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Conseguir a qualificação para uns Jogos Olímpicos é algo que, para milhões de atletas espalhados pelo Mundo, não passa de um sonho. Só alguns – poucos em relação ao total dos praticantes – logra..." /> O incrível Phelps - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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O incrível Phelps

1 Agosto, 2012 678 visualizações

Conseguir a qualificação para uns Jogos Olímpicos é algo que, para milhões de atletas espalhados pelo Mundo, não passa de um sonho. Só alguns – poucos em relação ao total dos praticantes – logra atingir esse feito. E são ainda muito menos aqueles que, lá chegados, possuem condições efetivas para lutar pela conquista de medalhas. Isso, independentemente da felicidade momentânea que pode ser determinante, só está ao alcance dos verdadeiros predestinados.

Portugal, um pequeno país em território e população – e também sem a organização, o dinheiro ou as infraestruturas essenciais para “fabricar” desportistas de eleição –, não tem um historial brilhante na mais importante prova desportiva do Globo. É normal que assim seja. Estranho seria o contrário, pois ao alto nível os resultados não caem do céu e, ainda por cima, não fazem parte do programa olímpico o hóquei em patins, o futebol de praia, o futsal ou o râguebi de “sevens” (vai entrar) que, no mínimo, ajudariam o país a ter mais classificações relevantes. Com isto, no entanto, não estou a pretender desculpar desempenhos menos conseguidos (e têm sido muitos – se calhar demasiados – ao longo dos tempos). Procuro, apenas e só, enquadrar uma discussão que, de 4 em 4 anos, envolve quase toda a nação, nomeadamente aqueles (e são a larga maioria) que só sabem que existem modalidades como o badminton, o pentatlo moderno, a natação sincronizada ou a esgrima porque, nestas ocasiões, as televisões fazem o favor de as mostrar durante vários dias.

Quem fica zangado por constatar que Portugal não tem, na maioria dos casos, hipóteses de ombrear com os melhores revela, acima de tudo, tremenda ignorância desportiva. Não sabe, por exemplo, que em 100 anos, os cerca de 700 desportistas nacionais que já estiveram na grande competição internacional arrecadaram só 22 medalhas. E alguns, imagine-se, até desconhecem que um nadador norte-americano, de 27 anos, somou ontem, em Londres, o seu 19.º galardão em Jogos Olímpicos!

Embora nem todos tenham a capacidade (nem o interesse) de entender isso, o que Michael Phelps concretizou nas últimas horas é simplesmente sublime. Ao arrebatar duas medalhas quase de seguida, deixou para trás a ginasta russa Larissa Latynina, a anterior recordista com 18 troféus. Mas, se o número de pódios é impressionante, convém destacar que das 19 medalhas… 15 são de ouro. Portugal tem 4! E_os segundos atletas mais “dourados” da história (são quatro)… somam “somente” 9.

Não consigo adivinhar o futuro – nem conheço ninguém que o faça –, razão pela qual é impossível dizer que o recorde de medalhas de Phelps jamais será batido. No entanto, duvido que isso aconteça. E uma das razões para a minha desconfiança é que a “Bala de Baltimore” ainda vai ampliar o seu registo. Com mais três provas para disputar em Londres, este verdadeiro “extraterrestre” vai, no mínimo, assegurar a vigésima medalha na estafeta 4×100 metros estilos. Ultrapassar isso é virtualmente impossível. Seriam necessárias três edições a uma média de 7 medalhas ou quatro participações à media de 5. Esqueçam…