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À primeira derrota da temporada, o Benfica deixou logo escapar a possibilidade de conquistar um troféu. A Taça de Portugal tem destas coisas, pois trata-se da única competição (até às meias-finais..." /> Aimar e os outros - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Aimar e os outros

3 Dezembro, 2011 608 visualizações

À primeira derrota da temporada, o Benfica deixou logo escapar a possibilidade de conquistar um troféu. A Taça de Portugal tem destas coisas, pois trata-se da única competição (até às meias-finais) em que não existe espaço para inverter uma escorregadela. Jorge Jesus mexeu na estrutura da equipa e, como tantas vezes sucede, a pretensa poupança acabou por ter consequências.

As águias, até à data, tinham sido uma equipa pragmática, somando resultados agradáveis sem ser preciso jogar muito futebol. Jesus parece ter abdicado de grande dose de virtuosismo no conjunto para ganhar consistência. Não se tem dado mal com a estratégia e, acrescente-se, os adeptos não reclamam. Só que, desta vez, a receita não funcionou. E razões para isso há várias, a começar pela forma muito interessante como se exibiu o Marítimo, formação que, pé ante pé, está a realizar uma temporada notável. Quem é que já reparou no facto de os insulares não perderem há 14 jogos, estarem a um só ponto do Sporting (e do consequente terceiro posto na Liga) que já derrotaram em Alvalade e contarem nas suas fileiras com o melhor marcador do Campeonato (Baba) e com duas das melhores surpresas da época (Danilo Dias e Sami)?

Apesar de ter estado em vantagem (justa pelo controlo das operações na altura, injusta por ter surgido na sequência de um penálti inexistente), a formação encarnada não foi capaz de “dobrar” o Marítimo. Já falei dos méritos alheios (onde não se podem esquecer os golos de enorme qualidade e o desempenho tremendo do jovem guarda-redes Ricardo), mas também poderia citar a falta de poder de concretização para fazer o 2-0 logo no arranque da segunda parte ou para forçar o 2-2 nos derradeiros minutos.

Jesus, embora de passagem, deu a entender que a sua equipa não foi feliz. Tem razão. Quem é que é feliz num desaire? Mas, como quase sempre, não é correcto responsabilizar os deuses pelos erros cometidos pelos terrenos. O responsável da equipa da Luz, que já não tinha Luisão e Cardozo, optou por fazer mais alterações. Arriscou (muito) e perdeu. E se insistir em Ruben Amorim como lateral-direito é perigoso, considerar Emerson indiscutível é inexplicável (um dia alguém irá ter de explicar com pormenores a aversão do técnico a Capdevilla…) e não entender que Matic é um elemento vulgar (para mim claramente inferior a Yebda, por exemplo), o erro dos erros é acreditar que o Benfica funciona de forma satisfatória no ataque sem Aimar em campo.

A época passada, Jesus passou semanas e semanas até entender que com Aimar de fora a sua equipa não carburava. Esta temporada, é verdade, mudou de opinião e os resultados têm sido visíveis. Na Madeira, contudo, voltou a perder-se nas contas. O argentino, a menos que o opositor seja de um nível consideravelmente inferior, não pode descansar no banco. O criativo tem de jogar de entrada, ajudar a fazer a diferença e depois, então sim, sair para retemperar forças para o duelo seguinte. Utilizá-lo como arma secreta não rende, até porque a maioria dos companheiros também parece bem melhor quando ele está em campo.