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Gosto de música e de ir concertos. Confesso, contudo, que não sou particular amante dos chamados festivais. Nem tanto pelo excessivo aglomerado de pessoas, mas essencialmente porque as bandas, na g..." /> Bruce: o homem que rejuvenesce - Olhos de ver - Record

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Bruce: o homem que rejuvenesce

4 Junho, 2012 549 visualizações

Gosto de música e de ir concertos. Confesso, contudo, que não sou particular amante dos chamados festivais. Nem tanto pelo excessivo aglomerado de pessoas, mas essencialmente porque as bandas, na grande maioria dos casos, tendem a fazer espectáculos q.b devido às restrições de tempo. No domingo, porém, tive de alterar o meu procedimento habitual. O regresso de Bruce Springsteen a Portugal “obrigou-me” a marcar presença no derradeiro dia da edição 2012 do Rock in Rio. Ainda por cima, para além de apreciar imenso o estilo do norte-americano, também gosto de James e sou, desde sempre, um adepto incondicional de Xutos e Pontapés.

Não estou nada arrependido de ter passado mais 8 de horas de pé. A actuação de James foi notável – pela música, pela forma como o vocalista Tim Booth se exibiu em alto nível e pela mensagem política que o guitarrista Saul Davies (que é casado com uma portuguesa e vive no Norte do país) fez questão de assumir; os Xutos confirmaram ser uma banda à parte no contexto nacional (o alinhamento foi marcado por várias músicas de cariz político e Kalu não se esqueceu de enviar um recado à troika e não só…) e até os Kaiser Chiefs cumpriram a sua parte, com destaque para o facto do vocalista Ricky Wilson se ter lembrado de passear de “slide” durante uma música.

Mas, naturalmente, o protagonista da jornada tinha de ser Bruce Springsteen. E o cantor, de 62 anos, foi simplesmente brilhante, assinando um concerto memorável. Quem assistiu à performance de quase 2.40 horas até se esqueceu da valente seca que apanhou entre o final da actuação dos Xutos e a entrada em acção do norte-americano.

Com uma energia de fazer inveja aos jovens, Bruce não parou quieto um instante. Cantou, tocou, dançou, falou em português, discursou com o sentido crítico que sempre se lhe reconheceu e nem os foguetes a anunciar o fim de festa na Bela Vista o fizeram parar.

Com o público resistente conquistado – milhares foram abandonando devido ao adiantar das horas e ao cansaço -, Bruce mostrou, mais uma vez, que para ele concertos não são coisa apenas para cumprir calendário. O músico respeita a sua história, assim como todos aqueles que pagam bilhete para ver. Tanto que ficou no ar a ideia de que, por ele, a coisa ainda tinha ido mais além. Aliás, com ele são raros os concertos com menos de 3 horas de palco!

É justo dizer que se Bruce é uma autêntica força da natureza, o espectáculo só atinge patamares de excelência porque, ao seu lado, estão um sem número de músicos igualmente brilhantes. A The E Street Band segue com entusiasmo e classe as pisadas do líder. E ainda bem. É que mesmo cansado sabe muito bem ver e ouvir actuações tão deslumbrantes.