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Por muito que se tente esconder determinadas verdades (necessariamente inconvenientes), mais tarde ou mais cedo a grande maioria acaba por chegar ao conhecimento do público. E é nessa altura que at..." /> A verdade sobre o Iraque - Olhos de ver - Record

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A verdade sobre o Iraque

23 Outubro, 2010 613 visualizações

Por muito que se tente esconder determinadas verdades (necessariamente inconvenientes), mais tarde ou mais cedo a grande maioria acaba por chegar ao conhecimento do público. E é nessa altura que até os mais acérrimos defensores de causas duvidosas constatam que, afinal, estavam a ser enganados. Vem isto a propósito do recente anúncio de mais algumas atrocidades que têm sido cometidas no Iraque com a justificação de que era necessário retirar do poder um tirano lunático como Saddam Hussein. Pois bem, feitas as contas, se calhar o povo iraquiano tinha ganho mais em ter lá um homem desprezível e anti-democrático. Tem dúvidas? Então leia estes despachos da Agência Lusa e assista ao vídeo da Al-Jazeera:

(Primeiro texto)

A cadeia televisiva Al-Jazeera revelou sexta-feira informação sobre os documentos do site WikiLeaks relativos à guerra no Iraque, indicando um número superior de vítimas civis e a ocultação de casos de tortura. 

A informação adiantada pela Al-Jazeera – que antecipa a prevista divulgação dos documentos, no sábado, pelo WikiLeaks – assegura que “o número de mortos civis é muito maior ao que se estipula oficialmente”.

Os relatórios documentam também, segundo a televisão do Qatar, que depois da guerra, iniciada em março de 2003, produziram-se “numerosos casos de tortura, humilhação e homicídios contra civis por parte das forças iraquianas”.

Registam também “mais casos de vítimas civis da Blackwater [empresa de segurança americana que mudou de nome para XE nome]”.

Os documentos do WikiLeaks, citados pela Al-Jazeera, revelam ainda que o exército norte-americano “ocultou casos de tortura nas prisões iraquianas” e que existirão relatórios norte-americanos que implicam o primeiro-ministro iraquiano em funções, Nuri al Maliki, na formação de “equipas encarregadas de realizar torturas e matanças”.

O Ministério da Defesa norte-americano assegurou hoje que não espera “grandes surpresas” da grande quantidade de documentos sobre a guerra no Iraque que o WikiLeaks vai divulgar, se bem que voltou a alertar que poderão pôr em risco as tropas norte-americanas no país.

O WikiLeaks convocou a comunicação social, através do Twitter, para uma conferência de imprensa, algures na Europa, presumivelmente em Londres, para divulgar os documentos, no que será a maior fuga de informação da história dos Estados Unidos. 

O Pentágono considera que os documentos a divulgar, estimados em 400 mil, são relatórios de terreno sobre a guerra no Iraque, conhecidos como “Significant Activities”, ou SIGACT, no jargão militar.

A ser feita, esta divulgação será muito maior do que a já protagonizada pelo WikiLeaks em julho, quando revelou 92 mil relatórios secretos das forças armadas norte-americanas sobre a guerra no Afeganistão.

(Segundo texto)

Pelo menos 109 mil pessoas, das quais 63% civis, foram mortas no Iraque depois da invasão norte-americana, revelam os documentos secretos obtidos pelo site WikiLeaks e revelados hoje pela televisão Al-Jazeera .

O período de tempo deste levantamento situa-se entre março de 2003 e o fim de 2009.

Segundo a cadeia televisiva do Qatar, “os documentos confidenciais obtidos pelo WikiLeaks revelam que as forças norte-americanas dispunham de um balanço dos mortos e feridos iraquianos, apesar de o negarem publicamente”.

Adianta a cadeia televisiva que os registos “mostram que o conflito fez 285 mil vítimas, das quais pelo menos 109 mil mortos”, entre 2003 e o fim de 2009. Dos mortos, 63% eram civis.

Um balanço norte-americano, publicado no fim de julho no site do Comando Central do Exército (Centcom) , indica que entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, o período mais sangrento em sete anos de guerra, foram mortos cerca de 77 mil iraquianos, dos quais 63.185 civis e 13.754 membros das forças de segurança.

A avaliação do número de vítimas iraquianas desde a invasão lançada pelos Estados Unidos em março de 2003 alimenta controvérsias e varia, conforme as fontes, desde menos de 100 mil a várias centenas de milhares.

Num relatório publicado em outubro de 2009, o Ministério dos Direitos Humanos iraquiano avançou o número de 85.694 mortos e 147.195 feridos.

O site independente da Internet Iraq Body Count estima, por sua vez, que o número de civis mortos desde 2003 se situa entre 98.252 e 107.235 pessoas.

Um estudo publicado na revista britânica “The Lancet ” em 2006 concluía que a guerra custara a vida a 655 mil iraquianos.

Um outro balanço baseado no site independente www.icasualties.org aponta para a perda de vida por parte de 4.425 militares norte-americanos no Iraque desde 2003.