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Já cá tínhamos poucos…

23 Outubro, 2010 643 visualizações

Que o País anda cheio de “mafiosos” de segunda linha já todos nós tínhamos percebido. Agora, segundo li no Diário de Notícias, parece que começamos a ter os verdadeiros. Só nos faltava mais esta…

O chefe mafioso Giovanni Lore, 50 anos, 1,85 metros de altura e 120 quilos de peso, procurado pelas autoridades italiana e espanhola, só passava despercebido aos olhos de alguns na zona do Bombarral. Não passou aos dos investigadores da Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, que há quatro meses seguiam os seus passos e vigiavam a casa onde morava na aldeia do Carvalhal e também numa outra casa, em Cintrão, Bombarral, onde manteria uma relação amorosa com uma mulher.

Giovanni foi detido na quinta- -feira à noite na companhia de outros três italianos – também supostos mafiosos da siciliana Cosa Nostra – dois portugueses e uma brasileira. Loro estava em Portugal há nove meses depois de ter fugido das autoridades espanholas da zona de Vigo. “Fui eu que o fui buscar ao Hotel Comendador, em Lisboa e o trouxe para o Cadaval”, conta o taxista do Bombarral Carlos Nogueira, que acaba de perder um grande cliente. “Por mês, só ele pagava-me mais de 1500 euros”, relata o taxista . “A maior parte dos serviços era para transportar acompanhantes de luxo, ou seja, prostitutas, à casa dele no Carvalhal. Podiam vir de Lisboa ou de Santarém”, conta Carlos Nogueira, a quem Giovanni está a dever dinheiro. “Ele pagava sempre, mas agora estava a dever 3500 euros”, lamenta. Carlos Nogueira chegou a visitar a casa do alegado mafioso. O italiano até lhe pedia para comprar comprimidos para aumentar a potência sexual. “Cheguei a avisá-lo para ter cuidado com o coração”, recorda.

O taxista é caso raro. Na aldeia do Carvalhal poucos privavam com Giovanni. “Só no [supermercado] Modelo do Bombarral é que ele falava muito alto quando estava a comprar comida. Aqui na aldeia só víamos o corrupio de carros e camiões na Vivenda do Sossego”, explica uma vizinha.

Daniel, outro dos supostos mafiosos detidos, era a grande companhia de Giovanni. “Levei-os várias vezes a casas de prostituição na zona de Santarém e também em Lisboa ao [clube] Gallery e Night&Day. Só na semana passada fiz 14 serviços para Lisboa com eles”, recorda o taxista.

Giovanni, segundo a mesma fonte, era “sovina”, mas estava sempre pronto a comprar tudo. “Via uma bomba de gasolina ou um bom negócio e queria comprar. Até a minha casa ele quis comprar”, diz.

As buscas da PJ incidiram também na localidade de Cintrã, em casa de uma alegada companheira do italiano. Segundo a Judiciária, Giovanni tem pendente um mandado europeu de detenção por ligações à Mafia siciliana. “Fez parte de um grupo de trinta pessoas que foi detido no início do ano na Sicília”, explica a PJ.

O italiano chegou a Portugal vindo de Espanha, onde, em Agosto, 14 homens que supostamente trabalhavam para Giovanni foram detidos numa operação policial. São acusados de tráfico de droga, armas, negócios relacionados com a prostituição e branqueamento de capitais. Segundo as autoridades espanholas, o mafioso, através de uma empresa de importação de peixe em Vigo, na Galiza, terá “lavado” dois milhões e meio de euros.

Por cá, Giovanni Lore intitulava-se empresário na área dos congelados. “Chegou até a oferecer- -me alguns carabineiros que disse terem vindo da pesca na Galiza”, recorda Sónia Fernandes, funcionária de um café que o italiano e o seu grupo frequentavam. “Tinham uma postura desconfiada, mas aqui não temos nada a apontar, pagaram sempre tudo o que consumiram”, afirma, lembrando as “grandes despesas”, especialmente com bebidas alcoólicas.

(Texto de Luís Fontes, retirado do site do Diário de Notícias)