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No final do duelo de Alvalade, ouvi Vítor Pereira queixar-se de uma eventual expulsão que fora perdoada a Polga e Domingos responder, logo de seguida, alegando que também existiram erros contra a ..." /> Clássico sem qualidade - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Clássico sem qualidade

7 Janeiro, 2012 618 visualizações

No final do duelo de Alvalade, ouvi Vítor Pereira queixar-se de uma eventual expulsão que fora perdoada a Polga e Domingos responder, logo de seguida, alegando que também existiram erros contra a sua equipa e que, por exemplo, João Moutinho podia ter visto o segundo amarelo. Se nunca tivesse sido treinador de um desporto colectivo, creio que desataria a rir. Assim, digo apenas que é normal, quando somos juízes em causa própria, ver com o coração e não com os olhos. Ainda assim, como ambos concordaram que o jogo não foi grande coisa e que o nulo se aceita… menos mal.

Assumindo que o árbitro podia, de facto, ter mandado alguém mais cedo para o balneário, pareceu-me claro que Pedro Proença foi o melhor elemento em campo. Ele não tinha uma liderança para defender, nem a necessidade imperativa de diminuir a desvantagem pontual para, pelo menos, um dos adversários directos na corrida pelo título. Dito de outra forma, o juiz, com um ou outro deslize à mistura, cumpriu a respectiva missão, enquanto dragões e leões se limitaram a jogar para não perder e esperar que, com a ajuda dos deuses, caísse um golito dos céus que lhes proporcionasse a vitória. Essa, decididamente, não é a melhor estratégia para vencer, embora por vezes resulte.

O Sporting, para quem actuava em casa, tinha uma desvantagem considerável na classificação e já perdeu na Luz, não foi uma equipa tão incisiva quanto se esperava. Podia ter marcado, é verdade, mas jamais encostou o adversário à sua baliza, nunca teve o controlo das operações de forma evidente. Em traços gerais, em momento algum exibiu o futebol que tem agradado aos adeptos. Decididamente, Domingos tem de deixar de lado a Cerelac e tratar de inventar outro tipo de “aliementação” para os jogadores. É que assim, pese matematicamente tudo ser possível, a possibilidade real de a equipa chegar ao título é quase zero. Então se o Benfica vencer em Leiria…

Nos leões, entendendo que era complicado optar por outras soluções na maioria dos casos, não percebi a titularidade de Renato Neto. Então o rapaz não servia no início da temporada, passa uns meses na Bélgica e quando regressa precisa apenas de uns treinos para ser titular num clássico? A ideia faria sentido se estivessemos a falar de um craque. Contudo, o jovem brasileiro é apenas uma promessa, sem rotinas com os companheiros, sem conhecimento das dinâmicas, sem noção exacta do tipo de jogo que se pratica na Liga. Lançá-lo assim, em vez do cada vez mais desacreditado André Santos, é não cuidar da sua natural evolução.

Do lado dos dragões, mesmo sabendo que James teve alguns problemas físicos durante a semana, parece-me indiscutível que o colombiano deveria ter sido titular. A menos que não pudesse mesmo jogar. E se fosse assim… também não deveria ter sido suplente utilizado. Adiante. Vítor Pereira escalou uma equipa sem profundidade, apostando quase que exclusivamente em Hulk para fazer a diferença. Mais uma táctica que pode funcionar, mas que não devia ser a primordial.

Em resumo, quando se pensa essencialmente em não perder… raramente se ganha. Foi o que aconteceu a Sporting e FC Porto, perante a natural satisfação do Benfica que, este domingo, tem todas as condições para se isolar na liderança. Basta ganhar. Veremos é se o tal “basta” é assim tão simples. Tem a palavra Jorge Jesus e os seus rapazes… Quanto ao clássico, só mais uma ideia: ainda bem que já acabou. Que desperdício de tempo em frente ao televisor.