Enorme Sp. Braga
Já perdi a conta às vezes em que assisti a discussões sobre o quarto grande do futebol português. E, para ser sincero, desisti de chegar a conclusão alguma, pois sempre me pareceu (e cada vez alinho mais por essa ideia) que o tema é de uma subjectividade tão grande que, basicamente, nunca se alcançará uma resposta completamente fiável.
Se olharmos apenas para os títulos, é indiscutível que somente Belenenses e Boavista podem entrar na “guerra”, visto serem os únicos emblemas – fora Benfica, FC Porto e Sporting – a terem tido a oportunidade de festejar a conquista de um campeonato nacional. Porém, esse feitos, para além de únicos, aconteceram há muito. Os azuis, nesta altura, estão a caminho do segundo escalão, enquanto os axadrezados já nem sei para onde caminham…
Os dois Vitórias, de Guimarães e Setúbal, também costumam ser citados nas tais discussões mas, quando os resultados desportivos não são os melhores, “saem”, momentaneamente, da luta. Daqui a uns tempos, tenho a certeza, regressarão.
Bom, vem tudo isto a propósito de uma declaração de voto: para mim, na actualidade, o quarto grande é, indiscutivelmente, o Sp. Braga! E não o digo apenas porque, matematicamente, ainda está na luta pelo título. É por isso, mas também pela qualidade do futebol exibido ao longo de quase toda a temporada, pela capacidade de lutar atrás de um sonho aparentemente proibido e pela simbiose que o clube conseguiu criar com a respectiva massa associativa.
Bem sei que esta onda de euforia está directamente relacionada com os inesperados resultados positivos mas, este domingo, na Figueira da Foz, os cerca de 8 mil adeptos minhotos estavam mesmo felizes e orgulhosos, embora quase todos tenham noção que o título não passa de uma mera quimera matemática. Mas, para quem nunca andou tanto tempo lá por cima, chegar ao fim em primeiro não é a única coisa que interessa. Seria, claro está, a cereja no topo do bolo, mas o importante é que, a partir desta época, muito provavelmente, os adeptos jamais deixarão de seguir o seu clube e, quem sabe, de o cimentar como quarto grande do futebol português. De momento, pelo menos, a tarja exibida no José Bento Pessoa faz todo o sentido: o Braga é enorme!
PS – Da mesma forma que aqui escrevi, antes do jogo, não acreditar muito no êxito minhoto na Figueira da Foz, pois pensava que psicologicamente o Sp. Braga iria acusar o facto do Benfica não vacilar há meses, faço agora questão de enaltecer o desempenho dos pupilos de Domingos. Foram 4-0, mas podiam ter sido 6 ou 7-0, tal a diferença de andamento, de qualidade, de vontade. Se este arsenal minhoto tivesse aparecido noutra época, tenho quase a certeza que seria campeão. O azar é que, esta temporada, também o Benfica se tem esmerado…
