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Findo o jogo do Benfica em Barcelona – assim como a recepção do Celtic ao Spartak de Moscovo – ouvi muita gente dizer que as águias tinham sido afastadas da Liga dos Campeões porque, em Camp Nou, ..." /> Benfica eliminado por culpa própria - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Benfica eliminado por culpa própria

6 Dezembro, 2012 650 visualizações

Findo o jogo do Benfica em Barcelona – assim como a recepção do Celtic ao Spartak de Moscovo – ouvi muita gente dizer que as águias tinham sido afastadas da Liga dos Campeões porque, em Camp Nou, não tinham conseguido ganhar. Objectivamente, a observação está correcta. Se os encarnados tivessem saído da Catalunha com os 3 pontos, nenhum penálti caído do ceú salvaria a sofrível formação escocesa. No entanto, fazendo uma retrospectiva da campanha benfiquista no Grupo G da “Champions”, não me parece que tenha sido só no último jogo que os comandados de Jorge Jesus tenham esbanjado uns quantos milhões de euros.

O Benfica começou por deitar fora um apuramento mais que acessível quando, logo na ronda de abertura, decidiu não tentar ganhar em Glasgow. Entendo que, num reduto onde nunca tinham pontuado, as águias tivessem pensado que empatar era positivo. E teoricamente era mesmo, ainda por cima sabendo-se que esse foi o primeiro encontro após as saídas de Witsel e Javi García e numa altura em que Luisão ficou suspenso, Maxi Pereira estava a cumprir castigo e Jesus foi obrigado a lançar o jovem André Almeida, para além de estrear na alta-roda um lateral adaptado como Melgarejo. No entanto, quem viu o jogo, sabe bem que o Celtic em momento algum incomodou Artur. A 25-20 minutos do final, com praticamente a certeza de que o empate seria o pior resultado possível, o Benfica devia ter apostado em tentar chegar ao triunfo e, desde logo, procurar vantagem sobre escoceses e russos. Jesus não quis. Pensava, nessa altura, que ninguém iria roubar pontos ao Barcelona e que bastava ganhar o duelo directo com os outros dois emblemas. Enganou-se.

Na Rússia, apesar de ter jogado num campo sintético e debaixo de condições atmosféricas pouco propícias, o Benfica também deu um pontapé na sorte. Basicamente porque não foi capaz de sacar 1 pontinho que fosse perante um conjunto que, mesmo tendo no terreno e na temperatura aliados importantes, não foi capaz de pontuar nas recepções perante Barcelona e Celtic. Com efeito, o Benfica foi o único dos três visitantes que não saiu de Moscovo com pontos.

Sobre a derrota caseira com o Barcelona, pouco ou nada há a dizer. Os catalães jogaram “a sério” e resolveram o assunto com toda a classe e num instante. Aliás, o resultado (0-2) foi bastante simpático para as águias que, só na primeira metade, podiam ter encaixado ainda mais golos tal o caudal ofensivo construído por Messi, Sanchez, Fábregas e companhia. Mas contra factos… não há argumentos.

Saltando as vitórias caseiras com Spartak e Celtic – tão necessárias quanto merecidas -, chegamos de novo ao embate de Barcelona. E aí, verdade seja dita, o Benfica, como disse Jesus, não teve uma pontinha de sorte. E pelo que fez na primeira parte merecia mesmo ter marcado pelo menos uma vez. Mas, sejamos coerentes, não marcou por culpa própria, devido a gritante inépcia de vários jogadores, com a agravante de não o ter feito contra um onze catalão com apenas dois normais titulares (Puyol e Villa). O técnico encarnado elogiou a postura, o desempenho e a entrega dos seus homens e garantiu que ninguém jogava naquele terreno como o Benfica fez. Só não acrescentou que, por exemplo, o Celtic fez menos mas marcou 1 golo nesse mesmo local e que só foi derrotado aos 90’+4 minutos contra… o verdadeiro Barcelona. Mais: também se esqueceu de dizer que o Spartak marcou duas vezes no mesmo relvado e que, só aos 80 minutos, Messi fez o 3-2 final. Em suma: ignorou que escoceses e russos tivessem sido capazes de fazer o que a sua equipa, pese tantas facilidades principalmente durante 45 minutos, não tenha conseguido realizar. E marcar golos é, afinal de contas, a essência do jogo e uma das grandes armas tradicionais do Benfica. Como nesta Liga dos Campeões o aproveitamento ofensivo foi muito baixo… sonhar com a Liga Europa foi o que restou.