defeso, tomou medidas que desagradaram profundamente à maioria dos futebolistas. A dispensa de Quim, o tratamento pouco digno ao capitão Nuno Gomes (diz, vezes sem conta, que o capitão é Luisão…), a defesa intransigente de Roberto desde a pré-época ignorando os deslizes que estavam à vista de todos, a paciência exagerada com alguns elementos (César Peixoto é mais um exemplo) em detrimento da falta de calma para lidar com outros, a escassa vontade em rodar o plantel pese a sobrecarga evidente de determinados jogadores, a desculpa incessante da ausência de Ramires e Di María para justificar os insucessos (dando a ideia de que o desempenho dos outros foi pouco importante durante a campanha da temporada passada), a escassa utilização de elementos que contaram com o seu aval aquando da contratação (Fábio Faria ou Jara, por exemplo), o inexplicável recuo no empréstimo de Roderick para o jovem central limitar-se a treinar, a ostracização a que votou Mantorras e as inúmeras invenções na construção do onze (no Dragão isso atingiu o auge) ou nas substituições são só alguns dos pecados que os atletas não entendem. Já para não falar nas inúmeras sessões de vídeo que, pelo que consta, só provocam bocejos.

Tal não significa, claro, que os jogadores estejam dispostos a “fazer a cama” ao treinador, pois sabem que os maus resultados também os afectam, seja ao nível dos prémios, bem como na diminuição da respectiva cotação no mercado, já que jogador que não ganha, tende a perder estatuto. Pura e simplesmente a relação que no passado funcionava às mil maravilhas é agora diferente. Para pior e isso, indirectamente, reflecte-se nos desempenhos em campo. Ainda por cima, os atletas não acham piada nenhuma ao facto do treinador gostar de ser o protagonista, de se colocar em “bicos de pé”. Aliás, curiosamente, só após o soar do alarme, depois de começaram a surgir rumores da sua eventual saída, é que Jesus veio a público assumir ter errado, nomeadamente quando se lembrou de prometer aos benfiquistas a discussão da Liga dos Campeões.

Contra o Sp. Braga, Jesus salvou o segundo “match point” (o primeiro foi uma oferta do Lyon, impedindo que as águias falhassem a Liga Europeia em detrimento do “poderoso” Hapoel de Israel), mas o problema é que o “jogo” continua bastante desfavorável. Precisa de continuar a ganhar para se aguentar e, nesta fase, já nem interessa se a equipa joga bem ou mal…